sábado, 27 de dezembro de 2014

SÁBADO


Há 10 dias eu recebi uma notícia que virou minha vida de cabeça para baixo. Uma notícia maravilhosa, coisa que eu estava esperando e torcendo para acontecer. Mas ainda assim, tirou o chão de baixo. Com um email todos os meus planos recentes, meus projetos, tiveram que ser deletados e eu precisei tomar fôlego e reestruturar totalmente minha vida. Na verdade eu tomei um porre de tequila e não fôlego. Troquei o dia pela noite, parei de malhar, comi um monte de porcaria, fumei. Baguncei completamente a minha rotina, porque não fazia ideia de por onde começar o tanto de mudança que vou ter que fazer na minha vida. Agora acalmou. Caiu a ficha de que um ciclo se fechou. Foi um ciclo maravilhoso. Voltar para São Paulo, construir uma nova carreira, reencontrar um círculo social. Os primeiros anos foram bem difíceis. Me senti muito solitária, um pouco desgostosa com a vida. Depois vieram algumas provações, problemas de saúde, corações partidos. Esse ano foi o encerramento de um ciclo extremamente dolorido. Fechei questões que me acompanham desde que nasci e, pela primeira vez na vida, me senti livre. Esse ano cumpri um dos meus karmas, e dá um alívio danado conseguir isso. Agora me preparo para um novo ciclo, uma nova vida, um novo sonho. Estou empolgada e feliz como não me sentia desde a adolescência e entrei na faculdade de cinema. Passei a fase do medo. Resisti à tentação de ceder à minha vontade de controlar o mundo, e estou aceitando as etapas desse processo como elas se apresentam. Até por isso hoje acordei às 12h30, demorei na cama jogando poker no celular, desci de calcinha e passei o dia em frente à TV vendo filmes no Netflix e comendo frutas da geladeira. Mentira. Comi uma caixa de chocolate também. O que também é bom. Sinto falta da minha rotina, de reencontrar meu equilíbrio. Mas ele volta, naturalmente. Ainda tenho muitas estruturas para destruir antes de começar meu novo ciclo. Uma nova rotina para construir depois. Faz parte. A vida é feita dessas coisas. Dos começos e finais de ciclos, das coisas que perdemos e desconstruímos para que possamos iniciar sempre novas coisas. Não dá para saber onde a vida vai nos levar. Eu torço, faço minhas apostas, mas no final do dia são escolhas e merecimento. Nem que de vez em quanto eu só queira merecer terminar um dia preguiçoso com vinho, deitada na minha cama com a janela do quarto aberto, pensando que o calor todo do verão (que também eu não controlo agora), será uma grande saudades em breve. 

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