sábado, 2 de fevereiro de 2013

OS INSTINTOS "MULHERZINHA" PARA TRABALHOS MANUAIS



Eu costumo dizer que dentro de mim mora uma Stepford Wife - referência às esposas robôs dos anos 50 no livro de Ira Lewin. Eu queria ter uma cozinha grande, com uma bancada de granito para espalhar massa de pão. Chegar de tarde e fazer um bolo formigueiro, deixar o aroma invadir a casa e passar um café fresquinho para acompanhar. A vida deveria ter bolo caseiro todos os dias. Acordei hoje com uma vontade danada de assar um bolo. A última vez que fiz isso foi um desastre. Consegui fazer a massa explodir, grudou no meu cabelo, no chão. Dois meses depois eu e a Jô ainda encontrávamos vestígios da tentativa em partes do armário. E olha que era de caixinha! Algum tempo atrás resolvi fazer cupcakes. Comprei a forma, um livro de receitas da Martha Stewart. Fiz até a lista de compras. Nunca passou disso. Tenho várias desculpas. A cozinha é pequena, não achei açúcar de confeiteiro. Verdade que nem procurei, mas não estava lá, na prateleira do Pão de Açúcar. Então não achei. Verdade também que a cozinha é pequena. Bem pequena. E eu não tenho uma bancada de granito para espalhar os ingredientes em potinhos e brincar de Ana Maria Braga. Quem nunca brincou de Ana Maria Braga!? Preparar todos os ingredientes bonitinhos em potinhos, e ir seguindo a receita como quem dá aula de culinária na TV!? Às vezes acho que deveria fazer mais coisas manuais. Decorar vasos de flores, pintar coisinhas de decoração para colocar na casa. Fazer potpourri. Arrumar um álbum de fotografias. Ser mais caprichosa. Talvez seja coisa de menina isso, né!? Quem sabe o dia que eu comprar o apartamento. Quem sabe quando abrir a cozinha e reformar a sala eu coloque uma bancada. Uma mini-bancada. Então eu fecho o segundo quarto, faço uma estante só de apetrechos. Com fitas, laços, lantejoulas, cola quente. Faça uma estante para os meus gatos colecionáveis. E um catálogo para os meus CDs. Quem sabe! Por enquanto a única coisa manual que eu faço é escrever. Sai bonitinho. Não é o tipo de coisa que se vê de relance, batendo o olho. Mas se a pessoa para e senta para ler, acha bonitinho. Quem sabe eu não faça aquele bolo com café para acompanhar!? Quem sabe!?

Um comentário:

Cláudia disse...

Eu queria trabalhar só até as 3 da tarde. Assim chegaria em casa e ia molhar minhas plantas, bater um bolo, afofar as almofadas do sofá... voltar a bordar, quem sabe?