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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

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Hoje comecei uma detox. Comecei a academia também. Queria voltar para a academia que eu fazia antes, que ficava dentro do shopping e tinha tanta coisa, mas tanta coisa, que parecia um clube. Tinha até spa e ofurô no vestiário. Academia de gente rica. Mas aprendi que, por mais que se ame o lugar, na hora de malhar o que conta mesmo é a praticidade. Então estou fazendo uma aqui no bairro mesmo, é só atravessar a rua. Custa também 1/3 do que custava a outra. Mais um ponto para a academia do bairro. Tomei meu suco verde e fui. Suco verde foi uma das minhas grandes descobertas de 2013. É vida pura. Sinto meu corpo literalmente energizar enquanto vou engolindo a gororoba verde. As regras são simples:

SUCO VERDE
1 verdura verde escura
1 verdura qualquer (acelga, salsinha, aipo, agrião)
2 frutas (de preferência 1 maçã)
1 legume (sempre vou de cenoura ou pepino)
linhaça
gengibre
água

Meus segredos? Uso sempre couve como verdura principal, e salsinha (porque é diurético). Maçã é minha fruta base, assim aproveito e sigo o ditado “An apple a day, keeps the doctor away”. Uso água de coco para deixar ainda mais saboroso e é um super isotônico. Dá um copão de suco que engulo de uma vez só. Vida pura! Para a couve não estragar, já que ela amarela bem rápido, deixo fatiada e congelada. Vai direto para o liquidificador. Antes de correr tomo um copo de água com limão e o suco verde... pronto, sou energia pura! Tanto que me surpreendi. Encarei não apenas 5,5K na esteira, como uma aula de spinning e uma de abdominal em seguida. Acho que fazia uns 10 anos que não fazia aula de spinning. Lembrei porque eu gostava tanto. É como uma balada em cima da bicicleta. A música estimula, o astral é alto, mas você se coloca a prova o tempo todo. Tem sempre um objetivo para alcançar. Achei que não ia conseguir levar a aula até o final, enferrujada como estou... cheguei a quase morrer de ataque cardíaco nos primeiros 15 minutos. Já estava preparada para a vergonha. "Aluna nova desmaia e baba no primeiro dia de aula". Mas depois entrei em um platô, daí fazer a aula se tornou agradável e até confortável. Pensei até em encarar algumas braçadas na piscina depois, e brincar de Triathlon, mas tinha que trabalhar. De qualquer forma a ideia ficou na cabeça. Fazer a sequência corrida-spinning-piscina, nem que seja uma vez por semana, pode ser divertido... No almoço fiz um mega sopão detox também. 


SOPÃO DETOX
1 repolho verde
3 tomates
1 cenoura
1 chuchu
1 abobrinha
15 vagens
1 cebola
linhaça 
flor de sal

Tudo orgânico. Manda tudo na panela de pressão e depois bate no liquidificador. O certo seria passar uns três dias à base de sopão e suco verde, até desintoxicar tudo. Mas eu não consigo. Nem quero conseguir. Comi salada, algumas frutas, iogurte (a única coisa industrializada do dia). Acho importante entreter meu paladar. Não quero ficar entediada, nem terminar odiando suco verde e sopa detox. As coisas precisam ser leves, precisam ser gostosinhas. Senão é tortura. Não é natural. E a ideia toda da detox é exatamente o oposto, é reequilibrar nosso estado natural. 

Amanhã vou resgatar a meditação. Precisando colocar ordem no meu espaço interior. 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A SENSAÇÃO LIBERTADORA DE ACEITAR AS COISAS COMO ELAS SÃO


Christina Hendricks - nenhuma Miss Universo.

