tag:blogger.com,1999:blog-47317687226642716972024-03-14T04:04:40.675-03:00Paixão Segunda"...estou procurando, estou procurando. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi."
(Clarice Lispector - Paixão Segundo GH)Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.comBlogger506125tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-4921799345919997932015-08-26T10:00:00.000-03:002015-08-27T02:12:08.595-03:00FIM<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: large;">Eu comecei a escrever esse blog porque estava começando um novo ciclo na minha vida. Com ele viajei dezenas de países, virei mergulhadora, voltei ao vegetarianismo, me descobri budista. Comecei a escrever esse blog para me encontrar, e me encontrei. Então a proposta dele perdeu um pouco do sentido. Fui rareando. </span><br />
<span style="font-size: large;">Até que um novo ciclo se iniciou. Uma nova vida, uma nova paixão. </span><br />
<span style="font-size: large;">E essa se tornou um capítulo do passado. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Estou fechando esse ciclo para começar um novo.</span><br />
<span style="font-size: large;">Foram quase 5 anos de Paixão Segunda. Foi maravilhoso. </span><br />
<span style="font-size: large;">Agora começo um projeto mais aberto. Um passo à frente desse aqui. </span><br />
<span style="font-size: large;">Estarei escrevendo no <a href="http://convescote.com/">http://convescote.com</a></span><br />
<span style="font-size: large;">Uma revista virtual sobre cidades grandes e recomeços. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Espero vocês lá! </span></div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-56354394907369894752015-02-21T04:00:00.001-02:002015-02-21T04:00:51.610-02:00FECHANDO SAN ANDRES<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<span style="font-size: large;">Eu queria ter escrito antes, mas fiquei tão envolvida com San Andres que a última coisa que pensei foi em atualizar o blog. Depois cheguei em Cartagena onde encontrei uma amiga, e é mais difícil conseguir ter tempo para ficar sozinha e escrever quando se está viajando com alguém. Senti falta.</span><span style="font-size: large;"> </span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-4ElbOeelUXg/VOgeirw0c5I/AAAAAAAABDs/Ve-6mIPybe4/s1600/sanandres.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-4ElbOeelUXg/VOgeirw0c5I/AAAAAAAABDs/Ve-6mIPybe4/s1600/sanandres.jpg" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
A entrada da Pousada Playa Tranquilo, de Mo e Ray, e a vista feia com a qual me acostumei.</div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Mas antes de falar sobre a linda Cartagena de Índias, vou fechar San Andres. Minha ideia a princípio era mergulhar full-time no meu tempo na ilha. Não foi full-time, mas me deu a chance de explorar outras coisas e ampliar minha percepção. Uma coisa que não considerei foi a condição do mar, que esteve bem agitado todos os dias que passei em San Andres. Por causa dele tivemos um dia de mergulho perdido, porque nenhuma embarcação saiu. Até os tours para Johnny Cay (uma ilhota que fica na ponta norte da ilha, e é mega turística) foram cancelados. Com o mar revolto também ficou impossível fazer mergulho noturno. A lei na ilha não permite pequenas embarcações circulando à noite, então os mergulhos noturnos precisam sair pela costa. Com o mar agitado, ninguém era louco de pular com equipamento na água, e ser jogado contra as pedras em seguida. Sendo assim, tive apenas os mergulhos diurnos, mas que fizeram muito bem o seu papel. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Entre cardumes de peixe em frenesi alimentar, estátua de Posseidon no fundo do mar, e um super mergulho profundo em um paredão - com passeio entre fendas nas pedras e tudo - os mergulhos que fiz foram perfeitos. Muita vida, água o tempo todo a 27º e visibilidade a perder de vista sempre. São condições que deixam qualquer mergulho confortável. Fiz muitos vídeos dos mergulhos e passeando pela ilha. Uma das propostas para 2015 é exatamente organizar e editar esses vídeos. Adoro filmar embaixo d’água, e estou até criando um gosto por falar com a câmera. A GoPro é o brinquedinho mais divertido que adquiri no ano passado. Estou passando por uma fase de amor completo pela mini-câmera. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Mas entre um mergulho e outro, eu aproveitei cada segundo na ilha. A bicicleta motorizada foi a melhor ideia que aceitei. Pedalei horrores pela ilha toda. Pendurava a máquina fotográfica no pescoço e saía pela cidade com meu chapéu na cabeça. Pedalar pela ilha foi algo que me deixou tão, mas tão feliz! Sabe quando você pensa em se conter, mas depois se dá conta que não tem motivo para deixar de sorrir e se entrega ao sorriso rasgado no rosto? Eu estava exatamente assim. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Ao final do 4º dia minhas pernas estavam exaustas. Começou a refletir o esforço de pedalar uns 30Km por dia. Ao final do 4º dia também o motor da bike morreu. Ainda que eu estivesse mais pedalando do que usando a função “mobilete” da bike, ficar sem o motor pesou. Cansada, embaixo de um Sol fenomenal, usar o motor em trechos de subida ou de muita brisa, era uma força danada. Sem minha bike-mobilete, tive de me render aos carrinhos de golfe. Até são divertidos quando se pega o jeito. Fiz vários filmes mostrando a ilha, conversando sobre o lugar em que estava. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Outra coisa especial foi a companhia de Ray e Mo. Ray foi minha BFF em San Andres. Passamos tardes conversando e tomando cocktails na areia da praia, rolamos de rir pela carretera com o carrinho de golfe, e criamos o hábito de acordar pela manhã e procurar uma a outra pra combinarmos algo. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">A melhor coisa de não criar expectativas é que fica mais fácil aceitar tudo o que a vida mandar como novidade. Por isso acabei criando uma relação especial com San Andres, e uma experiência infinitamente melhor do que se tivesse tentado controlar cada segundo da minha viagem. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Como quando a vida surpreende, ela é a que mais surpreende, encerrei meus dias em San Andres com um jantar delicioso e extravagante, com direito a pratos de frutos do mar, cava rosé e raias e tubarões nadando na areia embaixo da varanda onde estávamos. Ganhei até carona até o aeroporto! Essas coisas que amigos fazem por amigos. Saí de San Andres tão satisfeita, tão realizada. Já acostumada. Com uma certeza bem clara: esse é um lugar que eu vou voltar. </span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-78362663367314452972015-02-14T23:30:00.000-02:002015-02-15T05:48:16.787-02:0050 TONS DE VERDE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">San Andres não cansa de me surpreender. Pedalei a ilha inteira e, mesmo a bike que aluguei sendo motorizada, tenho usado o pedal mesmo. A bike motorizada é um barato. Quando pego um trecho com muito vento, e fica difícil pedalar, é só mudar uma chave e a bike se transforma em uma mobilete. Bem divertido. Em três horas pedalando, rodei a ilha inteira. Tem uma estrada que faz a volta completa na ilha. Pedalei só para ver onde ia dar. As paisagens são inacreditáveis. Um verdadeiro clichê de tudo o que se imagina de Caribe, ilhas paradisíacas e lugares exóticos com areia branca e mar transparente. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O mar, aliás, é uma dessas coisas que a gente demora para entender. Ele se desdobra em dezenas de tons diferentes de azul e verde. Não é brincadeira. Parece pintado à mão. Por isso o mergulho é algo ainda mais especial. Água quente, tão quente que tenho mergulhado de biquini apenas. Muita vida. Visibilidade à perder de vista. Só o vento que atrapalha. Mar batido, a gente enjoa muito no barco. Do jeito que estava hoje não dava nem para tentar entrar pela praia. E mesmo na embarcação, uma correnteza forte na superfície, exigia muita atenção para entrar e sair da água. Ainda assim, um pequeno detalhe para os dois mergulhos maravilhosos que fiz hoje cedo. Cardumes lindos, uma tartaruga que dava até para pegar no colo de tão pacífica (mas não pode! Colocar a mão, ainda mais em tartaruga que é super delicada, destrói o ambiente e pode matar os bichinhos.), e vi a maior moréia da minha vida. Uma verde enorme, fora da toca, que passou nadando entre a gente como se não estivesse nem aí para a nossa presença. Tirei fotos como uma louca com a GoPro, mas estava no contraluz e ficaram um pouco avermelhadas por causa do filtro. Ainda assim, dá para ver aquela serpente gigante entre os corais. Linda! </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Tenho feito os mergulhos com Mo, o dono da pousada, e a namorada dele, Rain. Apesar do nome super hippie, Rain até que é normal. Uma americana que estava passando pela ilha no ano passado, se apaixonou e mudou a vida por causa disso. Ela tem minha idade, só que é a cara da Elle Macpherson. Acabamos ficando amigas, e depois do mergulho e da siesta, fomos os três tomar uns “coco locos” no centro. (Coco Loco é o drink típico por aqui. Consiste em basicamente colocar tudo o que tiver na prateleira de bebidas dentro de um liquidificador, acrescentar leite de coco, lícor de cereja e bater. Delicioso e mortal!). Sentamos em um bar na praia e ficamos assistindo um dos 3 casamentos que estavam montados na areia. Cena de cinema, aquelas cadeiras, a tenda e o mar coalhado de verde ao fundo. Chorei como uma boba!</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Para fechar a noite, Rain me arrastou para um girls night out de Valentine’s Day. Mo estava trabalhando e ela ia sair com algumas amigas para um cinema e drinks. A ilha é bem calma, sem grande agitos. Existem duas baladas, que ficam na mesma rua, uma de frente para a outra. Todo o agito, mesmo em alta temporada, parece o de uma quinta-feira em cidade de interior paulista. Mesmo eu não sendo uma entusiasta de baladas e DJs, gosto da ideia de cinema, drinks e girls night out. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Mais uma surpresa? A ilha conta com dois cinemas! O que fomos ficava no 8º andar de um hotel. Sério. E uma garçonete passou o filme inteiro trazendo nachos, sanduiches e hamburgueres para as pessoas na plateia, como se estivéssmos em um drive-in. Lá pelas tantas os lugares estavam lotados, e a atendente entrou com algumas cadeiras de plástico e colocou na frente da tela para acomodar os retardatários. Muito barulho, muita conversa e interatividade com o que se passava na tela. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O filme? Bem, o que se pode ver para um girls night out em uma ilha no Caribe? “50 Tons de Cinza” em espanhol. Não tinha lido o livro, mas pelo enredo fiquei surpresa mais uma vez. Não apenas pelo livro ter feito tanto sucesso, mas por terem resolvido fazer um filme dessa história. Em uma palavra? Vanilla. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Com a gente, um grupo de 6 mulheres locais, cada uma de um estilo diferente da outra. A melhor de todas, e aniversariante da noite, era Janice. Uma colombiana grande. Não gorda - pelo contrário, ela tinha um super corpo - mas grande. Bem perua. Estava com um aplique com mechas platinadas no cabelo, usava um top bufante, com a barriga a mostra, os botões de cima abertos e um shorts todo de paetês em cima de saltos meia-pata azul cerúlio. Altíssimos. Exageradamente bronzeada e maquiada. Devia estar fazendo uns 48-50 anos. Não perguntei. Se a suspeita é dessa idade, nunca é uma boa ideia perguntar. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Depois do filme, a caminho do clube no carro de Janice, ela falava com um inglês carregado sobre o filme que vimos. </span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">“Como é que alguém diz que esse é o melhor filme já feito na história? Esse não é o melhor filme já feito na história. O melhor filme é ‘Frozen’. Todo mundo sabe disso. Ou ‘Encontrando Nemo’...”</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Rain corrigiu: “Procurando Nemo”</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">“...Isso! “Procurando Nemo”. Esse é um bom filme. Esse é um filme bem feito. Eu gosto do mar, então gostei do Nemo. Agora esse filme aí...”</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Então entendi um pouco mais sobre essa ilha. Um lugar onde as pessoas estão vivendo. Sem drama, sem loucuras. Apenas construindo suas vidas da melhor forma que podem. Se relacionam com pessoas que não são iguais a elas, porque não estão procurando uma segregação em nichos, grupos, aptdições. Estão pouco se lixando para os parâmetros adequados de moda, para as opiniões da crítica especializada em cinema, para as pequenas ambições. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Acho que quando você tem um mar com tantos tons de verde todos os dias na sua frente, não faz sentido mesmo seguir o senso comum de um universo que cada vez mais se apoia em tons de cinza. Sabe de uma coisa? Eu também gosto de mar, e pensando bem... Nemo é de fato um grande filme. ;-)</span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-71295050362517376152015-02-13T11:02:00.000-02:002015-02-13T11:05:24.289-02:00UM CARNAVAL NÃO PLANEJADO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Há alguns meses eu fui para o Peru fazer uma viagem que era um dos sonhos da minha vida. Foi muito planejada. Daquelas viagens que o guia fica até desfolhado de tanto ser manuseado. Escrevi aqui sobre como arrumar a mochila, organizar reservas. Tudo perfeito, e que acabou sendo uma das melhores da minha vida. Como boa virginiana, sou uma entusiasta da organização. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Agora no Carnaval resolvi fazer algo diferente. Eu moro no meio da concentração de metade dos blocos de rua de São Paulo. Três anos atrás minha casa era um oásis de paz e tranquilidade no feriado. Usava o Carnaval para assistir séries no sofá, gabaritar os filmes do Oscar no cinema. Era uma época em que Carnaval era sinônimo de cidade vazia, sossego e silêncio. Isso mudou. Com o resgate do carnaval de rua em SP, ficou impossível ficar na cidade, morando onde eu moro. As ruas travam, o barulho é infernal e non-stop, e episódios de vandalismo acontecem em toda vizinhança. A solução tem sido fazer as malas e sumir.</span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Como se isso fosse um castigo para mim!</span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Eu queria uma viagem que cumprisse dois propósitos: fosse um destino de mergulho e me desse uma nova figurinha na coleção de carimbos do passaporte. Claro, que também coubesse no meu bolso!</span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Depois de pesquisar pacotes, conversar com amigos, resolvi que iria para San Andres. Vi um pacote legal de mergulho para ilha colombiana que tem caído cada dia mais no gosto dos brasileiros. Mas o pacote fazia apenas San Andres. Como era minha primeira vez na Colombia, não queria deixar de conhecer Cartagena de las Indias também. A cidade histórica onde Gabo morava e inspirou tantos cenários de seu realismo fantástico. Negociei, conversei. Decidi que ia fazer a viagem self-tailored. Convidei alguns amigos para embarcar no programa, minha dupla de Bonaire no ano passado... Então o dólar disparou. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Os amigos desistiram da viagem, a dupla desapareceu, o preço da passagem dobrou, e eu já estava fazendo estoque de água e comida em casa para sobreviver a um carnaval ilhada no meu apartamento, com risco de ser atacada pelo elenco de Walking Dead. Quando minha teimosia habitual falou: “Vai, Adriana! Vai de qualquer jeito!”. Liguei para minha agente de viagens que conseguiu uma passagem com o preço antigo saindo por Viracopos, algumas escalas e emiti na hora. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Depois disso resolvi que ia deixar a viagem acontecer como ela quisesse. Não comprei um guia da Colômbia, não li nada a respeito dos destinos. Reservei um hotel que achei simpático longe do agito do centro da ilha, outro em Cartagena, peguei meu cartão de crédito, meu passaporte, joguei algumas roupas dentro da mala com o equipamento e entrei no avião sem nenhuma expectativa do que pudesse acontecer. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Acredito que a vida é generosa quando confiamos nela. Ela nos abre oportunidades e fica feliz em poder nos surpreender. Logo de cara minha experiência tem sido fantástica. Cheguei ontem em San Andres com minha grande mala de equipamentos de mergulho, e descobri que o hotel que reservei tem uma loja de mergulho integrada. Ou seja: as operações de mergulho vão sair do meu quintal! Super! Outra surpresa? Um dos melhores pontos de mergulho da ilha, com um naufrágio, fica do outro lado da rua. Vou sair equipada do quarto e ir andando para o mar. Super 2!</span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O hotel é uma grande casa, com um jardim gigantesco. Uma piscina nos fundos cercada por um bungalô com redes e imagens de Buda. Os chuveiros ficam ao lado da casa, ao ar livre, em uma construção sem teto, cheia de pedras. Meu quarto tem uma grande porta de vidro que dá para uma varanda, onde estou escrevendo agora e olhando o mar. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Aluguei uma bicicleta ontem. A ilha toda pode ser explorada pedalando. Os turistas alugam carrinhos de golfe que se vê para todos os lados. Eu preferi a ideia de pedalar acenando para os locais em suas casas, sentindo o vento dobrar os coqueiros e ouvindo as ondas quebrando nas pedras ao meu lado. Ontem, no final da tarde, estava pedalando até um restaurante cerca de 2Km daqui e o Sol se punha na baía a minha frente. Era como estar em um filme. Como aquelas cenas em que a personagem resolve largar tudo e buscar uma vida simples e rústica em algum lugar exótico, e de repente, a vida dá um jeito de lhe maravilhar. Um daqueles raros momentos em que a gente se sente tão viva que tudo faz sentido. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Nem sempre viagens são feitas desses momentos de comunhão e perfeição. Não é o tempo todo que as grandes experiências acontecem. Mas é só viajando, é só quando saímos da zona de conforto, que o extraordinário acontece. Eu viajo para me maravilhar. É uma caça ao tesouro. Saio para a vida disponível para o que ela pode oferecer. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">E nada disso foi planejado. :-)</span></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-zNDG5OrhcyI/VN31bOLsWQI/AAAAAAAABDM/yc_2oLSviGs/s1600/san%2Bandres.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-zNDG5OrhcyI/VN31bOLsWQI/AAAAAAAABDM/yc_2oLSviGs/s1600/san%2Bandres.jpg" height="298" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
O Por do Sol que eu ganhei de presente na minha chegada à San Andres.</div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-78902858921542051332015-02-11T09:23:00.006-02:002015-02-11T09:23:59.390-02:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Viram a história da
garota que foi demitida pelo twitter?<br />
Ela escreveu "Amanhã eu começo essa m... de emprego". O futuro chefe
viu e respondeu: "Não. Não começa. Eu te demito. Boa sorte em sua vida sem
dinheiro e sem emprego."<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Um episódio típico
dessa geração que se acha superior a tudo e a todos. Claro, vender pizza em
algum subúrbio dos EUA não deve ser o emprego dos sonhos, mas acho que se você
está batalhando, se você aplicou para a vaga, aceitou o emprego, o mínimo que pode
fazer é o seu melhor seja no que for. Fazer as coisas com amor, dedicação,
mesmo que não seja seu emprego dos sonhos. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Dignidade não tem nada a ver com o
cargo que se ocupa ou o quanto dinheiro se ganha no final do mês. Dignidade é
assumir sua vida e seu papel no mundo com caráter e respeito. Não vejo nada de
caráter e respeito em denigrir um trabalho que se dispõe a fazer, e reclamar
publicamente de uma oportunidade que lhe foi dada.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Ainda assim,
resolvi checar o twitter da moça, pura curiosidade sociológica. A primeira
coisa que me deparo foi um comentário de algum novo seguidor: "Você está
famosa no México. Parabéns!"<br />
Ok, vou repetir: "Famosa"! "Parabéns"!<br /><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Um pouco mais abaixo um outro comentário defendia a garota: "Eles não
podiam fazer isso com você. Isso é liberdade de expressão." Nem sei por
onde começar...<br /><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Estamos vivendo uma época globalizada de falência de valores. Não importa de
que forma, o importante é ficar "famosa". É uma conquista. Alavancar
em milhares de seguidores na mídia social, nem que seja por um motivo
vergonhoso, sem caráter. Liberdade de expressão virou sinônimo de impunidade
completa para se fazer o que quiser, falar o que quiser, doa a quem doer.<br /><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">A garota já está com comportamento de diva. Agradecendo aos novos fãs pelo
apoio, dizendo que ama todos. Não vai demorar muito para ter seus 15' de fama.
