terça-feira, 25 de setembro de 2012




Corridinha depois de meses sem participar de uma. Na minha camiseta estava escrito “Eu corro por mais AMOR”. Haviam camisetas com Solidariedade, Amizade, Paz, Igualdade, Respeito. O minha caiu justamente a “mais AMOR”. O amor me persegue. Acho bom, porque eu também persigo ele. Então eu larguei, percurso de 7K delícia, saindo do Parque das Bicicletas até o Shopping Eldorado. Eu ainda mal ganhando a República do Líbano, no primeiro kilometro e... TIBUM! Sem água. Pisei em falso em um desses olhos de gato da rua e me estabaquei no chão de asfalto. Senti a palma da mão ralada. Uma dor excruciante no tornozelo esquerdo. Parei, tirei o tênis. O pessoal do apoio chegou de bicicleta. Passei gelol, alonguei. Acho que dá para continuar. Se inchar eu paro. Continuei. Me senti guerreira. O corpo já estava quente, então foi fácil não sentir muita dor. Manquei em alguns trechos, andei em outros. No último kilometro a coisa pesou. O andar leve claudicante deu lugar para uma dessas cenas que a gente vê em final de maratona nas Olimpíadas. Cruzei a linha de chegada arrastando a perna, fazendo caretas e imaginando “Carruagens de Fogo” na minha cabeça. Tantan tantanrantãããã! Me sentindo o próprio exemplo da força e da perseverança do esporte. A própria Gabriela Andersen-Schiess. Preparando meu discurso para o Fantástcio. Mas ninguém me deu bola. Sai da linha de chegada e fui direto para o posto médico. Ganhei um saquinho de gelo e um aviso de castigo. Conforme o tornozelo esfriava, as lágrimas desciam pelo meu rosto. Dói, mas não inchou. Cheguei em casa, fiz mais gelo. Enfaixei, tomei antiinflamatório. A dor passou. Pensei que estava tudo bem. Pensei que dava para ver o timão jogar tomando cerveja no Filial, e ir para o aniversário de 10 anos do Bar da Dida, e falar um monte, dar risada, andar para lá e para cá. Até fiz sala para o ex-namorado que resolveu passar férias no Brasil (isso porque estamos os dois muito bem resolvidos, obrigada!). Então, ontem de manhã, o tornozelo parecia uma bola de baseball. Ou melhor, de tênis. Não tenho nenhuma familiaridade com bolas de baseball. Cancelei compromissos, botei o pé para cima. Assustei. Não é que eu sinta dor mais, só que os movimentos estão limitados e parece que sempre vou puxar de mais alguma coisa. Suspeitei que não poderia fazer ballet essa semana. Suspeitei que não poderia correr. Fui hoje ao médico. Ganhei elogio pela corrida. Ganhei puxão de orelha por não ter parado e por não ter ficado quietinha. Tiramos uma “chapa”. Boas notícias. Lesão nível 1. O médico vira e diz: “quatro semanas de repouso”. Respiro fundo, puxo a bombinha de asma, e respondo:


- Ok, doutor. Só quero te pedir umas coisinhas: Vamos diminuir esse tempo aí. Eu nunca quebrei um osso na vida, meu corpo se recupera logo.
- Você é o que chamamos de péssima cliente! Hummm... Ok. Duas semanas. Mas em repouso.
- Repouso é o quê?
- Nada de ficar correndo 7K por aí. Tornozeleira de neoprene durante o dia. Pode tirar para dormir.
- Ok. Outra coisa. Um atestado para eu levar na academia.
- Certo.
- E, por fim. Posso fazer bicicleta?
- Na academia?
- Do prédio, em casa. Não tem atrito, não força a articulação.
- Hummm.... Ok, um pouco. E vou liberar membros superiores.
- Yes!
- Estou até me sentindo mal. Você tão atleta e eu sou totalmente sedentário. 


Amém! Alguém reconhecendo meu esforço. Para alguma coisa havia de servir cruzar parecendo o Smeagol a linha de chegada.

Um comentário:

Ana Carla disse...

Parabéns! (fogos e rojões ao fundo)
Tomara que o tornozelo sare logo!