terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tranquei o MBA até que eu coloque ordem na minha bagunça pessoal. Mas tive de ir para a GV ontem e hoje para finalizar uma matéria do ano passado. Não acho o MBA da GV a coisa mais incrível do mundo não. Pode até soar arrogante, mas achei minha pós em Marketing da FAAP muito mais interessante do que o MBA. Mas isso pode ser frescura minha. A única coisa que eu não engulo de jeito nenhum é o coffee break da GV. Ontem tinha micro-pizza de queijo. Ok. E mini-baguette gordurosa com calabresa. Geralmente as opções são todas com carne. Embora a micro-pizza possa ser um alimento vegetariano, não podemos dizer que seja uma opção saudável de lanche. E isso eu acho de uma falta inadmissível para uma instituição como a GV. Como é que, nos dias de hoje, uma empresa que se considere referência não ofereça opções vegetarianas em seus eventos e momentos de convivência. Como é que uma empresa como a GV tenha no seu cardápio apenas opções para deixar seus executivos cada dia mais obesos e com as artérias entupidas? Como é que uma empresa dessas abuse de copos e suportes descartáveis, produzindo lixo desnecessário e totalmente não sustentáveis? Então, como forma pacífica de protesto, eu escrevo em todos os formulários de avaliação de disciplina: “Acredito que a qualidade do coffee break destoe do padrão de qualidade dos serviços oferecidos pela GV e apreciaria se pudessem considerar a inclusão de alimentos mais saudáveis e opções vegetarianas ao cardápio.” É mais ou menos isso. Às vezes estou mais raivosa, outras mais política. Mas todas vezes estou adorando me posicionar sobre algo que acredito. Eu fui vegetariana por 5 anos. Durante 1 ano desses 5 eu não dizia que era vegetariana. Dizia que não comia carne. Eram coisas diferentes. Nunca fui militante tampouco. Passei 5 anos (talvez alguns meses mais) sem colocar nenhum bichinho no estômago. E depois disso passei por períodos de vegetarianismo que iam e viam, simplesmente porque a ausência de proteína animal me fazia sentir muito mais conectada com o astral. Quando eu voltei da Guatemala flertei com o vegetarianismo novamente. Passei um mês e meio em desintoxicação, tentando encontrar meu rumo de volta ao Brasil. Então me mudei, voltei a cozinhar na minha própria casa, e não demorei muito para descobrir que eu não sabia e nem tinha vontade de aprender a cozinhar carne. Tive algumas tentativas que me deixavam com nojo da tábua de corte e das louças para serem lavadas. Até que resolvi que não teria mais carne em casa e somente comeria carne quando comesse fora. Não demorou muito até que comecei a ler alguns artigos bastante perturbadores sobre a indústria de carne, frangos, peixes e porcos. E como é irremediavelmente insustentável ingerir esses alimentos. É como acordar depois de um longo sonho. Por mais que você tente, não consegue voltar a dormir. Não se pode continuar a comer carne sabendo o que eu sei sobre a produção de carne. E eu nem sei tanta coisa assim. É só que , o que eu sei, é suficiente para nunca mais colocar um pedaço de animal da boca para em alimentar. Também, mastigar, engolir e digerir um animal assassinado não é o tipo de energia que eu tenho procurado para mim. Tem sido minha temática constante nos últimos meses, a não-violência. Como praticar a não-violência precisando que animais sejam assassinados para que eu me alimente. Antes fosse simplesmente pela alimentação em si. Na maioria das vezes as pessoas continuam financiando essa indústria cruel pelo simples prazer do sabor efêmero de uma garfada. Em 99% das vezes “É gostoso!” é o argumento usado pelas pessoas carnívoras que eu conheço. Não quero ser uma militante. Acho chato gente assim. Mas acredito que quando a gente descobre algo muito legal e muito verdadeiro (algumas vezes descobrimos inclusive algumas facetas revoltantes) a gente tem vontade de compartilhar com as pessoas que a gente gosta. Do mesmo jeito, sem ser agitadora de nenhuma forma, acredito que seja sinal de caráter não se omitir perante uma injustiça, perante um absurdo, perante algo quando você carrega informação de ser cruel, perigoso, insustentável, mesquinho. E só por isso eu vou exigir que empresas que me prestam serviços tenham atitudes de responsabilidade ambiental. Porque foi-se o tempo em que o hedonismo vigorante nos nossos padrões de vida funcionassem como argumentos suficientes para sustentar estilos de vida que gerem violência, agridam o meio-ambiente e inviabilizem a sustentabilidade futura da vida na Terra.

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