Quem sabe ser contratada por alguma pizzaria que vai vender a imagem da pior
garçonete do mundo. E pessoas vão fazer fila para serem mal tratadas e xingadas
em suas refeições. Para serem servidas com desleixo e mal humor por alguém que
acha bonito passar seus dias dando o pior de si.<br /><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">E assim a gente nivela a vida por baixo...<br /><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">OBS.: Em tempo, liberdade de expressão não tem nada a ver com sair xingando
tudo e todos em público. Recentemente uma pessoa no Brasil foi condenada a
pagar indenização a um Pet Shop por ter falado mal da loja nas redes sociais.
Você pode falar o que quiser na privacidade da sua casa e das suas relações,
mas a internet é uma via pública e todos nós agindo nela somos comunicadores
com poder de influência. Por isso, responsáveis pelas consequências dos nossos
ataques.<br /><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">O twitter do chefe da moça continua ativo, mas vazio. Ele apagou todas as
mensagens. Provavelmente não compartilha da busca da fama, mesmo que seja por
vergonha alheia.</span><o:p></o:p></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-61948213145421719982015-02-07T23:24:00.001-02:002015-02-07T23:24:47.234-02:00FOCO NA BRAVUS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Uma das coisas mais gostosas da vida é estabelecer um
objetivo e conquista-lo. Colocar uma meta, traçar um plano e ser bem sucedido
na execução. Às vezes sinto que falta um pouco disso na minha vida. Falta um
pouco da cenourinha para correr atrás. Do conforto para a conformidade é só um
punhadinho de letras. Quando a gente se dá conta, a vida já está no piloto
automático. Então gosto de criar alguns obstáculos. Estipular pequenos sonhos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Depois da grande conquista de 2014 – que eu fui atrás,
consegui e vai mudar minha vida completamente em 2015 – resolvi correr atrás de
uma conquista antes de ir embora. Rolou um convite entre os mergulhadores no
Facebook, e depois de algumas postagens tínhamos 4 equipes e lá estava eu
inscrita para a Bravus Race em Abril. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">A Bravus Race é uma corrida com obstáculos. São 5K (nem tão
assustador) com inúmeros obstáculos como paredões para escalar, escadas sobre
pântanos para passar pendurada, tanques de gelo para mergulhar, campos com
arame farpado para rastejar e toras de madeira para carregar (isso sim, bem
assustador). A primeira coisa que pensei foi: “será que dá para pular algum
obstáculo?”. Acontece que dá. Mas acontece também que para pular cada obstáculo
é preciso pagar 20 flexões. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Porque alguém como eu, que anda sedentária, preguiçosa e sem
disciplina, resolveria fazer uma prova dessas? Exatamente por estar sedentária,
preguiçosa e sem disciplina. A ideia de que eu não estou preparada para essa
corrida e que eu posso treinar e chegar lá e fazer, é algo que me atrai muito.
Nada como um desafio para a gente se
sentir viva. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Por isso, resolvi abraçar a brincadeira para valer!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">O primeiro passo foi contratar uma personal. Coloquei um
post no FB e vários amigos me indicaram uma dezena de profissionais bem legais.
Passei uma semana encontrando e entrevistando, e acabei fechando com a Lu
Proietti. Sabe quando o santo bate com a pessoa? A Lu faz corrida de aventura e
entende como um bom treinamento é essencial, não apenas para conquistar o
objetivo final, mas para prevenir lesões. Então essa semana começamos uma
rotina puxada de treinamento para fortalecer os grupos de músculos que mais
serão exigidos na Bravus, e me preparar para passar por cada um dos obstáculos.
Além disso, reforcei a corrida e a Lu vai me passar um treino de natação para
os dias que a gente não se encontra. O objetivo é secar, ganhar força e fôlego
em menos de 3 meses. A Lu disse que dá tempo. Eu acredito nela. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Paralelamente, fiz uma revolução na alimentação. Não existe
resultado completo sem um cuidado global de treino e alimentação. Todo mundo
sabe disso. Então aumentei o consumo de proteínas, para ganhar músculos, cortei
glutén, gorduras saturadas e alimentos de alto índice glicêmico. Cabs à noite
também foram banidos e uma dose de suplementos entraram na dieta. Whey,
colágeno, e um monte de alimentos funcionais que prometem turbinar os resultados.
Minha geladeira está cheia de chia, amaranto, linhaça, óleo de coco, tapioca,
banana, brócolis, cogumelos e leite de amêndoas. Tudo para meu corpo ser
estimulado para alcançar seu maior potencial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Essa primeira semana foi estranha. Tenho a sensação que como
muito. Os alimentos me dão tanta saciedade, que contrasta com a ideia de dieta
que sempre tive na vida. Aquela sensação constante de passar forme. Então isso
é um tanto estranho. Depois de uma semana de treino também eu estou podendo
vivenciar um corpo encharcado em ácido lático. Sinto dor em praticamente todos
os músculos do meu corpo. Dói para andar, para abaixar, para levantar os
braços, para me virar, para tirar um casaco. No fundo, adoro essa dor. Sinal de
que os músculos enferrujados foram colocados para trabalhar. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Dizem que as primeiras semanas são as mais difíceis, porque
o corpo precisa se habituar. Que assim seja. Até agora estou feliz pra caramba
de ter uma cenourinha para correr atrás, e bem confiante de que eu vou
conseguir. Vou chegar na Bravus em Abril e arrasar naqueles obstáculos!</span><o:p></o:p></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-41072493535431292312015-02-06T01:39:00.003-02:002015-02-06T01:39:42.734-02:00TEMPO, TEMPO, MANO VELHO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Essa semana eu vivenciei a completa falta de tempo. Sabe
quando você planeja, se organiza, faz de tudo para organizar a demanda de coisa
a fazer, e no final só cumpre um terço? Então. É um tanto frustrante. E fico
pensando se isso é falta de disciplina, ou se a carga está pesada demais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Sempre fui o tipo de pessoa que abraça o mundo. Sobrou uma
horinha entre a reunião e o almoço? Porque não colocar um curso nesse espaço?
Ou um trabalho voluntário? Ou algum evento social? Tantas pessoas que eu gosto
e eu não vejo há milênios. Aquele livro, que é um dos 4 que estou lendo e
preciso terminar. A arrumação do homeoffice que já está fazendo aniversário de
6 meses. O filme que vai concorrer ao Oscar e todo mundo já viu. A consulta de
rotina ao dentista. Aquela amiga que prometi um café no ano passado. A sessão
de Skype com quem mora longe. Limpar a caixa de e-mails. Fazer a receita
daquele livro de cupcakes. Melhor! Levar todas as forminhas e confeitos de
cupcakes – que eu comprei e nunca usei – para a casa da MH, para ela fazer com
as meninas. Começar a encaixotar as coisa que eu não uso no dia a dia. Logar os
últimos mergulhos. Terminar o vídeo da Ilha Grande. Arrumar um namorado. Um
namorado não. Um mocinho para curtir o tempo passar enquanto estou por aqui.
