Tive uma semana bem intensa. Com direito a dias de depressão, caos, trabalho além da conta. Algumas coisas que me deixaram chateada e tristezinha. Então essa semana resolvi fazer uma sopinha e chamar algumas amigas queridas para nos afundarmos no vinho aqui em casa. Realmente aconteceu. Quatro garrafas de vinho no meio de muitas conversas e risadas. Essas coisas maravilhosas que só as amigas são capazes para recuperar seu humor. Então Paula vira para mim e diz "Vou para Paris no meio de Junho. Porque você não vem comigo?". Sabe que por dez segundos eu fiquei tentando pensar em razões para não ir. Não me veio nenhuma em mente. E eu comecei a pular como besta no meio da sala. "Paris! Paris! Paris!". Então assim. Paris em junho. Longas caminhadas. Vinhos nos parques. Fotos na Pont Neuf. Vou visitar Versailles, que não fui da última vez. E fazer tudo o que eu não consegui fazer da outra vez porque S. era americano demais para fazer coisas francesas. Como Paula é praticamente parisiense, será ainda mais especial voltar para lá com alguém que conhece a cidade de uma forma não turística. Estou que não me aguento de empolgação. Muita benção! Eu preciso agradecer. Sempre que fico borocoxô, a vida me presenteia com algo fantástico. Muita benção! Mas espera um pouquinho... Não é apenas isso não! Checando passagens com minha agente de viagens, ela me oferece uma da KLM via Amsterdam... Tá pensando no que eu estou pensando? (Porque não parar uns dias em Amsterdam???) Pois é. Estou até agora tentando achar um motivo para não. :-) E meu Dutch Prince ainda vai me encontrar lá... Lógico que eu já estou me coçando de vontade de ir para Brussels, Barcelona, Londres, Porto, ficar mais tempo e rever tantas cidades que eu amei. E ROMA! Claro. Minha Roma amada. Mas não vai dar. Não dessa vez. Vou pegar apenas 10 dias, aproveitando final de semana, feriado prolongado e torcendo para ninguém reparar que eu fui até ali e volto já. Mas ainda assim, é Paris! E Amsterdam como cereja do bolo. Dá para não sorrir? (Eu ainda estou pensando em algum motivo para não.) Não. Não dá.
"...estou procurando, estou procurando. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi." (Clarice Lispector - Paixão Segundo GH)
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sexta-feira, 20 de maio de 2011
SURPRISE!
Tive uma semana bem intensa. Com direito a dias de depressão, caos, trabalho além da conta. Algumas coisas que me deixaram chateada e tristezinha. Então essa semana resolvi fazer uma sopinha e chamar algumas amigas queridas para nos afundarmos no vinho aqui em casa. Realmente aconteceu. Quatro garrafas de vinho no meio de muitas conversas e risadas. Essas coisas maravilhosas que só as amigas são capazes para recuperar seu humor. Então Paula vira para mim e diz "Vou para Paris no meio de Junho. Porque você não vem comigo?". Sabe que por dez segundos eu fiquei tentando pensar em razões para não ir. Não me veio nenhuma em mente. E eu comecei a pular como besta no meio da sala. "Paris! Paris! Paris!". Então assim. Paris em junho. Longas caminhadas. Vinhos nos parques. Fotos na Pont Neuf. Vou visitar Versailles, que não fui da última vez. E fazer tudo o que eu não consegui fazer da outra vez porque S. era americano demais para fazer coisas francesas. Como Paula é praticamente parisiense, será ainda mais especial voltar para lá com alguém que conhece a cidade de uma forma não turística. Estou que não me aguento de empolgação. Muita benção! Eu preciso agradecer. Sempre que fico borocoxô, a vida me presenteia com algo fantástico. Muita benção! Mas espera um pouquinho... Não é apenas isso não! Checando passagens com minha agente de viagens, ela me oferece uma da KLM via Amsterdam... Tá pensando no que eu estou pensando? (Porque não parar uns dias em Amsterdam???) Pois é. Estou até agora tentando achar um motivo para não. :-) E meu Dutch Prince ainda vai me encontrar lá... Lógico que eu já estou me coçando de vontade de ir para Brussels, Barcelona, Londres, Porto, ficar mais tempo e rever tantas cidades que eu amei. E ROMA! Claro. Minha Roma amada. Mas não vai dar. Não dessa vez. Vou pegar apenas 10 dias, aproveitando final de semana, feriado prolongado e torcendo para ninguém reparar que eu fui até ali e volto já. Mas ainda assim, é Paris! E Amsterdam como cereja do bolo. Dá para não sorrir? (Eu ainda estou pensando em algum motivo para não.) Não. Não dá.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
PINK BIKE
Eu quase não dou conta de ficar pesquisando conteúdo e descobrindo blogs por todos os lados. Vou esbarrando em tanta coisa legal, que depois não lembro de onde foi, como, quem. No meio da incursão de hoje, esbarrei nessa bike perdida entre um post e outro. Pink! Sim, Pink! Eu me lembro que quando tinha 15 anos a moda eram as mountain bikes com 18 marchas. Eu queria uma rosa. Rosa fluorescente. Não existia. Eu quis tanto. Com tanta força. Que 15 dias antes do meu aniversário a Caloi (ou foi a Monark... não lembro) lançou uma exatamente como eu queria. E eu ganhei de presente. Dei muitas voltinhas na Fábrica da Melhoramentos com ela e com a Carol. Hoje eu tenho uma comum. Caloi, 21 marchas. Bonita. Bem urbana. Em Amsterdam eu pirei com as bikes que todo mundo usa para cima e para baixo. Simples, de ferro. Com freio no pedal. Jeitão retrô. Como essa semana eu ando saudosista da Europa (talvez porque esteja esfriando e eu fico pensando que lá é só primavera ainda e o verão vai chegar), ando com uma saudade de Roma, de Bruxelas, de Londres e Amsterdam (minhas favoritas). De tomar gelatto, deitar na grama do Hyde Park, waffles e pedalar entre canais. Eu vi esse modelito e pensei: “tem meu nome nela”. A coisa mais "mim qué muito" do mês! O preço nesse link só que me assustou. Será que é pegadinha? Será que eu caio na pegadinha? Só falta um cestinho na frente, um ramalhete de lilases e lavanda... Ah, em algum lugar do mundo é Primavera!
