sábado, 15 de fevereiro de 2014

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Hoje a única coisa que eu comprei foi a GoPro que o carioca pediu. Estou enfadada de consumir. Juro, isso é possível. Não aguento mais entrar em loja, dirigir, carregar sacola, olhar prateleira, empurrar carrinho entre corredores. Eu sei que tem muita gente que faz compras dias e dias seguidos. Que tem isso meio como estilo de vida. Eu adoro fazer compras. Mas não está no meu sangue desse jeito. Estou cansada. De bode. Peguei o carro e fui dar uma volta por Miami Beach. Como está acontecendo o Boat Show, o trânsito está infernal. Pleno sábado, as ruas ficam travadas a ponto de desligar o carro e pensar na vida. Parece que a cidade também está mais cheia por causa de um feriado nacional segunda-feira. As pessoas aproveitaram para fugir da Era do Gelo que está rolando no norte e vieram produzir um pouco de vitamina D. O feriado é pelo “Presidents Day”. Sério! Os caras tem um feriado nacional para celebrar os presidentes. Ah, se a moda pega no Brasil!!! Imagina só!? Um dia para celebrar Collor, Lula, Sarney, FHC, Itamar, Figueiredo, Geisel e Jango. Dou risada sozinha no meio do café só de tentar imaginar uma coisa dessas... Mas, enfim! Como eu não celebro dia de presidente nenhum, passeio pela praia como se fosse outro dia qualquer, comum. Fez um dia lindo. Sol, céu firme e azul. As pessoas estão todas na rua, jogando, andando de bicicleta. Calor faz a gente ter vontade de viver mais. Eu fui andar os cerca de 2Km do Deco District, porque adoro ver aqueles prédinhos em cores pasteis. Entre a Ocean Dr e a Collins Ave é uma maravilha ficar horas admirando as linhas, as janelas redondinhas, as varandas com blocos vazados. Eu não entendo nada de arquitetura. Sou leiga no nível “gosto-nãogosto”.   Por exemplo: Gosto das linhas curvas do Copan. Não gosto das carambolas roxas do Ruy Ohtake. Embora eu seja leiga em conhecimentos técnicos, adoro apreciar. É algo que sempre faço quando vou viajar. Em Bruxelas pode-se fazer alguns circuitos bem interessantes arquitetônicos. Praga é um desbunde. Parece até um museu a céu aberto. Gent, que foi o berço da revolução industrial, tem uma arquitetura tão forte que te faz entender uns 2 semestre de aula de história. Mesmo Havana Vieja, que está sendo restaurada agora, conta tanto para a gente só com as suas fachadas pela metade. Miami tem essa particularidade. Entre o pastelão cafona de prédios espelhados e ostentação vulgar, uma milha tombada pelo patrimônio histórico, faz a gente viajar por um tempo mais lúdico e simples. Onde parecia mais simples ser feliz. Onde talvez as pessoas não precisassem comprar tanto e consumir tanto para se sentirem bem consigo mesmas. Uma ilha no meio da barbárie superficial que é o resto da cidade, aquela 1 milha com cor de bala, me fez sentir vontade de voltar a fotografar. Faz muito tempo que não tenho vontade de simplesmente pegar a câmera e sair pela rua fotografando. Me arrependi de não ter trazido nenhuma da minhas tantas câmeras. Ainda bem que das complicações que inventamos com os anos, a câmera embutida no Iphone seja uma das boas. 








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