Eu queria ter o corpo da Gisele Budchen. Não é clichê não. Queria mesmo. Queria também a conta bancária dela, mas eu até que estou feliz com a minha. Também estou feliz com o meu corpo. É o que temos para hoje, fazer o quê!? Acho que todo mundo tem aquele desejo secreto (ou não tão secreto) de espelhar alguma insatisfação em outra pessoa. A gente queria ter o cabelo da atriz, o corpo da atleta, a inteligência da intelectual, o sucesso da celebridade, a grana da milionária. Como se a solução de todos os problemas do mundo estivessem nessas coisinhas. Nos detalhes que achamos imperfeitos. Só porque em algum momento alguém colocou um padrão e estabeleceu o que era ideal e o que não era. A gente começa a sentir necessidade de coisas que nem sabíamos que precisávamos. No final do ano passado eu tava assistindo ao Miss Universo (é público e notório que amo programas trash de TV) e acompanhando pela minha timeline do twitter. Então alguém retweetou um comentário qualquer em inglês: “Não sei porque fazer um concurso de Miss Universo depois de Christina Hendricks”. Eu sorri. Para quem não conhece, Christina Hendricks é a Joan de Mad Men (minha atual série favorita). Ela é uma bombshell, linda, voluptuosa. Uma unanimidade dentro e fora da trama. A única coisa curiosa é que Christina Hendricks é gorda. Dentro dos atuais padrões de “beleza”, ela é o que chamam de “plus size”. Sempre gostei dela. Gosto da sua interpretação bem discreta e do tom de ruivo do cabelo. Então fui pesquisar e descobri que, com 1,71m e 70Kg, embora seja considerada “melhor do que uma Miss Universo”, Christina Hendricks vive se debatendo com a mídia por causa de suas medidas. E sofreu durante o começo de sua carreira por não atender aos padrões de abdomen negativo exibido pelas Misses no concurso. Não é muito engraçado!? As mulheres que estavam se candidatando a serem as mulheres mais bonitas do universo exibem formas tão artificiais e plásticas que geravam comentários de pena e repulsa, enquanto aquela que era endeusada como uma “Miss universo óbvia”, sofre em sua intimidade porque não tem aquelas formas. Continuando a pesquisar descobri que Mariska Hargitay (a detetive Benson de L&O SVU e filha de Jayne Mainsfield) tem 64Kg. Descobri ainda que Marilyn Monroe tinha praticamente minha altura (1m66 - eu 1m68) e sofria com o efeito sanfona exatamente na mesma abrangência de peso em que eu vivo me debatendo (53-64Kg). Agora pensa aqui comigo, se é para se projetar em alguma imagem de atriz ou celebridade, porque eu queria ter o corpo da Gisele Bundchen, se eu tenho o corpo da Marilyn Monroe, a mulher mais bonita e sexy que já existiu!? Jeniffer Lopes pesa 65Kg e tem 1m64. Kate Winslet pesa 63Kg e tem minha altura, também as mesmas medidas de Marilyn. Não é mais fácil aceitar a coisa do jeito que é!? Aceitar que as pessoas são belas e especiais por serem como são!? É tão libertador aceitar as coisas como são e descobrir a beleza disso. Aceitar que seus amigos são daquele jeito, que nosso nível de genialidade é aquele mesmo. Aceitar que a cidade tem trânsito, e as pessoas não seguem muito bem as regras de civilidade. Aceitar que seus pais vão te enlouquecer de vez em quando, e a empregada nem sempre vai lavar a louça direito. Aceitar que tem dias que o texto não sai muito bem, e a gente fuma um cigarro porque deu vontade. Aceitar que nesse mundo nada é perfeito, e é exatamente na “imperfeição” que ele fica maravilhosa, intrigante, interessante, surpreendente. Brigar para colocar as coisas na idealização de uma expectativa de “perfeição” é inútil, é doloroso. Só traz sofrimento. A gente vive decepcionado. Vive reclamando que a cidade é ruim, que as pessoas são mal educadas, que os amigos pisam na bola. Para quê!? Eles são o que são. E também existe beleza nisso. Às vezes a gente precisa parar de perseguir o corpo da Gisele Bundchen, e aceitar que se tem o da Marilyn Monroe. Vamos todos concordar? A realidade é muito melhor!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

