terça-feira, 12 de junho de 2012

FELIZ MEU DIA DOS NAMORADOS


Mais um Dia dos Namorados... houve tempo em que eu desejava atropelar casais apaixonados e tinha vontade de fazer engasgar com brownies em formato de coração quem me falasse sobre a data. Hoje, com os anos de maturidade, (agora “senhoura”) posso dizer que era puro ressentimento. Não existe nada mais triste do que uma pessoa ressentida pelo amor de outras. Que bom que não faço mais parte desse time. Não que eu esteja apaixonada, não estou - não por um ninguém em especial - mas o que pode dar uma certa depressãozinha nas pessoas, e o tal do ressentimento que eu sentia nos idos da minha juventude (bons tempos!), é a ideia de que a felicidade e o amor são provenientes de uma fonte limitada. Explico. Você só se ressente do amor de outro se acreditar que o fato de duas pessoas estarem apaixonadas reduz suas chances de amar e ser amada. Como se alguém estivesse usando a sua cota nesse latifúndio. Parece bobeira dito assim. E é. Amor é como Gremmlim, se reproduz quando jogado na água, se for alimentado depois da meia-noite. Hoje, quando vejo pessoas apaixonadas, fico esperançosa indeed. Sinal de que ainda não caímos todos no cinismo. Amor é contagioso. Quanto mais, melhor. Numa época em que tudo ficou tão banal, e levar relacionamentos superficiais virou até normal, eu me sinto aliviada de ver pessoas que ainda se amam, cultivam laços, declaram-se e são capazes de (grandes ou pequenas) demonstrações. Hoje em dia vejo mulheres que nem mais se ofendem se o cara não liga no dia seguinte. Verdade que desapego é uma evolução. Mas antes de tudo vem respeito, principalmente por si mesma. Cobrar respeito, cobrar consideração, cobrar carinho, virou sintoma de loucura. Quantas vezes ouvi amigas dizendo "Não vou falar isso porque ele vai achar que eu sou louca". Como boa corintiana admiro a capacidade de uma loucura sadia. Então eu acho lindo uma data em que as pessoas estão inundando o Instagram com fotos de coração, e postando músicas bregas no FB, e fazendo declarações de amor no Twitter. Porque eu sou caretinha em relação ao amor, e acho lindo escolher um dia para se permitir ser romântico, ser apaixonado, ser estupidamente ridículo em sua vulnerabilidade por outra pessoa. Se permitir ser vulnerável a outra pessoa. Acho que essas são as pessoas mais fortes. Eu e o amor, já tivemos nossa lua de mel, tivemos períodos de aflição e ceticismo. Mas eu sou uma romântica. Sempre volto para ele. Talvez não uma romântica de grandes gestos, ou declarações públicas; mas certamente daquelas que precisa de cilindro para mergulhar. Não gosto de ficar na superfície usando snorkel, quero tocar na areia do fundo do mar. Eu acredito em alma gêmea. Acredito em relações de verdade. Acredito em pessoas que buscam um tipo de cumplicidade e companheirismo que farão valer toda uma vida. Mas, acima de tudo, acredito que a maior relação de amor que temos é com nós mesmos. Enquanto eu não encontro meu grande amor, (para postar música do Fagner no FB e dividir brownie em formato de coração no jantar), eu digo feliz dia dos namorados para mim. Essa é a relação que vai me permitir ser vulnerável a outra pessoa. Vem ano, passa ano, todos os dias dos namorados, eu continuo apaixonada. Pela vida. 

Um comentário:

Anônimo disse...

E tivemos uma aula divertida no Dia dos Namorados, não? Bj, Lu Gerbovic