domingo, 17 de outubro de 2010
I AM STERDAM
Eu estou em Utrech com a Lulu e o Pedrón. É bem pertinho de Amsterdam e a Lulu não me deixou ficar em nenhum outro lugar. Eu também não resisti muito porque só a idéia de arrumar a mochila me dá calafrios. Tipo, stress pós-traumático mesmo. Então eu tenho ido todos os dias para Amsterdam e voltado. Praticamente só durmo em Utrech. Primeira coisa é que eu AMO Amsterdam. Isso é fato, inquestionável. E falo de amor, amor. Amor de verdade. Não da euforia da paixão. Amor daqueles que é simplesmente. Daqueles que a gente não precisa sair e berrar. Estou aqui martelando o Tico e o Teco, pensando em uma desculpa para mudar para Amsterdam e virar dutch. Tá difícil, mas eu ainda vou ter uma idéia brilhante. E dito isso, agora podemos fofocar sobre outras coisas. Comprei o I AMsterdam Card de 48h. É um pouco salgadinho (€48), mas te dá livre acesso à todos os museus da cidade, transporte público e desconto em uma infinidade de shows, restaurantes, atrações. E ainda vem incluso um tour de barco pelos canais. Sabe aquelas pessoas que comem até vomitar no rodízio só para fazer valer o que estão pagando? Foi mais ou menos assim meus dois últimos dias. Uma glutona cultural. Fui no Van Gogh, no Rijks, no Rembranthaus, no Museu do Diamante (dizem que são os melhores amigos das garotas...), dois museus de foto IN-CRÍ-VEIS! O Foam e o Marseille. Aproveitei que estava no meio do caminho e fui em um museu que mostra como eram as casas de canais do século XVIII. Fiz o tour nos canais de barquinho e assisti um concerto desbunde. Rachmaninov. Ainda é meu favorito. Hoje tirei o dia para a ressaca. Acordei quase meio-dia, fui encontrar uma amiga de infância com quem não falava há 15 anos. Talvez 14, não importa. A verdade é que eu estava muito nervosa de encontrar com ela. Nossa amizade ficou abalada todos esses anos por um motivo muito dolorido. Coisas que o coração às vezes arma para a gente, e eu nem sei explicar como foi especial encontrá-la hoje, assim, fechando minha jornada. Passamos a tarde conversando como se nunca tivéssemos deixado de nos falar. Sentadas em um Café na beira do Rio Amstel. Comendo nachos com guacamole e suco de maçã. Tomei uma cervejinha, daquelas frutadas que parecem suquinho, mas continuo feliz com a abstinência quase total. Engraçado como a vida vai dando voltas e faz tanta coisa com a gente. Quando eu estava no foyer do teatro, aguardando para assistir o concerto, comecei a lembrar de algumas coisas que tinha lido no Museu Van Gogh. O trecho de uma das cartas dele para o Theo antes de se matar. “Sou um fracasso. Sou um desapontamento.” Dois meses depois, essa alma tão perdida (e já sem uma orelha) deu um tiro no próprio peito e morreu após 5 dias em decorrência dos ferimentos. Ele tinha 37 anos. Morreu sem assistir como seu trabalho genial e sem precedentes inspirou toda uma geração de pintores e deu início à Arte Moderna. Então caiu uma ficha. Uma fichona. Caiu e eu comecei a gargalhar. Gargalhar igual idiota no meio do foyer, segurando o programa da noite e uma xícara de cappuccino. Pela primeira vez na vida eu realmente entendi a frase de Sócrates, “só sei que nada sei”. E a gente não sabe nada mesmo. A gente precisa parar de arrancar a própria orelha e de dar tiro no pé, porque às vezes o que é fracasso e desapontamento se transforma no movimento mais instigante que já vimos na história da arte. (Pelo menos na minha opinião. Não acho que nada foi feito de muito genial depois do Modernismo e todas suas variantes.) Eu sou uma louca. Obcecada por certezas, regras e seguranças. E a única certeza que eu tenho na vida é que não tenho certeza nenhuma. Isso é muito libertador. Ainda não tenho o distanciamento suficiente da minha própria jornada. Eu ainda não coloquei os pés no Brasil. Ainda estou homeless quando voltar para São Paulo. Mas eu consigo ver que durante todo meu caminho eu passei por fracassos e desapontamentos. Um atrás do outro. Surtos um atrás do outro. E no final de tudo a única coisa que foi sempre uma constante é a incerteza. Por mais paradoxal que seja, ter certeza da minha incerteza está me fazendo sentir calma, tranquila e segura como nunca. Não sei se vou virar dutch. Nem se algum dia vou voltar para Amsterdam. Mas não tenho vivido a cidade como se fosse o começo ou um fim. Estou apenas me deixando encaixar aqui. De resto é um dia de cada vez. Uma pincelada a cada hora. Vou pintar milhões de quadros. Posso não vender nenhum. Mas a incerteza. Assim como essa cidade cheia de bicicletas e galerias perdidas entre ruas estreitas e canais. Ambas. Ainda serão minhas.
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