NUTELLA NOS OLHOS DOS OUTROS É REFRESCO




Chega aquele dia em que você resolve jogar a toalha. Descer do salto. Abrir mão de todo seu orgulho. E admitir que precisamos de ajuda. No meu caso vou ser muito sincera. Acordei de um transe semana passada. Engatei um ano de reflexões pessoais, com um vício maldito em um jogo estúpido online. Coisa de quem é gordo, infeliz e não tem mais nada para fazer. Verdade que eu não sou infeliz, e tenho muita coisa para fazer, mas viciei no jogo. Então você vai pensar: Ahá! Tá gorda... Não é que eu esteja gorda (afinal, quem me conhece sabe que isso nunca vai acontecer), mas existe comprovação científica das consequências físicas de Nutella combinada a horas bundando jogando besteira no IPad. Depois de exaustivas pesquisas com mulheres entre 18 e 45 anos, das mais diversas classes sociais, que foram submetidas ao hábito da inércia somado ao consumo de Nutella de colherinha concluiu-se: 80% delas culpam a TPM, mesmo não estando em TPM. 10% culparam os próprios sobrinhos. 5% culparam o cachorro. 3% desenvolveram bulimia, e apenas 2% não sentiram nenhuma diferença por se tratarem de mulheres alienígenas com alto metabolismo e que não engordam com cremes de avelã. De qualquer forma o resultado da pesquisa foi contundente: Nutella faz com que suas formas fiquem mais roliças do que o desejado. Sim! Estou roliça. Pessoalmente acredito em uma conspiração malévola da empresa fabricante de Nutella para alterar as formas das minhas nádegas. Tudo bem que não precisava ficar aquela coisa esquálida de quando eu voltei da Guatemala, mas é de conhecimento público que coxas do tamanho das de assistentes de palco dos programas de auditórios só ficam bonitas em filmes de chanchada ou gosto duvidoso (Dúvida: Ainda fazem chanchadas?). Pode ser um baita preconceito meu (e quem não tem nenhunzinho preconceito, que atire a primeira pedra), só sei que a coisa não está legal. Sábado à noite fui parada por um bêbado na rua para elogiar minhas formas, caminhões de feira adoram buzinar quando estou andando na calçada (mesmo que eu esteja vestindo tailleur e com cara de brava), e ontem um morador de rua não sossegou enquanto não amarrou um balão de gás no meu pulso. De presente. Nutella deixa nossas curvas mais populares. Faz a gente cair no gosto do povo. Ganhar assobio na frente da obra, e ouvir na calçada do Trianon um cantado “Ô lá em casa!”. O que me levou a conclusão de que é uma grande injustiça da mídia nacional ao apelidar de frutas as mulheres roliças que tanto fazem nossos homens salivarem. Mulher melancia, mulher maçã, mulher jabuticaba. Meus senhores! Nenhuma dessas mulheres comeu melão ou banana com aveia para alcançar aquelas curvas. Vamos falar a verdade: estou virando a Mulher Nutella. Daquelas mulheres que passam bem longe da Vogue e se encaixam melhor em folhinhas de borracharia. Deus do céu! Como minhas ambições passam longe da exposição do corpinho em cadeia nacional, e eu sempre fui muito mais Audrey Hepburn do que Marilyn Monroe, tá na hora de assumir o problema, parar com a negação e procurar ajuda. Ah, principalmente: Jogar a Nutella fora! Portanto amiguinhos, vale tudo. Convite para corrida de rua. Indicação de nutricionista. Parceria para passeio de bike. Programa de trekking em montanha. Escalada em parede de alpinismo. Mergulho no final de semana. Dupla pra jogo de tênis. Companhia para massagem modeladora. Endereço de spa. Convite para jantar folhas e, principalmente, não me deixar voltar a fumar. Podem até dizer que eu estou bonita e estou bem e que "para-de-besteira-adriana-você-está-ótima, mas no fundo, quem passa o dia inteiro nesse corpo sou eu. E sou eu quem precisa se sentir bem. 

