domingo, 27 de janeiro de 2013

AMOUR

Eu nunca tive medo de envelhecer... Até assistir a esse filme. Agora tenho medo de envelhecer, e tenho medo de envelhecer sozinha. A nossa imagem de amor acaba sempre sendo associada a juventude. A vida inteira pela frente. Mas como é depois que a vida inteira está atrás? É preciso um amor sem tamanho, absoluto, onipresente, para nos preservar da nossa própria condição humana. Amor esse que talvez nossas mães tivessem, caso estivessem vivas quando chegamos nesse ponto. Amor incondicional. Capaz de amar sempre e mais, quando vivemos o lado B da vida. É bonita a vida. É linda. Mas você há de querer chegar ao final dela, esgotá-la assim. Com alguém que te ame assim. 

Um comentário:

Rogério disse...

Essa é de fato uma questão relacionada ao amor que poucas pessoas se lembram quando abordam o tema. Primeiramente que quando um casal decide se unir, a imagem que gera a agradável ideia de que ficarão juntos para sempre, parece estar mais associada a visão que o envelhecimento significa algo na linha de ficar assistindo jogo na sala de espera do hospital enquanto a eternamente jovem esposa está enfaixando o pé que torceu. Para isso de fato não é necessário que o amor seja a base do relacionamento, já que um número infindável de jovens casais podem imaginar vivenciar esse suposta cumplicidade quando deixam de sair no sábado à noite porque um dos dois está gripado. Mas e quando a juventude se vai e o envelhecimento aparece? Se não existe mais aquele encantamento visual de décadas atrás, é nesse momento que a existência do amor (ou falta dele) vai aparecer. Acho que quase todo mundo que afirma ter o desejo de ficar sozinho para sempre, não pensa que existe o envelhecimento antes do "para sempre" rs...