Uma das coisas mais gostosas da vida é estabelecer um
objetivo e conquista-lo. Colocar uma meta, traçar um plano e ser bem sucedido
na execução. Às vezes sinto que falta um pouco disso na minha vida. Falta um
pouco da cenourinha para correr atrás. Do conforto para a conformidade é só um
punhadinho de letras. Quando a gente se dá conta, a vida já está no piloto
automático. Então gosto de criar alguns obstáculos. Estipular pequenos sonhos.
Depois da grande conquista de 2014 – que eu fui atrás,
consegui e vai mudar minha vida completamente em 2015 – resolvi correr atrás de
uma conquista antes de ir embora. Rolou um convite entre os mergulhadores no
Facebook, e depois de algumas postagens tínhamos 4 equipes e lá estava eu
inscrita para a Bravus Race em Abril.
A Bravus Race é uma corrida com obstáculos. São 5K (nem tão
assustador) com inúmeros obstáculos como paredões para escalar, escadas sobre
pântanos para passar pendurada, tanques de gelo para mergulhar, campos com
arame farpado para rastejar e toras de madeira para carregar (isso sim, bem
assustador). A primeira coisa que pensei foi: “será que dá para pular algum
obstáculo?”. Acontece que dá. Mas acontece também que para pular cada obstáculo
é preciso pagar 20 flexões.
Porque alguém como eu, que anda sedentária, preguiçosa e sem
disciplina, resolveria fazer uma prova dessas? Exatamente por estar sedentária,
preguiçosa e sem disciplina. A ideia de que eu não estou preparada para essa
corrida e que eu posso treinar e chegar lá e fazer, é algo que me atrai muito.
Nada como um desafio para a gente se
sentir viva.
Por isso, resolvi abraçar a brincadeira para valer!
O primeiro passo foi contratar uma personal. Coloquei um
post no FB e vários amigos me indicaram uma dezena de profissionais bem legais.
Passei uma semana encontrando e entrevistando, e acabei fechando com a Lu
Proietti. Sabe quando o santo bate com a pessoa? A Lu faz corrida de aventura e
entende como um bom treinamento é essencial, não apenas para conquistar o
objetivo final, mas para prevenir lesões. Então essa semana começamos uma
rotina puxada de treinamento para fortalecer os grupos de músculos que mais
serão exigidos na Bravus, e me preparar para passar por cada um dos obstáculos.
Além disso, reforcei a corrida e a Lu vai me passar um treino de natação para
os dias que a gente não se encontra. O objetivo é secar, ganhar força e fôlego
em menos de 3 meses. A Lu disse que dá tempo. Eu acredito nela.
Paralelamente, fiz uma revolução na alimentação. Não existe
resultado completo sem um cuidado global de treino e alimentação. Todo mundo
sabe disso. Então aumentei o consumo de proteínas, para ganhar músculos, cortei
glutén, gorduras saturadas e alimentos de alto índice glicêmico. Cabs à noite
também foram banidos e uma dose de suplementos entraram na dieta. Whey,
colágeno, e um monte de alimentos funcionais que prometem turbinar os resultados.
Minha geladeira está cheia de chia, amaranto, linhaça, óleo de coco, tapioca,
banana, brócolis, cogumelos e leite de amêndoas. Tudo para meu corpo ser
estimulado para alcançar seu maior potencial.
Essa primeira semana foi estranha. Tenho a sensação que como
muito. Os alimentos me dão tanta saciedade, que contrasta com a ideia de dieta
que sempre tive na vida. Aquela sensação constante de passar forme. Então isso
é um tanto estranho. Depois de uma semana de treino também eu estou podendo
vivenciar um corpo encharcado em ácido lático. Sinto dor em praticamente todos
os músculos do meu corpo. Dói para andar, para abaixar, para levantar os
braços, para me virar, para tirar um casaco. No fundo, adoro essa dor. Sinal de
que os músculos enferrujados foram colocados para trabalhar.
Dizem que as primeiras semanas são as mais difíceis, porque
o corpo precisa se habituar. Que assim seja. Até agora estou feliz pra caramba
de ter uma cenourinha para correr atrás, e bem confiante de que eu vou
conseguir. Vou chegar na Bravus em Abril e arrasar naqueles obstáculos!
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