quarta-feira, 9 de maio de 2012


Tinha lido em algum lugar que a Nigella emagreceu um monte comento um macarrão japonês que não tinha calorias. Esse é o tipo de informação que deixa uma mulher insana. Alguém famoso emagrece comendo algo gostos que nem caloria tem. Coloquei o tal do macarrão mágico na lista das minhas prioridades em descobertas gastronômicas. Na minha imaginação era uma espécie de miojo, gostoso e leve; e eu ia comer aos quilos como se fossem pepinos. Ou eram transparentes e de textura irresistível como aquele macarrão servido frio no couvert dos restaurantes da Liberdade. Sempre que eu ia no supermercado procurava o tal macarrão. Pegava cada embalagem e ia checando as calorias. Ficava frustrada quando constatava que todos tinham pelo menos 180Kcal por 100g. Ninguém emagrece com macarrões assim. Fui até um desses mercadinhos da Liberdade. Comprei salgadinho Okaki, bala de melão e fiquei procurando calorias nas embalagens de macarrão. Quando eu já estava desistindo uma senhora se ofereceu para me ajudar. Procuramos o nome do tal macarrão que fez Nigella emagrecer no Google do celular e a velhinha me levou até o tal milagre: um saco de água turva com uma coisa minhocuda boiando. Comprei. Estava decidida  a experimentar, mas “e coragem”? Imaginei receitas, ensaiei cortar a embalagem. Deixei na geladeira até dar a data de validade ontem. Não tive coragem nem de abrir a embalagem, foi para o lixo com pacote e tudo. Medo do cheiro. Medo maior do gosto daquilo. Na minha concepção de comida, aquilo não é macarrão. É comida de peixe. Como é que ninguém nunca falou sobre isso? Nem minha revista de Boa Forma, nem mesmo a Folha de São Paulo. Todo mundo fala que a Nigella emagreceu comendo o tal macarrão mágico, mas eu acho que na verdade ela emagreceu de intoxicação alimentar com esse troço nojento. Fiquei estarrecida que tenham pessoas que realmente comem aquilo. Até entendo se faz parte da cultura da pessoa, agora comer aquilo só porque alguém emagreceu? Meus instintos femininos que me perdoem, vou copiar algum outro hábito de dieta de pessoas famosas. Eu sou daquela filosofia de que você é o que você come. Eu não quero ser comida nojenta de peixe. Prefiro ficar mais gordinha. A vida é curta demais para ficar sentindo gosto ruim.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

EM BUSCA DO FÔLEGO PERDIDO

Primeiro dia é fácil, né!? Eu levantei da cama, fiz minha meditação, desci para a academia do prédio e corri 4K. Não precisa ser gênio para saber que saúde tem tudo a ver com exercícios físicos. E se você quer continuar com uma vida ativa por muitos anos, viajar para muitos outros países, fazer trilhas, subir vulcões, escalar montanhas, explorar florestas... então você precisa ter fôlego. Não existe nenhum jeito de conseguir pique, disposição e fôlego sem suar a camisa. Ainda não inventaram. Então tem de malhar. De brinde ainda vou conseguir entrar em 70% das roupas do meu guarda-roupa. Esse é o plano. Só acho que a coisa não vai ser tão simples quanto eu achei. Porque eu não contei, mas eu estou muito enferrujada. Sempre tive uma genética favorável. Colocava a testa no joelho e nem sentia. Hoje tenho sentido algumas dores quando tento alongar meu corpo que eu nem sabia que eram possíveis. Bom, não passo vergonha nas aulas porque, mesmo enferrujada, meu alongamento é legal. Mas como eu sei qual é o meu potencial, fico sentindo como se estivesse literalmente atrofiando. Não sei se é a idade, ou a cara de pau de não levar uma rotina mais intensa de exercícios. Só sei que senti dificuldade, e isso era uma coisa que nunca tinha sentido antes. Como fiquei preocupada com isso, resolvi ir para a academia à noite. Usei meu horário de rodízio para fazer algo que me ajudasse a chegar lá. Fiz 1h30 de transporte, que é minha nova descoberta. É ótimo para pernas, bumbum e até que é divertido de fazer. Coloquei os fones de ouvido e fiquei assistindo Law and Order até enjoar. Depois encarei uma aula puxada de 1h15 de yoga. A única coisa que foi bem estúpida, nem foi a quantidade de esforço físico. Foi ter feito tudo isso sem um lanchinho, ou uma barrinha de cereais no intervalo para me dar pique. Como sou hipoglicêmica, terminei a meditação da yoga quase desmaiando. Tive de correr no empório natural na frente da academia e quase me afoguei em um saco de frutas secas. (São ótimas para devolver os níveis de açúcar do sangue.) Por isso acabei jantando um pacote de salgadinho de arroz japonês (que sou viciada!), um prato de quinoa com saladinha de tomate e um pote de abacate com limão. Concordo. Peguei pesado. Sempre cometo esse erro. Jogo toda a energia que tenho em um único objetivo e depois não tenho fôlego para segurar a rotina por muito tempo. Assim é com alimentação, trabalho, literatura. Tudo. Mas afinal de contas, não é para conseguir mais fôlego que eu estou fazendo tudo isso?