Terminar aquele capítulo do meu livro. Providenciar a papelada de viagem das
gatas. Arrumar a estante de livros – em ordem alfabética. Separar os documentos
de 2014 e colocar no arquivo morto. Adiantar a papelada do IR. Escrever no
blog. Montar o projeto do meu novo site. Prospectar aquele cliente. Mas não,
agora não. É um tempinho livre. Cliente é trabalho, eu faço depois. Separar
fotos para ampliar. Fazer backup do computador. Limpar a caixa de entrada dos e-mails.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Detesto essa sensação de que o tempo é escasso. De que não
dou conta da vida. De que está tudo um caos, e eu estou boiando no meio,
sobrevivendo a cada dia. De que não tenho tempo nem mesmo de meditar. Então,
acaba o dia, e faz 3 meses que nem ao centro budista eu vou. Detesto a sensação
de que precisam de duas de mim para fazer uma. E o maior medo que eu tenho na
vida, é terminar inacabada, procrastinada, como se tudo se acabasse no futuro
do que sou capaz de fazer.</span><o:p></o:p></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-36618732339931753582015-01-23T12:20:00.002-02:002015-01-23T13:11:56.029-02:00SOBRE ESSA NEUROSE COM OS CORPOS DAS MULHERES POR AÍ<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: large;">Três situações que deram muito "talking about" nas últimas semanas pelas mídias sociais:</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">1 - Pierce Brosnan que permanece casado com a esposa APESAR dela ter engordado (trofeu para o moço, minha gente!)</span><br />
<span style="font-size: large;">2 - Fernanda Gentil foi à praia e ousou usar biquini com seu corpo de mulher normal magra e - pasmem - sem hidrogel, silicone ou sinais de anorexia. Quanta petulância!</span><br />
<span style="font-size: large;">3 - Ilze Scamparini esconde a barriga e, SIM ela tem barriga! (Gente! Ela mora em Roma! Se não fosse gordinha seria um despedício!!!)</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Eu acordo todos os dias e me olho no espelho. Tenho uns brações de mamma italiana que me deixam cheia de vergonha. Tem umas calças que não entram, umas blusas que não caem bem. Mas eu gosto de ser saudável. Dou minhas corridinhas, tomo meu suco detox, minha saladinha orgânica. Vou até aí só. Não abro mão do chopp com os amigos, da taça de vinho para celebrar, da pizza no final de semana e da sobremesa. A vida é curta demais para abrir mão da sobremesa. Mesmo quando você tem consciência de que não tem nada errado com você, que não tem nada de errado com a aparência do seu corpo, saudável, bem cuidado. Vai ter sempre a voz inconsciente te fazendo acreditar que está certo o moço não querer te namorar por causa da sua barriguinha, e você será menos elegante ou levada menos a sério em suas opiniões se não tiver braços fininhos, e que a sua aparência física é algo que necessita de supervisão constante, atenção, alerta. Não pode relaxar. Não pode escorregar nem um pouco. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Tenho vários amigos que engordaram muito ao longo dos anos. Ficaram barrigudos, carecas. Tenho certeza que nenhum deles acordou hoje de manhã, se olhou no espelho, e pensou que sua vida profissional e amorosa estava em jogo porque eles não exibiam os músculos do Chris Pine.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Uma vez ouvi de uma modelo que, por contrato, ela não podia ser vista comendo em público. Vejam bem! Não é comer se esbaldando em um restaurante italiano. Não. Ela não podia ser vista comendo nem mesmo uma maçã! Comer é essa coisa mundana, que seres humanos fazem. Onde já se viu, mulher agindo como ser humano por aí, em público. Absurdo. Coloca umas asas nas costas da moça e vamos fingir que elas são o que são: lindos objetos animados, que andam para cima e para baixo.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Quando uma mulher é flagrada, agindo como humana em público, logo se busca uma justiicativa. "Fernanda Gentil está grávida". Ufa! Ainda bem, hein, Fernanda?! Já pensou desfilar por aí de biquini com um corpo de mulher normal sem poder se justificar com um estado transcendental de iluminação feminina como a gravidez?! Entenderam o recado, meninas? É um pouco assustador como em 2015 ainda tenhamos uma sociedade que não tolera flagrar mulheres agindo como seres humanos. É muito angustiante me olhar no espelho todos os dias e, apesar da minha consciência, apesar da minha cultura e inteligência, ainda me sentir massacrada por esse inconsciente coletivo. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Eu já tive muito preconceito. Preconceito com quem faz cirurgia do estômago, com quem coloca silicone. Com quem vira rata de academia, e com quem engorda até a obesidade. Hoje sinto uma admiração enorme por qualquer mulher que tome posse do próprio corpo. Seja malhando, colocando hidrogel, assumindo os braços de Mamma, tatuando, alterando, deixando totalmente ao natural. Acordar de manhã, olhar no espelho e dizer: esse é o meu corpo! É uma das coisas mais difíceis para uma mulher. Eu me reconheço em cada uma delas. Consigo me enxergar na mulher que resolveu engordar depois de ter 3 filhos, na que botou o biquini embora não se parecesse com a capa da Boa Forma, e na que mudou para a Itália e não é besta de não aproveitar isso. Consigo também me enxergar na minha amiga que colocou 200ml de silicone e passou a se sentir mais bonita. Na que fez a cirurgia do estômago e encontrou uma nova vida depois disso. Naquela que entrou em um programa de reeducação alimentar e perdeu 20Kg, e naquela que tingiu os cabelos de loiro e aumentou os lábios. Consigo me enxergar em todas as mulheres que estão por aí, tomando posse de seus corpos, e fazendo escolhas que as fazem felizes.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Acordar todos os dias, olhar no espelho, e enfrentar a vida, é uma batalha feroz. As mídias sociais estão aí para nos lembrar que fazer escolhas sobre os nossos corpos não é tão simples assim. Mas nós ainda saímos para a rua, nós ainda enfrentamos. Nós ainda ousamos andar em público como seres humanos. Por isso eu sinto uma compaixão gigantesca por todas as mulheres, que estão enfrentando a vida com seus corpos. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Minas, eu me reconheço em vocês! <3</span></div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-19501230972374979942015-01-16T02:15:00.001-02:002015-01-16T02:15:40.321-02:00CÁPSULA DE ADEUS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<span style="font-size: large;">Em 2009 comecei a escrever. Já escrevia, sempre escrevi. Mas em 2009 resolvi que era tudo o que eu queria fazer. Me joguei em várias oficinas de escrita criativa. Acho que quando você resolve brincar de algo, tem que brincar direito. Em uma delas comecei uma série de fragmentos de narrativa que chamei de “Cápsulas de Medo e Amor”. Ainda não publiquei, mas tenho um carinho enorme por esse material. Cada fragmento conta uma história sobre amor, e sobre o amor vencendo o medo. Medo da solidão, medo da incerteza, medo da velhice, medo do desconhecido. Algumas eram pura criação da minha cabecinha, outras foram roubadas e coladas entre histórias de amigos. Algumas são verdadeiras e aconteceram comigo.</span><span style="font-size: large;"> </span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Uma dessas cápsulas fiz em homenagem à minha avó paterna. É uma das cápsulas verdadeiras. Ela morou mais de 13 anos com a gente depois que teve um derrame e ficou perigoso morar sozinha. Odiava não poder morar sozinha. Ela era uma mulher independente dentro da sua cultura e criação. Adorava fazer tudo sozinha. Andava para baixo e para cima. Às vezes pegava uma linha de ônibus e ia até o final. “Para ver onde vai dar”. Era louca por supermercados. Ia todos os dias. Comprava todas as novidades das prateleiras. “Para saber que gosto tem”. Aprendi isso com ela. A vida é para se experimentar. Ser curiosa. Ande, explore, teste. Veja que gosto a vida tem. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Semana passada minha prima me ligou chorando. Minha avó estava morando no interior com meu pai e havia sofrido um AVC violento. Fomos no domingo nos despedir. Ela estava inconsciente em uma cama de hospital. A boca murcha alimentada por sonda, os bracinhos frágeis e sem vida. O médico falou que 85% do cérebro estava comprometido. Fiquei angustiada de imaginar que tipo de vida ela teria se voltasse, se saísse daquele hospital. Uma pessoa que não gostava de se sentir presa nem pelo soutien. Só comprava blusas de gola aberta, para não sufocar. Passar o resto na vida vegetando em uma cama? </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Coloquei minhas mãos sobre sua cabeça, abri meus chacras e mandei toda energia de amor que consegui. Depois, me abaixei em seu ouvido e disse: “Vai vózinha! Vai descansar que essa vida é só ilusão. Tudo não passa de ilusão, de uma grande brincadeira. Você vai ver como eu tenho razão e vai ficar melhor”. Ela ainda esperou minha irmã voltar de viagem para se despedir. Morreu ontem de manhã, sem dar trabalho para ninguém, como ela queria. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Hoje vamos enterrar minha avó. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Eu, que aprendi a lidar com a morte de forma pragmática, só sinto alegria de ter participado de sua jornada. Teve uma vida dura, passou o final longe de quem ela amava. Mas cada um constrói sua história, vive sua própria batalha particular. Tenho apenas que ser grata de ter podido participar. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Desenterrei a cápsula dela que compartilho aqui em baixo. É uma despedida. É o jeito que eu sei fazer. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p3">
<span style="font-size: large;"><span class="s2">“</span><span class="s1"><i>Minha avó voltou do hospital hoje à tarde. Há cinco anos lidamos com suas idas e vindas na UTI. Oitenta e cinco anos. Ela está velhinha. E é um pouco doloroso ver a vida se esvaindo dela. Nunca foi uma mulher brilhante. Simples e ignorante. Repleta de defeitos e preconceitos. Às vezes capaz de uma maldade desconcertante. Mas ainda minha avó. Voltou mais enfraquecida que de costume. Desorientada. Com um riso bobo no rosto. Não consegue levantar da cama sem ajuda. Passei a mão em seus cabelinhos grisalhos e encaracolados. Levei-a até o banho. Ela se sentou no banquinho e se deixou banhar. Ensaboei minha avó hoje à tarde. Sua pele, suas mãos, seu sexo. Seus seios flácidos. Ela se deixou ensaboar. Enquanto eu enxugava o rosto com a toalha repleta de seu cheiro, ela segurou minha mão. Levou-a aos lábios e me beijou.</i>”</span></span></div>
<div class="p3">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-EQ_hP2sDLts/VLiPkIk__eI/AAAAAAAABB4/J-WA6MgOT8g/s1600/2015-01-15%2B20.00.26.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-EQ_hP2sDLts/VLiPkIk__eI/AAAAAAAABB4/J-WA6MgOT8g/s1600/2015-01-15%2B20.00.26.jpg" height="400" width="225" /></a></div>
<div class="p3">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"><br /></span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-59133781499248964182015-01-12T12:32:00.002-02:002015-01-12T12:37:23.254-02:00FOREVER ALONE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<span style="font-size: large;">Ontem me aconteceu algo bem curioso. Eu acordei cedinho, embora fosse um domingo. Fiz minha meditação, tomei meu suco verde e saí para uma corrida na ciclovia perto de casa. Corri 7K ouvindo ABBA, bem feliz. Eu gosto de correr ao som de ABBA. Eu fico me imaginando a Meryl Streep descendo pelas vielinhas da Grécia, e dançando nas varandas daquelas casas brancas. Eu estava me sentindo bem fabulosa. Sabe quando a gente se sente fabulosa? Quando tem aquela sensação de bem-estar, de estar completa? Eu tava bem assim depois da corrida. Toda suada, vermelha, mas fabulosa.</span><span style="font-size: large;"> </span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Então eu parei em uma padaria no caminho para comprar uma garrafinha de água. Afinal, isso aqui virou o Senegal. Haja hidratação! Assim que entrei na padaria, notei um cara me olhando. Percebi assim, de rabo de olho. Nada muito incisivo, o cara tava me olhando só. Imaginei que fosse óbvio, afinal, eu estava fabulosa. Procurei uma garrafinha de água gelada sem sucesso, e o cara atrás de mim, seguindo o fluxo da padaria e me olhando. Fui até o balcão e pedi uma garrafa de água gelada ao atendente, e o cara parou ao meu lado também fazendo um pedido. Fui para a fila do caixa, e o cara parou atrás de mim. Depois que paguei, fui me virar para sair da padaria e o moço pulou na minha frente e me estendeu um cartão. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Pausa. Vou deixar claro que acho bem chato cantada de rua, assédio, caras muito incisivos, mas existe uma linha tênue entre extrapolar o meu espaço pessoal e me achar interessante e me abordar. Admiro quando o cara cria coragem de chegar na minha mesa de café e deixar o telefone sem pressão, ou tenta puxar um papo na fila do cinema. Não sou uma pessoa baladeira, que vive em lugares que favoreçam a paquera, então quando a paquera acontece casualmente em lugares cotidianos, tipo, em uma padaria depois da corrida no domingo de manhã, até acho legal. Uma abordagem com respeito, discreta, pode-se conhecer alguém legal, porque não?! Mas, voltando. Então o moço parou na minha frente, com seus lindos olhos verdes, e me estendeu o cartão:</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">“FULANO DE TAL</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Acompanhante de Eventos</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Teatro, Cinema, Jantares, Etc.</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Tel (11) 5555.5555</span></span></div>
<div class="p3">
<span class="s2"><span style="font-size: large;">email - <a href="mailto:detal.fulano@hotmail.com"><span class="s3">detal.fulano@hotmail.com</span></a></span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Sério, roteiristas da minha vida? SÉRIO??? Quando eu tô me sentindo super felizona, super fabulosa, vocês me mandam um acompanhante de aluguel? Será que o cara me viu na padaria e me achou com cara de cliente em potencial? Será que eu estou com a imagem de alguém que precisa de um acompanhante para fazer as coisas? Pior, de que não consegue um acompanhante sozinha? Justo eu que faço tudo sozinha e ADORO fazer tudo sozinha? Fiquei imaginando, eu lá, toda vermelha e fabulosa. E o cara pensando, "essa senhoura pode precisar de um acompanhante uma hora dessas". </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Botei os fones de ouvido, dei play em “The Winner Takes it All”, e subi para casa mamando minha água na garrafinha. </span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O cartão? Guardei. Vai saber, né?!</span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-79400918870641524322014-12-30T11:49:00.000-02:002014-12-30T11:49:32.209-02:00CPF NA NOTA? <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px;">Já repararam nos atendentes de caixa das lojas? </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px;">Eles perguntam se queremos Nota Fiscal Paulista, e daí ficam parados, com a mão no teclado, olhando para a nossa cara, esperando o número do CPF. </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px;">Eu sempre fico tensa quando isso acontece. A pessoa fica te olhando como se fosse um duelo. Só esperando para ver quem saca a arma primeiro. </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px;">Então eu começo a falar os números. A pessoa digita rapidamente, sem tirar os olhos de mim. Tipo, tenso! Só dá para ouvir o "tec tec" no tecla</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px;">do. Aqueles dedos super ágeis, e a pessoa nem olhou para baixo um segundo. Ela quer que você saiba que ela pode fazer aquilo de olhos fechados.<br />Eu começo a gaguejar. "1... er, meia... 4...". A pessoa bufa. Eu gaguejo muito devagar para a velocidade de digitação. E não dá nem para piscar. O caixa está lá, olhando fundo nos seus olhos. Nada de sorriso, nada de nada. Só aquela exibição pública de destreza.<br />Eu fico nervosa. Não gosto de gente que eu não conheço me encarando. Na verdade eu não gosto de gente que eu não conheço, ponto. E sinto um incomodo gigantesco com intimidade.<br />Então eu falo o restante dos números bem rapidinho, sem respirar, quase sem fôlego, só para acabar logo com aquilo. E depois fico repassando mentalmente para ver se dei meu CPF corretamente, ou se dei o número de telefone. Confundo os dois o tempo todo.<br />Eu prefiro quando as pessoas olham para o teclado. Ou para o celular. Ou para um espaço vazio além da minha cabeça. Tenho um problemão com gente olhando para mim. Mas acredito que isso faça parte de algum ritual sádico ao qual os atendentes de caixa se permitam. Algo que eu faria também se fosse eles. Só para experimentar ver quanto tempo as pessoas demoram para olhar para o outro lado.