quarta-feira, 13 de abril de 2011

EXAUSTÃO

Sabe aquela sensação de fazer, fazer, fazer e não produzir nada? Eu sei que é só fase, é só me organizar. Botar um pouco mais de disciplina na vida. Ainda assim, é um pouco frustrante. Então eu durmo menos. Acordo em cima da hora. Cabulo a ginástica. Fumo. Como mal. E vivo cansada. Os dias estão passando tão rápidos, que sempre anoitece e eu penso “Já?”. Tenho vontade de deitar e dormir no meio do dia. Isso é uma coisa que não faço. Dormir no meio do dia. Para mim é coisa de bebês, adolescente ou quem culturalmente faz siesta. Eu deixo para dormir quando morrer. Agora eu quero vida. Quero fazer. Ficar com os olhos bem abertos. Hoje voltando para casa para terminar uma coisa que eu precisava ter entregue ontem, me peguei com sentimentos de desistência, de covardia mesmo. Sentindo desconfiança, medo, baixa auto-estima. Eu acho que esse tipo de coisa é química. Não me pertence. Não sou eu. Mas também sei que quando acontece a gente sente, e sente bem real. Eu fico repetindo para mim mesma que não é de verdade. Que são apenas um grupinho de hormônios brincando no meu cérebro. Mas a verdade é que a gente tende a fazer e dizer coisas que se arrepende nessas fases. A gente costuma amarelar. Então eu repeti para mim mesma, “Você está cansada, Adriana. Você só está cansada. Só isso.”. Talvez esteja na hora de diminuir um pouquinho ritmo. Só por uns dias. Até recarregar. Talvez eu pegue o final de semana e finalmente bunde um pouco no Sol (Sol?) na piscina do prédio. E me esparrame no sofá por duas horas lendo algum livro que não seja técnico, ou que não signifique trabalho. Melhor ainda se o livro for bem bobo e traduzido em umas 30 línguas. Talvez eu deixe de atender ao telefone por um dia inteiro. Ou mais audaciosa ainda, eu desligue o celular! Já pensou? 24 lindas horas de celular desligado. Computador fechado. Levantar da cama depois das 7h. Ficar de pijama até ele ficar encardido. Assistir documentários estranhos na TV. Re-assistir todas minhas comédias românticas favoritas. Largar a louça suja dentro da pia e o sapato jogado no meio da sala. Acho mesmo que vou fazer isso, mas por enquanto eu estou afundando no tanto de trabalho que depende de mim e eu ainda não fiz. Me sentindo terrivelmente culpada por ser tarde da noite, e eu estar escrevendo aqui em vez de riscar mais algum item da minha To Do List ou dormir (para evitar cochilar quando o farol abrir). Eu sei olhar os sinais que meu corpo dá. Essa semana comecei a dizer “nãos”.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nãos ou nões? O fato é que, química ou não, "a gente tende a fazer e dizer coisas" de que se orgulha em outras fases. A vida, a minha vida, pelo menos, é bipolar e ciclotímica. Hoje sim, amanhã não. E o melhor é saber que cada fase... é apenas uma fase.

Anônimo disse...

Adriana, obrigada por ter escrito o texto por mim... muito gentil da sua parte, viu!
Ah... eu não fumo, mas o resto, tá certinho!
beijos,
da Ligia ( coleguinha da escrita criativa)