quarta-feira, 21 de setembro de 2011

CERTEZA

Sabe quando a gente começa a ter certezas na vida? Quando eliminamos o que não queremos. Um exemplo. Você abre um cardápio e não sabe o que quer comer. Você gosta do salmão, mas a massa parece apetitosa. Salada é saudável, o frango da mesa ao lado está cheirando até você e o molho da carne parece divino. Então você elimina a salada, porque está frio e você quer algo quente. Você elimina as massas, porque está afim de manter o peso. Elimina a carne vermelha, porque cortou da dieta. Elimina o frango, porque leu uma pesquisa sobre a quantidade de hormônios. Então você decide pelo peixe. Porque no final do dia nós só temos certeza mesmo de algo, quando temos certeza do que não queremos. Acredito que mais do que saber o que se quer é importante saber o que não se quer. E eu. Eu não quero ficar com mais ninguém. Todo o resto eu não sei. Não sei o que quero do futuro. Não enxergo um palmo a frente. Não sei se quero mesmo casar, ter filhos. Não sei onde quero morar, o que quero fazer. Não sei de nada disso. Mas se me perguntarem hoje com quem eu quero ficar, isso eu sei. Não que eu saiba, na verdade. Só que eu sei que não há mais ninguém com quem eu queira ficar. Eu identifiquei o que eu não quero. E isso para mim é certeza suficiente. Ou não. Porque não muda nada na minha vida. Porque não muda nada na decisão dele. Talvez eu devesse cortar. Eu sei que racionalmente eu deveria cortar. Focar minha energia em coisas que são reais para mim. Mas para isso eu não estou pronta. Eu não quero. Eu gosto dele na minha vida. Eu gosto dele. Então não estou mais confusa. Não porque eu tenha encontrado todas as respostas e soluções. Mas só porque eu sei quem eu não quero que saia da minha vida. E eu vou agüentar enquanto eu suportar a dor.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

CONFUSA

Eu fiquei mais velha e tanta coisa aconteceu em quinze dias que eu já nem me lembro como era quando eu tinha 34 anos. Antes eu costumava ficar angustiada quando a vida me confundia. Hoje eu estou apenas aceitando estar confusa. E confusa é o único adjetivo que eu posso carregar agora. Estou confusa. Muito. Meu Dutch Prince se foi. Voltou para seu país que é tão longe e frio. E faz com que nossos horários sejam descasados, e o tempo não adequado. Deixa tudo tão difícil. Eu não consigo enxergar nem uma semana a frente dessa história. Só enxergo o hoje que é cheio de saudades e uma tristeza fina, feito garoa. Como se não fosse confusão o suficiente, e quinze dias dizem que não é nada, ainda assim é tempo da vida pregar peças. Colocar de volta, no centro das atenções, o primeiro amor que tive na vida. Coisa de novela, de filme de sessão da tarde. Pensar que às vezes demora 10 anos para a gente ouvir tudo o que queria ter ouvido de uma pessoa. Eu sou o tipo de pessoa que precisa ouvir. Ouvir com todas as letras, com cada sílaba. Ouvir “eu te quero”, porque só quando é dito isso eu tenho condições de saber se eu também quero de volta. É assim. Meu coração em migalhas, sem saber para onde ir. Ainda assim, totalmente sozinho. Tanto se tem que nada se tem. Ando pensando em ficar sozinha. Estou cansada. Meu coração está cansado. Cansado de gostar, de amar, de se apaixonar, de esperar. Cansada de tantos homens e amores. Não consigo ter certeza do que quero. Me dói pensar em uma resposta. Acho mesmo que o que quero é ficar sozinha. Me afundar no trabalho e mais nada. Sem vontade nem de vida pessoal. Fechar ao máximo minhas relações para talvez tudo ficar mais simples, mais acessível. E quem sabe eu resolvo essa confusão. Quem sabe saia dos meus lábios algo mais concreto do que tem saído ultimamente. A mim parece que, a única coisa que sou capaz de dizer é “eu não sei”. E disso eu tenho certeza. Não sei.