</span></span></div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-77529900443314926242014-12-27T23:51:00.001-02:002014-12-27T23:51:11.362-02:00SÁBADO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Há 10 dias eu recebi uma notícia que virou minha vida de cabeça para baixo. Uma notícia maravilhosa, coisa que eu estava esperando e torcendo para acontecer. Mas ainda assim, tirou o chão de baixo. Com um email todos os meus planos recentes, meus projetos, tiveram que ser deletados e eu precisei tomar fôlego e reestruturar totalmente minha vida. Na verdade eu tomei um porre de tequila e não fôlego. Troquei o dia pela noite, parei de malhar, comi um monte de porcaria, fumei. Baguncei completamente a minha rotina, porque não fazia ideia de por onde começar o tanto de mudança que vou ter que fazer na minha vida. Agora acalmou. Caiu a ficha de que um ciclo se fechou. Foi um ciclo maravilhoso. Voltar para São Paulo, construir uma nova carreira, reencontrar um círculo social. Os primeiros anos foram bem difíceis. Me senti muito solitária, um pouco desgostosa com a vida. Depois vieram algumas provações, problemas de saúde, corações partidos. Esse ano foi o encerramento de um ciclo extremamente dolorido. Fechei questões que me acompanham desde que nasci e, pela primeira vez na vida, me senti livre. Esse ano cumpri um dos meus karmas, e dá um alívio danado conseguir isso. Agora me preparo para um novo ciclo, uma nova vida, um novo sonho. Estou empolgada e feliz como não me sentia desde a adolescência e entrei na faculdade de cinema. Passei a fase do medo. Resisti à tentação de ceder à minha vontade de controlar o mundo, e estou aceitando as etapas desse processo como elas se apresentam. Até por isso hoje acordei às 12h30, demorei na cama jogando poker no celular, desci de calcinha e passei o dia em frente à TV vendo filmes no Netflix e comendo frutas da geladeira. Mentira. Comi uma caixa de chocolate também. O que também é bom. Sinto falta da minha rotina, de reencontrar meu equilíbrio. Mas ele volta, naturalmente. Ainda tenho muitas estruturas para destruir antes de começar meu novo ciclo. Uma nova rotina para construir depois. Faz parte. A vida é feita dessas coisas. Dos começos e finais de ciclos, das coisas que perdemos e desconstruímos para que possamos iniciar sempre novas coisas. Não dá para saber onde a vida vai nos levar. Eu torço, faço minhas apostas, mas no final do dia são escolhas e merecimento. Nem que de vez em quanto eu só queira merecer terminar um dia preguiçoso com vinho, deitada na minha cama com a janela do quarto aberto, pensando que o calor todo do verão (que também eu não controlo agora), será uma grande saudades em breve. </span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-858734658960535062014-11-28T01:18:00.003-02:002014-12-01T13:24:50.200-02:00DAS PEQUENAS OPRESSÕES QUE A GENTE NEM SABE QUE SOFRE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-U-Vuj-sl4LI/VHyINO4walI/AAAAAAAAA_Q/Let5KC6yQZA/s1600/6352255_orig.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-U-Vuj-sl4LI/VHyINO4walI/AAAAAAAAA_Q/Let5KC6yQZA/s1600/6352255_orig.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Eu, em toda minha meiguice...</div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Tem uma cena no livro “Comer, Rezar, Amar” da Elizabeth Gilbert, em que ela está na Índia e resolve fazer um voto de silêncio. Ela não quer ser mais a pessoa tagarela, que não para quieta e está sempre envolvida em tudo. Ela quer ser a pessoa plácida e contemplativa no fundo da sala, que nada fala e só observa tudo com sabedoria. Seu projeto de fazer voto de silêncio vai por água abaixo porque em seguida ela é escalada para ser a representante de acolhimento de uma nova leva de pessoas que chegavam para o retiro. Uma função que exige toda sua comunicação e tagarelice. O que ela aprende com isso é que o Universo tem um plano para você, do jeitinho que você é. </span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;">Eu me identifiquei tanto com essa cena! Minha vida inteira oscilei entre minha personalidade forte e espaçosa, e um desejo de controle, de me transformar em uma pessoa contida, recatada, sutil. Em me transformar em alguém que eu não sou. Eu nunca vou ser a garota silenciosa no fundo da sala.</span><span style="font-size: large;"> </span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Nas últimas semanas ando pensando muito sobre pequenas cobranças que sofro na rotina de relacionamentos que tenho. É muito comum ouvir de algum amigo, ou colega, ou familiar; sempre pessoas muito bem intencionadas e que são movidas por um desejo genuíno de me ver bem: “Adriana, você é muito tagarela!”, “Você tem que ser mais delicada”, “Você não pode ser assim. Assusta as pessoas.”, “Adriana, você é meio barraqueira.”. </span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Quer saber se eu falo muito? Falo, quando estou feliz e em um ambiente que me sinto segura, falo pra caramba. </span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Se eu sou barraqueira? Não, não sou. Na verdade tenho horror à escândalos. </span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Se eu saio por aí agredindo as pessoas? Não, não saio. </span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Agora, quer saber se eu sou uma garota de fala mansa, com opiniões diplomáticas e controladas e que se esforça para conquistar a aprovação e o carinho de todo mundo? Também não, não sou. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Eu sou uma garota espaçosa. Tenho essa sede, essa gana de vida que aspiro todo o ar à minha volta. Falo, penso, conto história, questiono. Tenho uma sinceridade cortante que costuma pegar as pessoas de surpresa, e nenhum problema em ser contraditória. Não tenho medo de polêmica e acho um tesão quando tem gente discordando. Se eu discordo, vou discordar de verdade. Não largo a coisa no meio do caminho só para fazer a fofa. Não sou do tipo que coloca panos quentes para mudar o assunto para o clima no final de semana e pedir mais uma taça de chardonnay. Eu demorei muito tempo (muito mesmo) para aprender que, para a maioria das pessoas, não é legal ser assim como eu sou. Invariavelmente alguém vai dizer que isso incomoda, que é desagradável. Que “você é uma menina tão bonita”, as pessoas gostariam mais de mim se eu não fizesse isso. E, sabe? Isso é bem desconcertante. Porque geralmente esses comportamentos são pontuados quando você está se sentindo mais inteira, mais autêntica. Acabam sendo um balde de água fria. E daí dá um sentimento bem ruim quando dizem essas coisas. Eu me sinto culpada, inadequada. E dá vontade de fazer voto de silêncio e ficar quietinha no fundo da sala. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Comecei a perceber que de certa forma era isso que eu fazia. Me fechava na ostra, fugia do mundo. Passava a achar as relações humanas difíceis e sofríveis. Afundava por alguns dias no sofá, até tentar sair novamente. Ficava por um tempo controlando meus gestos, minhas palavras, minhas expressões. Repetia tudo o que eu dizia mentalmente para ver se não tinha nada ali que pudesse assustar as pessoas, que pudesse fazer de mim uma pessoa horrível. Depois de um tempo, relaxava. E voltava a ser um vulcão. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">A ideia de que uma mulher tenha um conjunto de gestos de conduta que ela deva seguir para ser agradável para a sociedade é tão opressora quanto tantas outras formas físicas de submissão. Quando se cobra de alguém que ela seja mais delicada, mais feminina, mais suave (como alguma personagem de Downtown Abbey), está se castrando o selfie dessa pessoa, sua maior essência.</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Claro, existem habilidade sociais, educação, gentileza. Essas são coisas que devem sim ser cobradas e incentivadas. São muito bem-vindas e necessárias. Não estou falando disso. Estou falando de personalidade. Eu demorei muitos anos para entender que, se uma pessoa se assusta com minha sinceridade, é ela quem está assustada e eu não tenho nada a ver com isso. Se uma pessoa se choca com minha espontaneidade, o problema é dela e eu não tenho nada a ver com isso. Principalmente, se uma pessoa me sugere ser mais contida e delicada, ela está oprimindo as coisas que fazem de mim quem sou. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Lembrei de um velhinho japonês que lia mão na Liberdade uma vez, e me disse que eu não me casaria porque eu tinha a boca muito grande. Que homem não gostava de boca muito grande. Que eu devia ficar de boca fechada para arrumar um homem. Acho que talvez o velhinho esteja certo. Talvez ainda tenhamos uma sociedade em que a maioria dos homens não estejam preparados para alguém como eu sou, e para esses seja necessário esconder isso. Mas exatamente por ser quem eu sou, eu prefiro ficar sozinha a ter que fechar a boca para atender expectativas. As mulheres também. Talvez de tanto ouvirem que devem falar menos, ter menos opinião e serem mais delicadas, nem percebem que estão reproduzindo </span></span><span style="font-size: large;">comigo </span><span style="font-size: large;">as opressões que sofreram.</span><span style="font-size: large;"> </span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Eu acredito que o Universo tem um plano para mim, do jeitinho que eu sou. Um pouco espalhafatosa, faladeira, cheia de opinião. É assim que eu sou. Por favor, não me peça para ser mais delicada, mais contida. Não me peça para ser a pessoa </span></span><span style="font-size: large;">plácida e contemplativa no fundo da sala, que nada fala e só observa tudo com sabedoria. </span><span style="font-size: large;">Não me peça para ser menos do que eu sou. É agressivo, e atrapalha os planos do Universo para mim.</span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-5849336440183759832014-11-21T22:00:00.000-02:002014-11-22T02:38:03.467-02:00A TRILHA INCA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Eu fiz. Eu consegui. Eu sobrevivi à Trilha Inca. Acho “sobreviver” um verbo adequado para a experiência. Não foi nenhum passeio no shopping. A trilha é puxada e exige muito, não apenas fisicamente, mas principalmente psicológicamente. Vale à pena? Muito! Muito mesmo! É uma peregrinação transformadora, e por mais que eu tivesse me preparado anos para fazer esse caminho, nada me preparou para o que ele realmente é. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Ainda estou assimilando a experiência. Cheguei ontem à noite de Machu Picchu e hoje cedinho entrei em um ônibus que ficou 10 horas na estrada até chegar em Puno. Estou mancando e não consigo descer escadas sem parecer que fui atropelada. Foram 4 dias, mas a sensação que eu tenho é de uma vida inteira. Impossível passar por isso sem sair transformado. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Em síntese: São 4 dias de trilha. Os Incas utilizavam várias trilhas na região, mas essa é considerada a mais sagrada, e é a única que chega diretamente em Machu Picchu. Por isso recebe o nome de Trilha Real (ou Royal Trail). Ao longo da trilha vamos cruzando vilarejos e ruínas de templos estrategicamente construídos e que comprovam a teoria de que o caminho era usado como uma forma de peregrinação religiosa até Machu Picchu. E peregrinação nesse sentido tem tudo a ver com merecimento. A trilha é uma prova de fogo. São 43Km, repleto de escadarias de pedras irregulares e altitudes que variam dos 2600m aos 4215m. A trilha é bem controlada, e por isso também é segura. Cada dia de caminhada passa por um posto de controle, onde eles checam o nome e passaporte de cada pessoa que foi dado no momento da reserva (no meu caso, em abril desse ano). São permitidas apenas 500 pessoas na trilha por dia. Isso incluindo carregadores e guias. Para vocês terem uma ideia, meu grupo tinha 15 pessoas, 2 guias e 19 carregadores, incluindo um cozinheiro. O trabalho deles é impressionante e seria totalmente impossível realizar essa trilha sem eles. A estrutura dos carregadores e o papel deles na trilha merece um post à parte. Foi uma das coisas mais impressionantes e surpreendentes que testemunhei.</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-05xPnzWj2vM/VHANA0kVRhI/AAAAAAAAA9Y/XweBNMC0D4g/s1600/P1410349.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-05xPnzWj2vM/VHANA0kVRhI/AAAAAAAAA9Y/XweBNMC0D4g/s1600/P1410349.JPG" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
O começo da trilha. Nosso grupo em sua primeira foto de família. </div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O primeiro dia é o mais tranquilo. Parte-se de Ollantaytambo à 2600m, um caminho agradável, repleto de vegetação, sem muita exigência e com poucos trechos íngremes. Ainda assim, são 12Km e acampamos à 3000m de altura. A altitude já faz o fôlego ficar bem curto, e apresenta algum mal-estar. No caminho vimos nossa primeira ruína, de pedras polidas e construída com precisão astronômica como tudo o que os Incas fizeram. Nesse caminho ainda encontramos vários povoados, quechuas vendendo água e gatorade, animais e plantações. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-Acp8IQBs7hI/VHAOH-caVMI/AAAAAAAAA9g/M75HRJ--CvY/s1600/P1410388.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-Acp8IQBs7hI/VHAOH-caVMI/AAAAAAAAA9g/M75HRJ--CvY/s1600/P1410388.JPG" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Wilfredo, nosso maravilhoso guia, apresentando a super equipe de carregadores e cozinheiros que possibilitaram que a gente fizesse a trilha. Gratidão eterna a cada um deles. </div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O segundo dia é a prova de fogo, e é o dia também em que muita gente desiste da trilha. Acordamos às 4h30. Os nossos guias são tão gentis que nos levam chá quentinho na barraca na hora de acordar. Tomamos café, empacotamos e caímos na trilha. O desafio hoje é fazer 12Km, subir 1215m, e depois descer 600m para o acampamento. Então o que nos espera são longos trechos de subida acentuada e um ar cada vez mais rarefeito. Até a hora do nosso segundo café da manhã, que foi na última vila habitada da trilha por vota das 10h da manhã, o caminho estava puxado, mas administrável. Depois dessa pausa foram 2h30 de subida íngreme em uma escadaria de pedras irregulares até chegar à “Passagem da Mulher Morta” (nome dado por causa de uma lenda andina. Alguém carregadores dizem que encontraram o corpo de uma mulher morta uma vez à noite nesse pico, e quando o socorro foi resgatá-la, ela tinha desaparecido. Hoje eles acreditam que ela vaga à noite pelos acampamentos atrás do homem ideal.), que fica à 4215m. Só para ter uma comparação, o Pico da Neblina, o ponto mais alto do Brasil, tem 2994m. Esse foi o trecho mais desafiador. Fisicamente eu achei que ia morrer. Sentia meu coração na boca e qualquer movimento exigia todo o ar dos meus pulmões. Psicológicamente, toda sua vida passa em sua mente. Amaldiçoei os Incas, me questionei porque estava fazendo aquilo, duvidei, chorei, ri, briguei muito com os degraus. Foi o momento que me caiu a ficha que essa não era só uma aventura na montanha, um passeio para fazer aos finais de semana. Foi quando me dei conta de que essa é uma jornada espiritual. Quando pisei no summit percebi que não tinha como voltar atrás. Agora era ir até o fim. Depois disso ainda descemos 1h e 600m de escadarias íngremes e escorregadias até o acampamento, onde almoçamos. O resto do dia foi de cochilos e recuperação. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-zG9dPa2zJUk/VHAOnF_8kBI/AAAAAAAAA9w/h_gfcOlMCG0/s1600/P1410401.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-zG9dPa2zJUk/VHAOnF_8kBI/AAAAAAAAA9w/h_gfcOlMCG0/s1600/P1410401.JPG" height="400" width="225" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
