terça-feira, 7 de outubro de 2014

AMIGOS, IDAS, VINDAS E MENSAGENS NA CAIXA DO FB



Hoje eu recebi uma mensagem muito inesperada no FB. Alguém que saiu da minha vida. Fiquei pensando nas pessoas que entram e saem da nossa vida, e depois tentam entrar de novo. Eu não acredito muito em coisas definitivas. Existem pessoas que acabaram saindo da minha vida por desavenças, por estarmos em momentos diferentes, em buscas diferentes. Existem pessoas que eu excluí da minha vida por escolha. Algumas para me proteger, outras por considerar que o ciclo já havia terminado. Sem julgamentos. Acho normal pessoas entrarem e saírem. A vida é feita disso. Das experiências que temos e das pessoas que encontramos no caminho. Sou muito grata pela vida ter sido muito generosa nesses dois quesitos. Vivo experiências incríveis e conheço muita gente legal, por mais que às vezes a decisão seja por me afastar delas depois de um tempo. Quando paro para pensar, minhas amigas mais queridas tiveram ciclos. Até minha irmã de infância, a Carol, ficamos 16 anos sem nos ver até que eu fui para Portugal em 2010. Coisas de quem cresceu antes do advento da internet e da criação do Orkut. O K ficou “de mal” de mim por um ano. Só me desbloqueou no FB no meu aniversário, agora em agosto. Houve um tempo em que isso me afetava. Eu ficava arrasada e não entendia a falta. Ficava pior ainda quando era eu a me afastar. Carregava a culpa de me sentir intransigente, sem paciência. Hoje recebo isso com mais naturalidade. Como parte da vida. Tem gente que vai, tem gente que volta. E tem gente que nunca vai voltar. E está tudo bem. Eu celebro o tempo em que essas pessoas estiveram em minha vida, e sou grata e feliz pela amizade, o carinho, e tudo o que aprendi com eles. Então hoje, quase perdida na minha caixa de mensagens, um enorme pedido de desculpas de uma pessoa com quem tive um vínculo muito legal de amizade, de carinho; mas que acabou misturando as coisas e pisando na bola. Foi uma surpresa enorme, não apenas porque eu considerava essa uma pessoa que tinha ido e não voltaria, mas pela percepção que ele tinha. Nem sempre as pessoas reconhecem que pisaram na bola, e mais raramente ainda elas tem coragem de admitir seus erros e pedir desculpas. Acho que em outra época eu teria ignorado a mensagem. Talvez respondido secamente, só para ser educada. Pior, eu teria sido bem arrogante e reforçado o erro dele e minha super-razão. Hoje enxerguei nessa mensagem uma oportunidade de praticar generosidade e o apreço ao outro. Quem sou eu para julgar quem pisa na bola!? Eu já pisei na bola um milhão de vezes, com diversas pessoas. Eu já pisei na bola feio! Quando estava passando por momentos bem difíceis pessoais e acabei oferecendo o pior de mim. O fato de alguém me dar o seu pior em um momento não significa que não exista muita coisa de boa ainda ali. Eu escolho ficar com o que as pessoas tem de bom, mesmo que elas demorem anos para me oferecer. E quando alguém nos oferece algo de bom, nós aceitamos, e agradecemos, e perdoamos, e abrimos nosso coração para mais experiências. 

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