A conquista da "Passagem da Mulher Morta". 4215m e toda minha capacidade de superação.</div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O terceiro dia foi lindo. Acordamos mais cedo ainda, às 4h20, para evitar filas no posto de controle. Todos os músculos da minha perna doíam. A panturrilha, o extensor, o quadríceps, os glúteos. Muita dor nos ombros também, pelo esforço feito com os bastões de hiking (que, aliás, são imprescindíveis.). A dor fez o ritmo fica mais lento. O terceiro dia é o mais longo. 15Km, mas a variação de altitude não era tanta. Subimos um pouco, mas descemos de novo para acampar nos mesmos 3600m do segundo dia. Esse é o dia com mais ruínas para explorar no caminho, cavernas, túneis de vegetação, montanhas cobertas de neve e lagos de água cristalina que aparecem no meio do nada. Lindo! Esse foi o dia em que aprendi a parar de brigar com o caminho. Aceitei a dor. Aceitei a irregularidade das pedras. Aceitei um ritmo mais lento. Aceitei, simplesmente. Depois do almoço caiu um temporal, e tivemos que descer até o acampamento embaixo de chuva pesada. Foi intenso. As pedras deslizavam, a água ensopava tudo. Os carregadores passavam voando em nossa volta e eu me sentia totalmente insignificante no meio daquela natureza. Acalmou apenas quando chegamos nos terraços da última ruína, perto do acampamento. Eu estava febril e vomitando, mas não de um jeito que me nocauteasse. Era como se os Incas estivessem me forjando para merecer Machu Picchu. Tomei remédios, me sequei, meditei. Pedi que fizesse um dia perfeito. Que a febre passasse. Que estivesse muito Sol. E que eu conseguisse chegar.</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-wi8SkJFbprY/VHAPZo7U7mI/AAAAAAAAA94/J9394ydU54c/s1600/P1410498.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-wi8SkJFbprY/VHAPZo7U7mI/AAAAAAAAA94/J9394ydU54c/s1600/P1410498.JPG" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Em uma das ruínas pelas quais passamos no terceiro dia. Cada conversa, cada descoberta, mais e mais surpreendida com os Incas.</div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O quarto dia já é uma benção só por se chegar à ele. Acordamos às 3h30, a febre tinha passado. A fila do posto de controle já estava grande. Foi o caminho mais agradável de todos. Gentil e suave, como se os Incas me dissessem: “Muito bem! Passou no teste!”. Foram 1200m de descida em apenas 5Km de trilha. Fomos vendo o dia amanhecendo, as nuvens subindo para o céu. Quando chegamos ao Portal do Sol, ele também surgiu brilhante em um céu lindo, azul e imaculado. Os Incas tinham me ouvido. Subi as últimas escadarias, passei pelas colunas de pedra do Portal e, lá estava ela! Machu Picchu!!! A cidade perdida dos Incas. Deslumbrante no meio das montanhas. Parecendo estar intocada desde sempre, esperando que a gente chegasse a ela. É uma emoção indescritível. Ri. Chorei. Senti todo o ar do mundo voltar aos meus pulmões.</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Dm60qAU2nso/VHAPm-jmk7I/AAAAAAAAA-A/WFi9zq-M04U/s1600/P1410557.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-Dm60qAU2nso/VHAPm-jmk7I/AAAAAAAAA-A/WFi9zq-M04U/s1600/P1410557.JPG" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
A conquista de Machu Picchu!</div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Uma opinião unânime entre meu grupo foi que ficou muito difícil imaginar chegar à Machu Picchu sem passar pela trilha, sem avistá-la do Portal do Sol. Mais ainda, enquanto arrastávamos nossos corpos sujos e machucados, cruzando com uma infinidade de turistas que chegavam arrumadinhos de ônibus, sentimos que havia algo deslocado. Peregrinar por 4 dias até chegar em Machu Picchu me deu pertencimento. É como uma cicatriz que vai ficar eternamente em mim. Machu Picchu me pertence. Eu a conquistei. Você pode visitar Machu Picchu mil vezes, você pode fazer fotos, decorar guias. Mas só tem uma forma de fazer com que ela se torne parte de você. E isso aconteceu nos outros 3 dias. </span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-ctlPmCc7KqU/VHAPtAi40dI/AAAAAAAAA-I/aTg_nwnrnUI/s1600/P1410566.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-ctlPmCc7KqU/VHAPtAi40dI/AAAAAAAAA-I/aTg_nwnrnUI/s1600/P1410566.JPG" height="400" width="225" /></a></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-3090294213865918112014-11-16T21:30:00.000-02:002014-11-17T02:43:02.631-02:00CUSCO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Cheguei em Cusco no sábado. Não precisa ser muito inteligente para saber que Lima é uma bolha no Peru, e o verdadeiro país iria se mostrar conforme eu fosse me afastando da capital. Cusco é isso. Tudo o que se imagina de Peru e mais um pouco. Muito turística, obviamente, mas logo se nota porque essa cidade há 3.600m de altura era considerada pelos Incas o umbigo do mundo. Dá mesmo a sensação de estar no topo dele. A cidade vive do turismo, e por isso é bem segura. Claro que batedores de carteira podem se aproveitar de turistas desavisados, mas a cidade é bem segura para circular, andar com a câmera pendurada no pescoço, fazer cara de gringa pelas esquinas tentando se localizar no mapa. À noite também uma paz. Circulei bastante sozinha, virando esquinas só para ver onde dava e a sensação de segurança pode ser cortada com uma faca. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">A cidade gira em torno da Plaza de Armas. Uma pequena jóia cercada por duas igrejas estonteantes, e de onde se pode ver subir ao horizonte o contorno das montanhas coalhadas de casas, torres e um céu lindo. Tudo tem cara de estar pedindo uma foto. Como toda cidade turística, o assédio é exaustivo. Nas ruas mais movimentadas tentam te vender de tudo. Pinturas, massagens, tours para Machu Picchu, passeios à cavalo, aulas de espanhol, câmbio de dólares, city tour, restaurantes. Há também quechuas paramentadas com roupas típicas, carregando filhotes de lhamas e alpacas e pedindo trocados para tirar fotos. Os filhotes de alpacas são as coisas mais fofas do mundo. Juro que se fosse permitido, levava uma para casa. As melhores agências não são as oferecidas em hotéis, ou nas casas ao redor da Plaza (que vendem ponchos, botas de hiking, Inka Cola, selos postais, câmbio de dólares, revelações de fotos e pacotes turísticos. Tudo ao mesmo tempo agora.)</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">É legal pesquisar na internet as empresas com tratamento ético de guias antes de sair fechando pacote com o primeiro que aparece. Existe muita exploração dos guias e portadores na região. Acho legal assumir a parcela de responsabilidade sobre o impacto da sua visita ao lugar. O roteiro da trilha Inca que vou fazer fechei no começo do ano depois de pesquisar umas 5 empresas diferentes, todas certificadas. A trilha clássica é controlada e é impossível fazer na última hora. São 4 dias de caminhada, subindo e descendo as montanhas, para ser presenteada ao final com Machu Picchu e um joelho detonado. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">A empresa que contratei foi a Peru Treks. Até agora, impecáveis. O briefing e a preparação que fazem é super detalhista e perfeccionista. No sábado fui até o escritório deles, conheci os guias, recebi um briefing completo dos quatro dias e orientação sobre a preparação. Depois tirei esses dias para descansar, me habituar à altitude e preparar os últimos detalhes para a trilha. Água, snacks, baterias, sistema de purificação de água e remédios para altitude e diarréia. Normalmente não tenho problemas com intoxicação alimentar, mas a água no Peru é um problema, e mesmo purificando, nunca se sabe. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O pacote contratado inclui cozinheiro e alimentação em todo o percurso, tickets de entrada em Machu Pichu, trem de volta para Águas Calientes e transfer de ida e volta para Cusco. Passei o dia hoje tentando trocar dinheiro para levar. Troco é uma dificuldade no Peru. Algumas vezes as pessoas preferiam não fazer a venda por não ter como fazer troco. Para a trilha, aconselha-se levar cerca de S/300-400, que serve para tudo. Gorjetas dos guias e portadores, compra de água, snacks, café da manhã em Ollantaytambo antes de começar a trilha, almoço no último dia, souvenirs e até uma massagem ao final da trilha em Águas Calientes para se recuperar. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Vou confessar que ver o tanto de coisas que tem para se fazer nas redondezas em deu uma vontade danada de sair igual a uma louca, fazendo trilhas, SUP, yoga, andando de quadriciclos, cavalos, mountain bike. É muita coisa para se fazer. Mas é preciso ter foco. De nada adianta tentar fazer tudo e depois não conseguir terminar a trilha, meu grande sonho. Então peguei leve. Muito tempo descansando. Passeios leves. Muitas fotos. Nenhuma invenção gastronômica. Hoje à noite fiquei no hotel. Tomei um longo banho de banheira, assisti um filme na TV, arrumei a mochila. Afinal, vão ser 4 dias sem banho, sem cama e de muito esforço físico. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O hotel que escolhi é ótimo. Estou bem feliz com a escolha. É uma rede peruana chamada Tierra Viva. Quarto espaçoso, confortável. Lençóis e toalhas macios e impecáveis. O serviço é super atencioso. E eles começam a servir o café da manhã às 5h! O que significa que eu vou ter uma “última refeição” bem servida amanhã cedinho, antes de partir às 5h20. É isso. Amanhã às 5h20 começo a famosa Trilha Inca. Durante 4 dias vou percorrer 44Km, chegando à 4600m de altura. Nada de computador, nada de internet, obviamente. Dizem que é a experiência de uma vida. Não vejo a hora de começar. </span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-18206161253279396852014-11-14T21:44:00.000-02:002014-11-14T21:44:03.226-02:00LIMA, DE UMA VEZ<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Hoje estou encerrando minha pequena temporada na capital peruana. Surpreendida positivamente com a cidade, as pessoas, a atmosfera. Antes de seguir viagem para Cusco, vamos a um post grandão com tudo sobre Lima.</span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p2">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-yA_W2RH8YyQ/VGaNmELXCVI/AAAAAAAAA68/RapW7JsQ-EA/s1600/P1410166.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-yA_W2RH8YyQ/VGaNmELXCVI/AAAAAAAAA68/RapW7JsQ-EA/s1600/P1410166.JPG" height="225" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">BAIRROS</span></span></div>
<div class="p2">
<br /></div>
<div class="p1">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-stTsLFqSXYY/VGaMlY1X7GI/AAAAAAAAA60/xASpqbDM_qM/s1600/GOPR0612.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-stTsLFqSXYY/VGaMlY1X7GI/AAAAAAAAA60/xASpqbDM_qM/s1600/GOPR0612.JPG" height="300" width="400" /></a></div>
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Eu, nas ruínas de Huaca Pucclana. Um sítio arquiológico bem no meio da cidade. </div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-R7XPklauAsU/VGaOoed3gAI/AAAAAAAAA7c/LPdv1Dpprjk/s1600/P1410155.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-R7XPklauAsU/VGaOoed3gAI/AAAAAAAAA7c/LPdv1Dpprjk/s1600/P1410155.JPG" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Bonecos ilustrando como o espaço era usado nas ruínas.</div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p2">
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Lima é uma metrópole, que cresce vertiginosamente. Uma cidade bem espalhada, com gente e carros para todos os lados, e você não vai (nem quer) conhecer cada cantinho para conhecer Lima. O importante é se concentrar onde estão as atrações e onde se pode ler melhor a cidade, como fazemos em qualquer cidade cosmopolita. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span></span><br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Miraflores é o bairro mais central, não geograficamente, mas da vida urbana de Lima. É onde se concentram a maior parte dos hotéis e restaurantes. Muitas casas de câmbio, embaixadas e consulados, lojas, escolas, empresas, tudo o que você precisa. É de longe o bairro mais conveniente de Lima, e de fácil acesso para tudo o mais que você quiser visitar. Abundância de taxis e transporte, mas não é um bairro charmoso em si. Exatamente por ser tão central, concentra um fluxo intenso de pessoas de todas as partes de Lima, turistas, gringos e vendedores. É em Miraflores que fica uma das melhores atrações de Lima: Huaca Pucclana. Uma pirâmide pré-inca utilizada como centro de rituais religiosos e cerimônias funerárias. O passeio é muito legal. Os peruanos tem uma coisa de ilustrar os sítios arqueológicos então colocam bonecos e réplicas para encenar os hábitos e costumes da época no lugar. O tour dura pouco mais de 1 hora, os guias são muito bem informados e parecem gostar muito do que fazem. Tem até uma horta e criadoro de animais para exemplificar a dieta dos povos que viviam ali. Vi cuys, lhamas e o raro cão sem pelo peruano. Acho fascinante estar em um sítio arqueológico vivo. Ao mesmo tempo que você vê um grupo de crianças uniformizadas subir a pirâmide em excursão, do outro lado há uma barraca com arqueólogos ainda trabalhando nas escavações. No pequeno museu há até uma múmia. De frente para as escavações funciona um restaurante bem sofisticado. Pode-se jantar olhando as ruínas iluminadas. Descendo até o mar, tem um calçadão sobre as falésias de onde se pode saltar de parapente também. As pessoas sobrevoam os carros congestionados no final do dia.</span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-1OORpfiTK74/VGaS-XuY-nI/AAAAAAAAA8Q/fpO9-nLR_qM/s1600/2014-11-12%2B20.35.09.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-1OORpfiTK74/VGaS-XuY-nI/AAAAAAAAA8Q/fpO9-nLR_qM/s1600/2014-11-12%2B20.35.09.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Salão do Malabar. Sofisticado e maravilhoso.</div>
<br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
</div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">San Isidro é o bairro mais sofisticado de Lima. Casarões, prédios de luxo, lojas de grife e restaurantes requintadíssimos. Tem algumas amostras interessantes de arquitetura, praças muito charmosas e bem cuidadas, e um enorme golf club. Ótimo para bater pernas, tomar um café em alguma das cafeterias chics e terminar o dia no Malabar, por exemplo, e ter uma super experiência gastronômica. </span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-dJSSCBecD9c/VGaPgCtO12I/AAAAAAAAA7s/T9aTJA2zruc/s1600/2014-11-11%2B16.04.21.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-dJSSCBecD9c/VGaPgCtO12I/AAAAAAAAA7s/T9aTJA2zruc/s1600/2014-11-11%2B16.04.21.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Praça central de Pueblo Libre. </div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Pueblo Libre é o bairro do Museu Larco, do qual já falei no post abaixo. Um bairro de classe média, legal para sentir como é a vida do limenho médio. Muitas escolas, comércio e opções de restaurantes legais e baratos. Só a “caça ao tesouro” entre um museu e outro já vale a diversão de um dia inteiro. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-zTaSDNcC1pc/VGaSCSW5aEI/AAAAAAAAA8A/freohKLg2Mo/s1600/P1410086.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-zTaSDNcC1pc/VGaSCSW5aEI/AAAAAAAAA8A/freohKLg2Mo/s1600/P1410086.JPG" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Entrada do Bairro Chino. </div>
<br />
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-mxD3qklDN9I/VGaPOTHuTiI/AAAAAAAAA7k/RvTXs7894gA/s1600/P1400958.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-mxD3qklDN9I/VGaPOTHuTiI/AAAAAAAAA7k/RvTXs7894gA/s1600/P1400958.JPG" height="400" width="225" /></a><span class="s1"><span style="font-size: large;">O Centro é o lugar de Lima onde se pode sentir mais o período colonial e a influência arquitetônica espanhola. É onde fica também a sede do governo peruano. Um tanto decadente e bem perigoso, tomando os devidos cuidados é um bairro bem interessante. Aqui você vai encontrar o peruano de verdade, o povo que batalha, trabalha e pega as conduções lotadas. Restaurantes simples e baratos, lojas populares, prédios decadentes e pequenas jóias históricas esquecidas entre placas de promoções de roupas chinesas e autofalantes de músicas duvidosas. O fluxo de pessoas é intenso. As duas praças principais são vestígios de um tempo em que Lima foi a capital espanhola da América Latina, e tem troca de guarda em frente ao palácio do Governo todos os dias às 12h. Não dá para ficar explorando as ruas aleatoriamente. Saindo das vias mais turísticas, o centro pode ser bem violento. Ficam ali perto o MALI, Museu de Arte de Lima, com exposições temporárias de arte peruana e um café/restaurante bem charmoso e barato. E o imperdível Museu da Inquisição, ao lado do Congresso. É um casarão onde funcionava a inquisição espanhola. O tour conta a história, anda pelas catacumbas onde (de novo) bonequinhos ilustram pagãos sendo torturados. Divertidíssimo! Vale também entrar no Barrío Chino, a Chinatown limenha. Como uma 25 de março apinhada em véspera de Natal, as ruas são fechadas para carros e o mar de pessoas circulam entre lojas baratas, camelôs e restaurantes tradicionais e generosos. Comi maravilhosamente ao lado de um aquário que exibia o Nemo, a Dory e dois peixes-leões. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-BBiIoR371sc/VGaNvG8de3I/AAAAAAAAA7E/B8gMVMeoNoI/s1600/P1410072.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-BBiIoR371sc/VGaNvG8de3I/AAAAAAAAA7E/B8gMVMeoNoI/s1600/P1410072.JPG" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Tortura ilustrada com bonequinhos no Museu da Inquisição.</div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Ainda, bem perto de Miraflores, mas sem entrar muito no bairro, vale um pulo em Surquillo para visitar o Mercado. Flores, frutas, grãos e pedaços de animais pendurados ficam em barraquinhas ao redor desse pequeno mercado. Pode comer ceviche fresco feito com peixes e frutos do mar que você escolhe na hora na banca, e comprar frutas que as mulheres descascam e vendem em sacos. Paguei R$2 por meio quilo de morangos muito doces. Tentaram me vender corações de alcachofra também, limpinhos e cortados. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-vYnSJaytdlg/VGaQ-5sZqeI/AAAAAAAAA74/UXmtRznI7eo/s1600/_MG_8381.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-vYnSJaytdlg/VGaQ-5sZqeI/AAAAAAAAA74/UXmtRznI7eo/s1600/_MG_8381.JPG" height="266" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Mercado de Surquillo.</div>
<div class="p2">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Abaixo de San Isidro, caminhando em direção da praia, fica Magdalena del Mar. Não há nada nesse bairro para ver, mas eu me arrependi de não ter ido todos os dias tomar café da manhã na El Pain de la Chola. Uma padaria super modernosa e descolada. Fazem pães integrais de casca dura e fermentação natural e servem cafés orgânicos amazonenses com técnica barista perfeita e de latte arte. O público é alternativo, muita gente descolada, muitas bikes, roupas de ginástica, computadores e kindles. Dá para sentar nas mesas e escrever um livro inteiro. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p2">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-1X5HKfyzEkI/VGaTGBGbCHI/AAAAAAAAA8Y/aEI5T6_nZpI/s1600/2014-11-14%2B10.54.55.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-1X5HKfyzEkI/VGaTGBGbCHI/AAAAAAAAA8Y/aEI5T6_nZpI/s1600/2014-11-14%2B10.54.55.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Amor à primeira vista pelo El Pan de la Chola!</div>
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Por último, mas não menos importante, o meu favorito bairro: Barranco. Se eu voltar a Lima um dia, esse seria o bairro que eu escolheria para me hospedar. Cheio de restaurantes alternativos e galerias de arte adaptadas em antigos casarões, o bairro é um charme e uma atração por si só. As ruelinhas tem um ar de balneário mediterrâneo. Muitas escolas de arte, teatros, música ao vivo e livrarias. Ah, gente linda para todos os lados. </span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-kBxwNlZtSpg/VGaScT3WYWI/AAAAAAAAA8I/B3soW24THio/s1600/P1410177.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-kBxwNlZtSpg/VGaScT3WYWI/AAAAAAAAA8I/B3soW24THio/s1600/P1410177.JPG" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
O fofo bairro de Barranco. Cara de baneário mediterrâneo. </div>
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-46887415036984498892014-11-12T12:56:00.000-02:002014-11-12T12:56:14.814-02:00TRÊS TAXISTAS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Taxista #1</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Ele era todo sorrisos. Disputava os turistas na saída do desembarque no aeroporto. De empresa credenciada. Crachá no pescoço. Terno e gravata. Carro executivo, em excelente estado. Me alertou dos roubos nos faróis e guardou toda minha bagagem no bagageiro. Bancos de couro, mas nada de ar condicionado. Logo puxou conversa, simpático. Qual era meu nome. O que me trazia à Lima. De onde eu era. “AH, Brasil!”. Acha que os brasileiros e os peruanos são parecidos. São povos alegres. Me perguntou do calor e do carnaval. “É uma festa muito erótica, muito sexual, não é mesmo?”. Respondi que não sabia. “Não gosta de carnaval?”. Não. “Mas achei que toda brasileira se fantasiasse, soubesse dançar o samba”. Não. Não sei. Fechei a cara, abri meu livro e encerrei o papo.</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Taxista #2</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Parei o carro, negociei o preço. Em Lima os taxis não tem taxímetros. O motorista era um homem grade. A barriga protuberante batia no volante, embaixo de uma camisa azul clara manchada, de tecido ralo. Os cabelos brancos despenteados combinavam com o bigode cinza. Logo reconheceu, pelo meu sotaque, que eu era do Brasil. “De onde? Blumenau? Florianópolis? Curitiba? Porto Alegre? Goiânia?”. Me surpreendeu que ele não tivesse tentado nenhum dos centros óbvios para estrangeiros: São Paulo, Rio e Salvador. “Você votou em Dilma ou Aécio?”. Assim, na lata. Conhecia toda o contexto político brasileiro. Me perguntou de Lula, do Fome Zero, de Brizolla, de Jânio. Depois falamos de corrupção. Do impeachment de Collor, do mensalão, da Petrobrás. Ele me deu uma aula sobre a corrupção endêmica da América Latina, falando do histórico de governos desde o México até a Argentina. Quando eu achava que ele já sabia demais, passou a analisar a corrupção nos BRICS, falando dos governos da Rússia, China e Africa do Sul. Parou em um posto de gasolina para ir ao banheiro e abastecer. Pediu o pagamento da corrida adiantado para pagar pelo tanque. O carro tinha a porta amassada, e partes da pintura enferrujada. Me deixou em frente ao Museu Larco desejando “Boa sorte!”. Deixei sua gorjeta dobrada.</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Taxista #3</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O carro caía aos pedaços. Negociamos um preço baixo e sentei no banco torto. Durante a viagem toda ele não emitiu uma palavra. Lia um tablóide enquanto o carro parava no congestionamento, e ouvia uma seleção pop dos anos 80. Information Society, Depeche Mode, New Order, The B52’s, Eurythmics. O fim de tarde deixava o céu com uma concretude assustadora. Pensei como Lima é uma cidade literária. Cheia de histórias para contar. Em “Bizarre Love Triangle”, assobiamos juntos. </span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-7017084445951502212014-11-11T22:00:00.000-02:002014-11-12T03:25:05.874-02:00BEM-VINDA À LIMA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Cheguei hoje cedo em uma Lima acizentada, com cara de domingo de inverno lá em casa. Nas primeiras horas o dia estava bem abafado. Depois esfriou. Esfriou mais um pouco. E comecei a perceber que Lima tem essa cara de cidade litorânea do Reino Unido. Uma luz fosca pela cidade inteira. Há algo na luz dessa cidade. Não brilha como o amarelo que pinta o Tejo de Lisboa. É mais um filtro que esfria tudo, e deixa a vida com uma cara de estar longe do Equador, longe dos Trópicos. Cara de uma melancolia cortante no ar. Até nas pessoas dá para sentir isso. Existe uma força na identidade das pessoas pelas ruas. Bem diferente do que eu conheço de América Latina. Só por isso, Lima já teria me fascinado logo de cara. Mas tem mais. Muito mais. Uma metrópole engajada. Lima foi a capital do Império Inca, e da dominação colonial espanhola. Uma cidade que se destruiu e se reconstruiu inúmeras vezes, e sofre uma devastação programada a cada 25 anos com o fenômeno do El Niño, que causa chuvas maciças, inundações e some com os peixes do litoral. Lima hoje tem 9 milhões de habitantes. É gente pra caramba!</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O trânsito é caótico e os congestionamentos se arrastam pela cidade toda. Você, enquanto pedestre, disputa na raça espaço com carros, motos e bicicletas. Aqui ninguém tem adesivinho no carro de “Trânsito mais gentil”. Ninguém para para você atravessar, mesmo que você esteja na faixa. Os carros nem diminuem. Aceleram em cima dos pedestres, que parecem não se importar. Nas calçadas, ondas de pessoas desviam de skates, patins e bicicletas. Tem ciclovia. Ciclovia de verdade. Daquelas planejadas, estudadas, feitas com tinta que não desbota. Com isolamento das vias de tráfego de carros, na pista interna para não atrapalhar ônibus, pedestres ou o fluxo do comércio. A cidade tem a maior pinta de ser bem administrada. Ou não. Tem seu próprio Malecón, sobre falésias duras sobre o mar do Pacífico. As cores lavadas, lindas, que me fizeram sentir bem longe de onde estou. Não estava preparada para isso. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O B&B que eu reservei é uma graça. Um sobrado em uma vilinha super charmosa, em uma região tranquila e agradável de Miraflores. A dona morou no Brasil, está adorando praticar o português e tem uma gatinha branca de 3 meses que chama Sansa. Ela também, viciada em GOT. Para não perder tempo, deixei a mochila no quarto, tomei um banho e fui para a rua. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-hNMaFczTY4A/VGLpHZI44BI/AAAAAAAAA34/ZfIWWxzSBlc/s1600/P1400812.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://1.bp.blogspot.com/-hNMaFczTY4A/VGLpHZI44BI/AAAAAAAAA34/ZfIWWxzSBlc/s400/P1400812.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
O charmoso Café del Museo. Dá para casar nesse gramado!</div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Confesso que estou passando por uma crise para decidir quais museus visitar em minha curta estada. Lima tem tanta opções tentadoras de museus, que não sei nem por onde começar. Resolvi seguir o conselho do meu guia favorito, o Lonely Planet, e comecei pelo considerado um dos highlights da cidade: o Museu Larco. Um casarão incrível em Pueblo Libre, cercado de primaveras floridas e gatos vagando pelos muros. Nos fundos funciona o Café del Museo, onde aproveite para almoçar meu primeiro ceviche e meu primeiro pisco sour da viagem. Divinos! O ambiente é maravilhoso. Uma longa varanda em L, toda aberta para um jardim interno, com sofás descontraídos para você se abastecer antes (ou depois) da exposição. Seria lindo fazer um casamento ali! (Tenho essa mania de lugares de sonhos para realizar festas de casamento...) O atendimento é super gentil, e eu fechei a refeição com um cappuccino tirado com perfeição. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-4xgIqREz8W8/VGLtEkSidzI/AAAAAAAAA5A/iZ-w4INRJHQ/s1600/photo%2B1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://2.bp.blogspot.com/-4xgIqREz8W8/VGLtEkSidzI/AAAAAAAAA5A/iZ-w4INRJHQ/s400/photo%2B1.JPG" width="300" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
O primeiro Pisco Sour.</div>
<div class="p2">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-VbBODW2dEM0/VGLtEiXz_2I/AAAAAAAAA48/oTKI7pF1izc/s1600/photo%2B2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://4.bp.blogspot.com/-VbBODW2dEM0/VGLtEiXz_2I/AAAAAAAAA48/oTKI7pF1izc/s400/photo%2B2.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
O primeiro ceviche.</div>
</div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Depois fui encarar a exposição, sem muitas expectativas. O Museu Larco é um museu de cerâmicas encontradas nas escavações arqueológicas das diferentes regiões do Peru. Vamos combinar que não é a coisa mais empolgante do mundo pensar em passar uma tarde vendo cerâmica em um museu. Ledo engano! O museu é fantástico! A qualidade da curadoria, da organização da exposição faz com que esse seja um museu de altíssimo nível. Através da evolução das técnicas de confecção de peças de cerâmica, eles constroem uma linha do tempo dos diferentes povos que viveram nessa região, desde a época pré-colombiana, passando pelo império Inca e o período colonial. Existe uma sala especial sobre a confecção de tecidos, uma impressionante sala de apetrechos ritualísticos de sacrifício humano (que é toda vermelha! Muito impactante!), e finaliza com três salas contando a evolução das jóias e acessórios de ouro e prata usados pelos Incas e outros povos. Tão legal quando a gente não tem muitas expectativas quanto a algo, e sai completamente arrebatado. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-4XSv5dFM_dQ/VGLpuuJjjII/AAAAAAAAA4A/gOaIz65wUcI/s1600/P1400830.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://3.bp.blogspot.com/-4XSv5dFM_dQ/VGLpuuJjjII/AAAAAAAAA4A/gOaIz65wUcI/s400/P1400830.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
A difícil arte de transformar cerâmica em um assunto fascinante.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-dzvXiGisy18/VGLp2Zh_-MI/AAAAAAAAA4I/zCfZ7G5BCrg/s1600/P1400847.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://2.bp.blogspot.com/-dzvXiGisy18/VGLp2Zh_-MI/AAAAAAAAA4I/zCfZ7G5BCrg/s400/P1400847.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
A impactante sala dos artefatos de sacrifício humano.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-adhlS9Q6cJo/VGLp9017zZI/AAAAAAAAA4Q/E410WaPsNJI/s1600/P1400856.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://2.bp.blogspot.com/-adhlS9Q6cJo/VGLp9017zZI/AAAAAAAAA4Q/E410WaPsNJI/s400/P1400856.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Curadoria feita com esmero.</div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Em um prédio à parte há ainda uma Galeria Erótica, só com cerâmicas de representações sexuais. O mais interessante é ver a qualidade do acervo do museu, e o excelente estado de conservação. Dá muita vontade de virar arqueóloga e trabalhar em um lugar onde a pesquisa é feita com tanto esmero. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-s45R8XG60po/VGLq8pRy6HI/AAAAAAAAA4c/AbF8AdrPQJc/s1600/P1400815.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://2.bp.blogspot.com/-s45R8XG60po/VGLq8pRy6HI/AAAAAAAAA4c/AbF8AdrPQJc/s400/P1400815.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Fornicação no período Inca.</div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Saindo do Museu Larco você pode ir andando até o Museu Nacional de Antropologia. Há uma linha azul pintada na calçada marcando o caminho que dura cerca de 20 minutos entre um museu e outro. A proposta é divertida. Tem uma atmosfera de “caça ao tesouro”. Você sai andando pelo bairro, seguindo a linha azul, cruzando ruas, parques. Às vezes a linha fica falha, quase desaparece, e você precisa encontrar a outra ponta em algum cruzamento. Divertidíssimo! Além do passeio em si, o caminho traz algumas surpresas da paisagem urbana de Lima. Cruzando um bairro de classe média, com crianças brincando em balanços e velhinhas carregando suas compras nas calçadas. Tirei fotos como uma louca. As linhas dos prédios de apartamentos, as placas que me remetiam à cidades de suburbio dos EUA, para cair em uma avenida movimentada, com supermercados, farmácias e toda uma vida de comércio te arrancando de volta para o Terceiro Mundo. O final da trilha é na porta do museu, que infelizmente estava fechado. Um casarão colonial amarelo, que ocupa todo um lado da praça onde fica a prefeitura de Pueblo Libre. Uma fonte no centro, uma enorme bandeira tentando embalar com o pouco vento. O busto de alguma grande personalidade peruana. Cafés e restaurantes convidativos para todos os lados. </span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p2">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-i6aYugsaFQg/VGLufzGtKbI/AAAAAAAAA5Y/hlZKuoy1cIw/s1600/2014-11-11%2B15.41.59.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://1.bp.blogspot.com/-i6aYugsaFQg/VGLufzGtKbI/AAAAAAAAA5Y/hlZKuoy1cIw/s400/2014-11-11%2B15.41.59.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-UlUjg3_ASPU/VGLuyPhNErI/AAAAAAAAA5o/XISUtv0uQkg/s1600/P1400875.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://2.bp.blogspot.com/-UlUjg3_ASPU/VGLuyPhNErI/AAAAAAAAA5o/XISUtv0uQkg/s400/P1400875.JPG" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-BHQ5F4OwZ3s/VGLu4yfIHcI/AAAAAAAAA5w/r1RhiS1BTGw/s1600/P1400873.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://2.bp.blogspot.com/-BHQ5F4OwZ3s/VGLu4yfIHcI/AAAAAAAAA5w/r1RhiS1BTGw/s400/P1400873.JPG" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-W-O8rcE54Go/VGLr8C0gTGI/AAAAAAAAA4k/hPEocErcBlE/s1600/2014-11-11%2B15.43.54.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://4.bp.blogspot.com/-W-O8rcE54Go/VGLr8C0gTGI/AAAAAAAAA4k/hPEocErcBlE/s400/2014-11-11%2B15.43.54.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-SHbew9iN2wM/VGLsEKWEL6I/AAAAAAAAA4s/F-xtxA_YHW0/s1600/2014-11-11%2B15.45.29.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://2.bp.blogspot.com/-SHbew9iN2wM/VGLsEKWEL6I/AAAAAAAAA4s/F-xtxA_YHW0/s400/2014-11-11%2B15.45.29.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Paisagens na "Caça ao tesouro" entre um museu e outro. </div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Voltei para Miraflores de taxi e fui explorar o bairro em que estou hospedada. Abundância de comércio, casas de câmbio, restaurantes, embaixadas, cassinos. Ruas limpas, mas cheias de gente. Casas de souvenirs, hostels, gringos sentados no café. Andei pelas ruas durante três horas. Sem tirar fotos. Sem me distrair. Só sentindo a cidade. Folheei livros em livrarias. As pessoas amam seus celulares. Os bancos ficam abertos até às 19h. Não há ostentação. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Sofrendo com o jetleg (Lima está -3h de SP), e exausta da caminhada, eu me dei de presente uma pequena orgia gastronômica no Maido. Restaurante japonês fusion do chef nascido peruano Mitsuharu Tsumura. Foram 5 pratos e uma sobremesa que me arrebataram em cada garfada. Sabe quando seu paladar é surpreendido com cada coisa que você coloca na boca? De tudo que eu provei, destaques para o Niguiri de Paracas com emulsão de maca e o bacalhau de altitude marinado no missô - que me tirou as palavras da boca durante uns 5 minutos até eu conseguir processar a surpresa do sabor. </span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-at_R5NXpO2s/VGLtxuMD0dI/AAAAAAAAA5M/PJWUzm1trlw/s1600/2014-11-11%2B21.20.45.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://3.bp.blogspot.com/-at_R5NXpO2s/VGLtxuMD0dI/AAAAAAAAA5M/PJWUzm1trlw/s400/2014-11-11%2B21.20.45.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
O bacalhau de profundidade marinado em missô, com purê de camotillo (um tipo de batata peruana) e conserva de rabanete. Surpreendente. </div>
<div class="p2">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Voltei para o B&B satisfeita com o dia. Pronta para desmaiar. Com essa sensação boa de ter feito valer à pena. Sabe quando o dia não podia ser mais perfeito? Então. Acho que, até agora, Lima e eu estamos nos dando muito bem. </span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-3096411558924877682014-11-10T22:30:00.000-02:002014-11-11T00:12:33.570-02:00A MOCHILA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-sp6h6eWcjLg/VGFssj2yvjI/AAAAAAAAA3U/LQP6ezSG-hk/s1600/2014-11-09%2B20.42.31.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-sp6h6eWcjLg/VGFssj2yvjI/AAAAAAAAA3U/LQP6ezSG-hk/s1600/2014-11-09%2B20.42.31.jpg" height="400" width="300" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Holly e Sabrina, fiscalizando os últimos preparativos. </div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Chegou a hora de fazer a mochila! Hora de drama para muita gente. Êxtase absoluto para virginianas de plantão. A maneira de arrumar a mala diz muito sobre quem você é, e o tipo de viajante que você é. Tem gente que é super metódica, gosta de deixar a mala arrumada com uma semana de antecedência. Eu sou mais desencanada. Sempre deixei a mochila para arrumar em cima da hora. Um pouco antes de ir para o aeroporto. Uma das vantagens de ficar muito tempo na estrada de uma vez é a praticidade em fazer as malas. Em pouco tempo aprendi o que é excesso, o que é útil, o que precisa ficar sempre à mão. Uma vez minha irmã chegou em casa para me dar uma carona até o aeroporto, em uma das viagens que eu ia fazer. Tínhamos que sair em 1 hora. Ela quase surtou quando viu que eu não tinha nada preparado. Sentei para comer alguma coisa com ela, tomei um banho e fiz a mochila em tempo. Puro exibicionismo! </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Hoje preparo a mala na manhã, ou na véspera de sair. Mas confesso que prefiro mil vezes fazer uma mochila para ficar 2 meses na estrada do que uma mala para uma semana em uma cidade com eventos e compromissos. Em junho fui para Lisboa para o casamento da Lícia e do Ivan e quase enlouqueci pensando em roupas para almoços, cerimônia, etc. Minha alma mochileira quer resolver tudo com duas calças e três camisetas. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Com o tempo eu aprendi que viajar bem é viajar light. Levar roupas práticas, funcionais, que ocupem pouco espaço, sejam resistentes e sequem rápido. Gosto de usar roupas de marcas outdoor. The North Face é minha favorita. Gosto de Columbia e Marmot também. A Solo tem excelentes roupas térmicas, para usar por baixo de tudo quando se vai para áreas muito frias, ou subir montanhas como nessa viagem. A Curtlo também tem ótima qualidade, e ótimos acessórios de viagem. É deles minhas bolsas organizadoras e minha necessaire de primeiros socorros. Material feito para quem acampa, pega condições extremas. Então são bem duráveis. Vale investir em um equipamento de viagem de boas marcas. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-x7AL9npdN3E/VGFt_Z8yPpI/AAAAAAAAA3c/DCixhV5tkSM/s1600/photo.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-x7AL9npdN3E/VGFt_Z8yPpI/AAAAAAAAA3c/DCixhV5tkSM/s1600/photo.JPG" height="300" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Tudo pronto para entrar na mochila. </div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Nessa viagem minha bagagem consiste:</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">2 calças de hiking impermeáveis</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 calça jeans</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">4 camisetas de manga comprida térmicas</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">2 camisetas de manga curta dry-fit</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">2 calças térmicas</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 camisa manga comprida viajante</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 camisa manga curta viajante</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">2 fleeces</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 jaqueta water e wind proof light</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 jaqueta water e wind blocker revestida para baixas temperaturas</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 cachecol</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 gorro</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 luva</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">5 meias especiais para trekking</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">5 jogos de roupa íntima básica e confortável</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 chinelo</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 bota de hiking</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 toalha de viagem</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 cantil</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 garrafa dobrável</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">2 lanternas</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 canivete</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 saco de dormir</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">2 hiking poles</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">1 boné</span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">É uma mochila até que grande para 15 dias. Posso ficar meses viajando com essa bagagem. Juntando a necessaire de toillet, o saco de dormir e tudo mais, a mochila ficou com 13Kg. É um bom peso, um pouco no limite para o meu tamanho. Quando se fecha uma mochila é preciso pensar que você vai carregar a bichinha nas costas por vários trajetos. Mesmo que tenham transfers agendados, qualquer bagagem extra pode ser um pesadelo depois de um tempo na estrada. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Uma vez minha irmã caçula preparava a sua primeira mochilada e me pediu ajuda. Tive que tirar vestidinhos, sapatos e bolsas “caso eu vá em uma festa ou algum barzinho”. Mesmo assim ela deixou muita coisa e acabou encurtando o trajeto porque não aguentava mais carregar a mochila para todos os lados. Não que seja um problema querer se arrumar e estar bonita para aproveitar algumas atividades sociais durante a viagem, mas esse é outro tipo de viagem. Quando estou mochilando, assumo o figurino para todas as ocasiões. Se é uma viagem mais urbana até incluo um macacão básico e prático, que possa dar um ar mais elegante para visitar um restaurante ou alguma situação social. Mas em viagem com trilha e floresta, mantenho apenas uma das calças limpa para poder entrar nos restaurantes sem parecer o Indiana Jones. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">A maneira de colocar as coisas na mochila também pode fazer esse espaço que parece tão pequeno, ficar gigante. As roupas eu organizo nas bolsas enroladinhas. Ocupam muito menos espaço assim, e chegam mais organizadas e sem estar amassadas. Necessaires e sapatos na base da mochila, roupas mais leves em cima. Isso é importante. Deixar os itens pesados na base ajuda a manter o equilíbrio quando se carrega a mochila. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">À parte a mochilona, que será despachada nos trajetos, tenho uma mochila de ataque que levo comigo no avião, ou nos passeios durante o dia. Para o trajeto da viagem é nela que ficam minhas câmeras, documentos, programação e vouchers, um moleskine de diário, livro e computador. Todos os carregadores vão comigo também, em uma bolsinha separada. A parafernália de foto aumenta consideravelmente o peso total da bagagem, mesmo não sendo despachado. Estou com mais 5Kg de equipamento no ataque. Foi uma escolha bem consciente, porque quero me esbaldar de fotografar Machu Picchu e Titicaca. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Meu equipamento de foto está bem exagerado. Minha Canon DSLR, uma automática Panasonic Lumix e a GoPro. O computador não vai para a trilha. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Marca de mochila também é importante. Primeiro porque você vai usar bastante. Segundo porque, uma mochila vagabunda vai te deixar na mão no meio da viagem. E aí, acredite, é o tipo de pesadelo que você não precisa. A minha é uma Deuter. Melhor investimento que se possa fazer. Sempre recomendo. São as melhores do mundo. Não é uma mochila barata, mas você pode esperar usá-la por uns 30 anos. Se pensar assim, excelente custo-benefício. Tenho algumas de ataque. Essas troco sempre. As que mais uso ultimamente são, uma da North Face para viagens curtas, de final de semana; e a que vou usar amanhã, uma Jansport que comprei esse ano e estou apaixonada. Bonita, serve para estrada e para a cidade. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Agora que está tudo pronto, hora de dormir. Amanhã às 4h chega um taxi aqui em casa para me pegar. Que comece a aventura! </span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-65403036328722189972014-11-09T21:46:00.001-02:002014-11-09T21:51:08.240-02:00ORGANIZANDO O ROTEIRO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-LWEV3dovTt0/VF_8YeTyJVI/AAAAAAAAA24/LwwOv_c4ez4/s1600/2014-11-08%2B14.22.05.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-LWEV3dovTt0/VF_8YeTyJVI/AAAAAAAAA24/LwwOv_c4ez4/s1600/2014-11-08%2B14.22.05.jpg" height="400" width="300" /></a></div>
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><span id="goog_2116518172"></span><span id="goog_2116518173"></span><br /></span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Ontem postei essa foto da programação da viagem impressa, e causou certa comoção no Instagram pela organização. Bom, eu sou virginiana, então eu vim nessa vida com o gene da organização ativado. Mas a coisa não é assim sempre, não. Quem der um pulo no meu escritório não acredita que é a mesma pessoa da foto aí de cima. Eu não sou tão organizada quanto parece, mas viajando acho que organização pode ser uma grande aliada. Quem se organiza evita imprevistos, controla melhor o orçamento da viagem e otimiza melhor o tempo. Claro que imprevistos vão acontecer, mas estando organizada eu consigo improvisar melhor caso, e quando, acontecerem. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O que consiste essa programação organizada: bilhetes aéreos e de ônibus, emails e vouchers de hotéis impressos, cópia de comprovantes de pagamento e informações de tours pré-contratados. Junto faço um arquivo em word com a programação da viagem dia-a-dia. Qual transporte, horários, hospedagem, e passeios agendados. Em Lima vou fazer uma exploração gastronômica, e como muitos restaurantes são concorridíssimos, também imprimi a confirmação de reserva de todos eles. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Mas daí você pensa, “poxa, precisa imprimir tudo?”. Olha, eu não costumava imprimir. Confiava que estavam na caixa de emails, no celular, e eu poderia usar se precisasse. Até uma viagem em que quase perdi meu vôo e tive que pagar uma nova passagem porque eles não conseguiram localizar meu nome pelo passaporte e eu não tinha o número localizador da passagem anotado em lugar nenhum. Isso acontece com frequência? Não. Mas quando acontece, melhor estar organizada para não detonar a viagem. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Outra coisa legal de manter um roteiro organizado e impresso, é que depois eu posso fazer um arquivo da viagem. Gosto de fazer pastas com as pesquisas, folhetos de empresas, lojas, hostels, restaurantes. Manter o roteirinho todo pronto ajuda muito quando algum amigo vai viajar para o mesmo lugar e te pede dicas. Claro, a pessoa vai fazer a viagem dela, mas uma das coisas mais importantes para se fazer antes de uma viagem é exatamente ouvir experiências de outras pessoas. Ajuda a pessoa a personalizar a própria viagem dentro de seu gosto pessoal. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Para essa viagem eu li muito, guias e artigos sobre o Peru. Conversei com algumas pessoas que já tinham feito a trilha e peguei sugestões de restaurantes com amigos gourmets. O resultado é o que está impresso. Gosto de deixar um tanto de informações surpresas, para ir descobrindo pelo caminho. Tem muita coisa que vou ler só no aeroporto, esperando para o embarque. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Claro que se organizar não quer dizer que a viagem vai ficar engessada. Tenho pavor desses pacotes que cronometram cada segundo do passeio. “1h30 livres para compras e almoço”. Gosto de viajar com alguns pontos de referência. Entre uma coisa e outra, vou sentindo para onde a cidade me leva. Em Lima tenho reservas praticamente em todas as refeições em restaurantes. Isso já define bem a rotina do dia. Durante o dia gosto de explorar. Adoro ficar horas tirando fotos. Tenho uma mania de museus, então sempre visito alguns. E sou louca por mercados. O de Lima está prometendo ocupar um dia inteiro. Mas isso são coisas que vou sentir na hora. Às vezes dá vontade de esticar em uma cafeteria fazendo “people watching”, outras vezes descubro algum spa e resolvo fazer uma massagem. Gosto de descobrir shows ou concertos e já até acabei pintando paredes em uma comunidade com essa coisa de deixar a cidade me levar. Quando a gente está aberto, as coisas acontecem. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Outra vantagem de fazer esse roteiro, principalmente para mim, que viajo sozinha, é poder deixar uma cópia com a minha mãe para emergências. Acho que ela nem lê, deve deixar perdido na caixa de emails, mas, por mais que o roteiro possa sofrer alterações, é bom ter alguém sabendo qual o rastro que se pretende deixar. Costumo dizer que, se acontecer alguma catástrofe, fica mais fácil para a embaixada me localizar. </span></span></div>
<div class="p2">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Brincadeiras à parte, esse processo de preparação é um dos mais gostosos da uma viagem. É como começar a viagem antes de sair de casa. Quando se tem pouco tempo, ou um orçamento reduzido, ou ambos; começar a viagem com essa antecedência garante que você possa viajar muito mais, com bem menos. E depois, porque dispensar as preliminares? Elas são divertidas e ajudam que a gente chegue no <i>gran finalle..</i>. feliz e relaxada. </span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-8320980457411018162014-11-07T22:30:00.000-02:002014-11-08T00:48:39.658-02:00O DRAMA DA HOSPEDAGEM<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Às vezes as pessoas acham que eu tiro de letra organizar viagens. Sim. Eu também acho isso às vezes. Mas daí sempre aparece um desafio, um obstáculo novo e eu me vejo naquela situação de sempre, de ter de lidar com algo pela primeira vez. A verdade é que cada destino é único, e não pode ser tratado como algo habitual, que se tira de letra. Claro que a experiência de estrada me ajuda a prevenir roubadas. Fico mais atenta em detalhes que passariam em branco para turistas leigos. Tenho maior facilidade de organizar um plano B e sou mais flexível quando as coisas dão errado. As coisas sempre estão sujeitas a darem errado. Não adianta se apegar ao erro. Desvia e segue em frente, ou você pode perder a viagem. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Mas isso não é um dom divino que eu tenha e outras pessoas não. É só que eu tive mais tentativas e erros e fiquei calejada. Tem gente com muito mais tempo de estrada e que é ninja nesse negócio de organizar viagem. Outras ainda estão construindo seus caminhos. É assim que funciona. Eu, por exemplo, ando até um tanto relapsa com o conforto que a experiência tem me trazido. Já faz algumas viagens que largo tudo para a última hora, faço as malas 30 minutos antes de ir para o aeroporto, e ignoro algumas informações. Secretamente acho que meu inconsciente quer um pouco de desafio, e faz de propósito para ter mais emoção. Mas esse não é um hábito legal de se criar. Excesso de confiança te coloca em risco. Então estou fazendo tudo “by the book” nessa trip. Mesmo assim me deparei com um desafio que nunca imaginava que passaria: que tipo de hospedagem ficar. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Hospedagem para mim nunca foi algo que eu gastasse mais do que 15 minutos pensando. Durante o sabático meu foco era óbvio. Precisava de hospedagens baratas para poder viabilizar tanto tempo na estrada. Basicamente eu procurava nos sites de hostels, verificava as reviews de outros viajantes e fazia a reserva. Sem dor, sem pena, sem olhar para trás. Poucas vezes o hostel era uma roubada e tive que sair pela cidade procurando outro lugar para ficar. Algumas vezes as condições eram bem diferentes do que o esperado, mas eu sempre penso no custo-benefício da situação. Se vou ficar pouco tempo na cidade, se a localização é boa e o preço baixo, não me importo em fugir da zona de conforto e continuar curtindo minha viagem. Hospedagem é para dormir, basicamente. Sou daquelas que madruga cedinho, passa o dia batendo perna pela cidade e só volta à noite para desmaiar na cama. Então, pouco importa se o lugar tem um mega café da manhã, se a área de lazer deixa a desejar, ou se os lençóis não são de algodão egípcio de 1600 fios. Para mim, se os banheiros forem limpos, o quarto arejado, e o lugar seguro, está ótimo. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Isso foi assim, até recentemente. Na Patagônia, me peguei questionando porque diabos eu estava em um hostel, vendo 3 adolescentes cozinharem miojo no meio da sala, de meias e um chulé terrível, enquanto eu tentava terminar meu vinho e meu livro em paz. Podem colocar a culpa na idade, mas o fato é, se a sua viagem não vai durar um ano inteiro ao redor do mundo, será mesmo que o custo de alguns trocados economizados vale tanto assim o benefício do conforto? </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Particularmente não sou muito fã de hotéis. Acho muito impessoais. (A menos que sejam resorts, mega luxuosos e cheios de mordomia... daí, até eu que sou boba também quero!) Nas minhas últimas viagens tenho optado por B&B e o meu novo amor da vida: AirBnB! </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Os B&B são excelentes opções, dependendo do destino. Tem a vantagem de você se hospedar na casa de algum local, com privacidade e atenção. Acho um charme! Mas precisa ver bem o destino. É um charme se hospedar em um B&B nas Highlands escocesas. Não é um charme tentar se hospedar em um B&B na Bolívia.</span></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">O AirBnB é a nova (não tão nova assim) sensação entre viajantes. Você pode alugar quartos, ou mesmo um apartamento inteiro, direto com os proprietários, pelo período que vai ficar. Acho perfeito para quem não gosta de experiências muito turísticas (como eu!), daquelas com cara de pacote de CVC. Ficando em um apartamento "civíl", você dá um pulo no supermercado, abastece a geladeira para sua estadia. Compra jornal na banca da esquina e toma café no bairro como se fosse um morador da cidade. Mesmo que por poucos dias, consegue ter uma experiência mais autêntica da cidade que você visita. E costumava ser bem mais barato do que um hotel. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Mas a onda parece que já está passando. Nessa viagem, as pesquisas que fiz no AirBnB apareceram com preços tão altos, que eu podia ficar hospedada em hotéis de 4-5 estrelas pelo mesmo valor. As opções mais acessíveis eram bem mais afastadas. Às vezes eu até curto fazer uma estadia fora do centro, mas é preciso estar no clima. Ficar em uma localização não tão central implica em depender obrigatoriamente de ônibus ou metrô para se locomover, perder bastante tempo de locomoção todos os dias de estadia, que poderiam ser usados para explorar mais a cidade. E, invariavelmente, segurança mais frágil. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Eu tive um trabalho danado para definir minhas hospedagens nessa viagem para o Peru. Em Lima vou ficar em um B&B. Em Cusco e Puno optei por hotéis mesmo. As opções de hostels não me pareceram ruins. Vi vários que, acredito, seriam excelentes estadias, e certamente cortariam os custos da viagem em 1/3 (Hostels são bem baratos no Peru). Mas como eu tenho 42Km para encarar no meio da floresta, à 4215m de altura, o quesito conforto é um benefício demasiadamente necessário. E nisso, vou botar a culpa na idade. ;-)</span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-564865893971347802014-11-05T23:00:00.000-02:002014-11-06T00:07:54.242-02:00FOCA EM GRU!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Eu não tenho aqueles empregos convencionais. Desses com fundo de garantia, décimo terceiro e férias + 1/3. O que é um problema, porque quando se resolve viajar, saber que vem aí férias remuneradas + 1/3 é um negócio legal pacas! Também não tenho ninguém cobrindo minhas férias. Sei que para muita gente tirar férias significa já ir pegando leve na semana antes de sair. Na última sexta-feira pré-férias fazer um almoço longo com os colegas, naquela cantina italiana perto da firma, tomar um vinho e emendar com o happy-hour de despedida. A pessoa deixa programado uma resposta automática no webmail da empresa (Estarei fora do escritório entre os dias X e X. Em caso de emergência favor contatar Fulana pelo email...). E Fulana dá conta da bronca enquanto você pede mais uma marguerita em alguma praia de Punta Cana. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Pois é. Mas quando eu tiro férias não é assim. Eu sou freelancer, o que significa que não tenho nenhum privilégio de CLT. Nada de fundo de garantia, nem de férias remuneradas. Muito menos +1/3! Quando eu quero tirar férias eu preciso dar conta do trabalho todo sozinha, porque não dá para colocar a Fulana quando eu estiver fora. Mas nem tudo são espinhos na vida do home-office. As vantagens já começam por aí: home-office. O que significa que eu tenho mais flexibilidade de horários, e posso tirar uma tarde para pesquisar preços de hotéis, sem ficar com medo do chefe me pegar no flagra. Também posso deixar metade da papelada, minha mochila e meu saco de dormir esticados no meio do escritório até ter tempo de arrumar a bagagem, pois a única pessoa que vai achar ruim é a Jô. As gatas estão se divertindo. Mas além de todas as vantagens e a flexibilidade de, praticamente, trabalhar quando e como eu quiser, o que mais gosto dessa minha vida autônoma é que, posso até não ter CLT, mas também não tenho apenas 30 dias de férias por ano. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Esse é um dos maiores segredos de se poder cair na estrada várias vezes ao ano: não estar engessada em um formato tradicional de emprego. Claro que isso demanda mais disciplina e organização. Tem dias que eu tenho que trabalhar dobrado. Épocas de pegar todos os jobs que te oferecem. Bursite no ombro, olheiras de noites mal-dormidas. A máxima vale: no pain, no gain. Acredito que tudo nessa vida é merecimento. Quando quero tirar uns dias para viajar, eu construo o meu. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Minha programação nessa véspera de viagem inclui deixar todo o trabalho encaminhado, para que ninguém note minha falta nos 15 dias que ficarei fora. Também para que eu possa ter tranquilidade para aproveitar de fato, e não ficar surtada resolvendo problemas de longe. Agendei algumas reuniões essa semana, para manter os clientes em follow up. E tenho 15 dias de programação para deixar adiantada. Hoje consegui fechar a semana. Até domingo tenho que fechar a programação até o dia 24. </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Eu mantenho uma “Foca List” ao lado do computador. Separo todas as pendências nas listas de cada dia e o segredo é focar. Dá vontade de ficar vendo o vídeo fofinho que alguém postou na internet, ou esticar um almoço mais preguiçoso no meio da tarde, mas não pode tirar o olho da bola. No meu caso, a bola é chegar tranquila e pronta no Terminal de Embarque de Guarulhos na terça de manhã. Eu foco em GRU! Pego um item da lista, sento e trabalho até terminar e riscar a foca da lista. Hoje dei conta de 14 itens da minha lista. Foquinhas todas riscadas! </span></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-size: large;"><span class="s1"></span><br /></span></div>
<br />
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Amanhã tenho que fechar a programação da viagem. Confirmar as últimas pendências, comprar dólares e imprimir todos os tickets e vouchers. Mas o maior desafio tem sido manter o treinamento de corrida no meio dessa pauleira. Normalmente eu abandonaria o treino, mas a trilha vai exigir bastante condicionamento físico e eu não estou muito bem nesse quesito. Na verdade, essa é a minha maior preocupação agora. Ontem e hoje não corri. Acho que vou pegar minha “Foca List” a abrir logo com a corrida amanhã. Olho na bola, foco e disciplina! </span></span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-1DgyltyvWNY/VFrT7bh9d_I/AAAAAAAAA2E/j1KmW88Qstc/s1600/photo%2B(1).JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-1DgyltyvWNY/VFrT7bh9d_I/AAAAAAAAA2E/j1KmW88Qstc/s1600/photo%2B(1).JPG" height="400" width="300" /></a></div>
<div style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">(Essa é minha "Foca List" de amanhã. Se eu conseguir manter a organização, não tem como dar errado.) </span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-64239607717071519772014-11-04T23:00:00.000-02:002014-11-05T00:18:35.592-02:00CONTAGEM REGRESSIVA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<span id="goog_1000410840"></span><span id="goog_1000410841"></span><br /></div>
<div class="p1">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-u7gq5ZB8CgE/VFmDSwcjt2I/AAAAAAAAA1U/RR5qwvaz-QQ/s1600/P1400798.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-u7gq5ZB8CgE/VFmDSwcjt2I/AAAAAAAAA1U/RR5qwvaz-QQ/s1600/P1400798.JPG" height="225" width="400" /></a></div>
<br /></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Contagem regressiva para a minha grande viagem do ano! Verdade que já viajei bastante esse ano, mas tenho a proposta de realizar alguns sonhos de viagem. Desde que voltei do sabático (em que realizei muitos sonhos de uma vez), estou buscando ir para, pelo menos, um lugar dos meus sonhos por ano. </span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Fui para a Patagônia em 2011. Para Bolívia, Noronha e Africa do Sul em 2012. Ano passado foi a vez de Cuba, sonho bem antigo. E esse ano vou - finalmente - realizar o sonho de fazer a Trilha Inca para Machu Picchu. </span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span class="s1"><span style="font-size: large;">A trilha Inca é um desses roteiros almejados durante a vida inteira. Desde a adolescência, muito antes de criar coragem de comprar minha primeira mochilona (uma "Trilhas e Rumos" azul, que era um sacão e eu usei até arrebentar no carrossel de bagagens de um aeroporto), eu queria ir para a Índia e fazer a trilha Inca. Curiosamente, depois de tantos anos na estrada, não realizei nenhum dos dois. </span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Já tentei fazer a trilha algumas vezes no passado, cheguei a abortar em cima da hora em 2011. Quase que não rola esse ano também. É preciso reservar com bastante antecedência, e nisso fica uma das maiores dificuldades. A trilha é controlada. Permitem que apenas 500 pessoas estejam na trilha por dia, incluindo os guias e portadores. Veja bem, não são 500 pessoas entrando na trilha por dia. São 500 pessoas no total, do início ao fim. Levando em conta que a trilha leva 4 dias para ser completada, são cerca de 125 pessoas apenas entrando todos os dias. Também, só se faz a trilha com guia. Por mais que você seja experiente, não rola de chegar lá de alegre e subir pelo clássico caminho que os Incas usavam para chegar até Machu Picchu. Claro, existem trilhas alternativas, que também eram usadas pelos Incas, mas quem é montanhista sonha em um dia fazer a trilha clássica. É quase um ISO9000 no currículo de qualquer mochileiro que se preze. Viajantes do mundo inteiro tem essa viagem em seus “To do lists”. </span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Esse ano fiz minha reserva em Março (o ideal mesmo é reservar com um ano de antecedência). Conseguir encaixar na agenda não foi fácil. As vagas para junho ou julho, que é a alta temporada da trilha, estavam esgotadas. Tive que me organizar para ir agora, em Novembro. Mesmo assim, quase fico sem essa vaga também. </span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Daqui uma semana vou estar em Lima, começando quinze dias de uma viagem que sonho há muito tempo em fazer. O roteiro fechei todo no último final de semana. Alguns dias em Lima, visitando restaurantes - e provando o que a Condé Nast Traveller elegeu como a capital gastronômica da América Latina. Cusco por alguns dias, para me adaptar à altitude. Quatro dias da clássica trilha, na floresta, acampando e tirando fotos. Machu Picchu, que vem com a promessa de ser um dos lugares mais impressionantes que se pode visitar na vida. Depois Puno, por dois dias, apenas para conhecer o maior lago da América do Sul, o Lago Titicaca. (Gente, tenho crises de riso com o nome desse lago... muito boba!) </span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Ultimamente eu não tenho atualizado muito esse blog, mas se tem uma coisa que eu adoro fazer é escrever sobre minhas viagens. Então, abrindo a contagem regressiva para a aquisição de uma das figurinhas mais ambicionadas do meu passaporte, vou fazer uma coisa que nunca fiz por aqui: Nos próximos dias vou falar sobre a preparação da viagem, planos, reservas, as pesquisas e expectativas, antes do diário de bordo que vai começar dia 11, terça-feira que vem. </span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Como toda véspera de viagem, eu estou atolada de trabalho, varando noites para dar conta de preparar tudo para poder sair. Muito do “caminho das pedras” para realizar esses sonhos está exatamente nesses 7 dias que antecedem o embarque. </span></span><br />
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Então, acompanhem. De certa forma, a viagem já começou. ;-)</span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-2890037240930031202014-10-31T10:48:00.001-02:002014-10-31T10:48:32.689-02:00AH, O VERÃO...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Falta mais de um mês para o verão, mas o clima aqui em casa já está na minha estação favorita do ano. Minto. Segunda estação favorita do ano. (Outono sempre vai ser outono!). O que isso significa? Chás gelados pelas tardes preguiçosas? Manhãs na beira da piscina respondendo emails pelo celular? Vestidinhos esvoaçantes para tomar sorvete aproveitando o horário de verão? Nada disso! Significa que as gatas estão soltando mais pelos do que elas tem nos corpos, e uma vez por dia temos a sessão “Chamem a Sociedade Protetora dos Animais, porque estão nos matando!”. Uma vez por dia eu preciso travar uma batalha hércula para escovar as gatas e aliviar a quantidade de pelos pela casa. Holly é a mais escandalosa. Grita, mia, chora, esperneia, tenta me morder. Arranhões nos braços, camisetas rasgadas. E lá se vai um chumaço de pelos. O tempo todo tenho que controlar a Sabrina também, que fica pulando na minha cabeça, tentando salvar a irmã - e, invariavelmente, comendo os chumaços de pelos que saem da escova. Depois é a vez de Sabrina, que é mais passiva. Sabrina não resiste à nada, e tem sido um grande aprendizado. Ela simplesmente se deixa escovar. Se submete. Do mesmo jeito que se deixa abraçar, apertar, beijar, virar de ponta-cabeça. Depois ela apronta e faz tudo do jeito dela. Acho uma grande lição de vida, não resistir. Mas, em sua não resistência budista, Sabrina ainda protesta pelas escovadas. Mia, um miado agudo em apinéia. Arrastado ao longo das passadas da escova. Um lamúrio pela entrega de seus pelos descartados. Então vem a parte da alergia. Rinite ataca, crise de asma. Allegra, bombinha, colírio. Banho. Passar luvas de borracha sobre as roupas, as almofadas, os travesseiros da cama. Mais chumaços. Antes a gente pudesse tosar gatos como fazem com cachorros. Deixá-los aterrorizantemente pelados. Penso de que forma isso destruiria o orgulho de Holly. Sabrina certamente se submeteria a virar um Sphynx. Mas eu amo as duas do jeito que são. Vomitando bolas de pelos, desencadeando crises de asma, fazendo escândalo para os vizinhos. O que vale mesmo a pena na vida são as coisas que dão trabalho. Aquelas que a gente incorpora na rotina. </span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4731768722664271697.post-23539709389122603392014-10-07T12:04:00.001-03:002014-10-07T12:04:36.168-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Essa coisa de política está passando dos limites. Olha o diálogo que tive hoje cedo com a Jô.</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Jô, secando as luvas de borracha na lavanderia:</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">- Dri, você é esquerda, né!?<br />
- Eu?<br />
- É. Você é esquerda.<br />
- Olha, Jô, para falar a verdade não sou. Me vejo mais como centro. Tem coisas que me irritam tanto na esquerda como na direita, e para ser sincera, não acho que tenhamos uma esquerda de verdade no Brasil...</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Ela levanta a luva.</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">- Tô falando da luva. Você usou só a esquerda. Você é esquerda.</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Arregalo minhas olheiras:</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">- Hum! Eu sou destra, Jô. É que eu fui tirar os pêlos das gatas das almofadas ontem e peguei a primeira que estava à mão. Por acaso era a esquerda...</span></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px;">
</div>
<div class="p2">
<span class="s1"><span style="font-size: large;">Vídeos de gatinhos, minha gente! Vamos compartilhar mais vídeos de gatinhos, por favor!!!!</span></span></div>
</div>
Adriana R.http://www.blogger.com/profile/04140892743696161212noreply@blogger.com0