COMPROMISSO 40


Hoje eu fui colocar um shorts de corrida que comprei há exatamente um ano. Ele ficou justo. Muito justo. Só para registro esses shorts de corrida são bem folgados porque precisam auxiliar os movimentos, deixar as pernas confortáveis e livres. Há exatamente um ano meu problema era que eu tinha emagrecido demais. Então, como em um susto, engordei 10Kg que fizeram questão de preencher todo o espaço livre do shorts. Nesse tempo também eu parei com o cigarro for good, excluí baladas e vida noturna do meu estilo de vida, voltei ao vegetarianismo, intensifiquei a meditação, voltei para a yoga, para o ballet, mudei a maneira de me relacionar com as pessoas, e também as pessoas com quem eu me relaciono. Voltei a escrever literatura, e isso na verdade é a coisa mais importante da minha vida. Tenho tentando desenvolver uma atitude otimista e positiva em tudo que faço. Foram muitas mudanças, que começaram 3 anos atrás e estão culminando hoje no lugar que eu sempre quis chegar. Ou quase... Acho que todo mundo tem aquele momento em que sente que não dá para ficar mais em cima do muro. A gente vai fazendo mudanças, mudanças, até que chega uma hora que precisa assumir alguma coisa. Eu cheguei no momento de resolver esse quase. Se tem uma coisa que me deixa insatisfeita em tudo o que eu busquei e almejei transformar minha vida, é o tamanho da minha bunda. Sempre fui vaidosa e isso não faz parte das coisas que quero mudar, então resolvi que era hora de assumir de uma vez uma atitude efetiva para melhorar meu corpo e fazer com que ele acompanhe a leva de boas conquistas. Isso significa que, a partir de hoje eu vou me comprometer a escrever aqui (também) minhas ações para conquistar um corpo saudável e legal. Eu quero voltar a correr 10K sem precisar andar no meio ou ficar com a língua de fora. Eu quero controlar a asma, reforçar meu sistema imunológico. Quero que minha pele tenha mais viço e menos espinhas. Quero saber que eu estou caminhando para os 40 anos com todo o pique que eu vou precisar para fazer todas as coisas incríveis que a vida oferece. Então é isso! Nem que seja por orgulho, para não ter de vir aqui dizer que não aguentei e desisti, eu vou contar aos poucos como está sendo me tornar uma mulher madura (para não dizer “envelhecer”!!!) com saúde e garantindo que esse corpinho ainda tenha muita kilometragem para percorrer.


sábado, 10 de março de 2012

SEM AGROTÓXICOS

Nos últimos três meses eu passei por um bocado de provações. Ainda estou passando. Entre elas, minha saúde me fez lembrar que ela também é de papel. Como quase todo o resto, senti que podia se desmanchar até sumir com a chuva. O que importa é que, na necessidade de ficar o mais saudável possível, eu estou com atenções redobradas sobre tudo o que entra no meu organismo. Seja física ou energeticamente. E foi assim que eu descobri “O Bom Verdureiro”. Alimentos orgânicos sempre foram mais um flerte do que um objetivo em si. De vez em nunca eu dava um pulinho no Parque da Água Branca, ou comprava uma ou outra coisa na secção de Orgânicos do supermercado. Mas no geral eu achava tudo muito feio e mirradinho. Acabava fazendo feira aqui na praça em frente de casa ou indo na “Quitanda” na Vila Madalena. Quando percebi que, cuidar da minha saúde, havia se tornado uma coisa necessária e não apenas um luxo, resolvi que mudaria minha alimentação. Muitos grãos. Além do vegetarianismo, passei a comer alimentos orgânicos. Sim, eles são mais caros. E podem pesar muito no orçamento, principalmente para quem tem família. Mas eu sou sozinha, e como eu disse, virou necessidade. “O Bom Verdureiro” funciona assim. Você assina o mailing deles e eles possuem uma rede de produtores nas redondezas de São Paulo. Duas vezes por semana eles enviam uma lista com os legumes, frutas e verduras que vão estar disponíveis. Você assinala o que quer, envia por email e às 3as e às 6as feiras eles entregam na sua casa. Tudo é colhido no dia anterior para vir direto para minha geladeira. Por isso você só compra o que está fresco e na época. Reduz as emissões de carbono, e o sabor... É inacreditável a diferença! Além do básico da feira, eles fornecem leite, queijos, geleias, temperos, papinhas de bebê, barrinhas de cereal, ovos e congelados. Tudo orgânico! Eu acho luxo, verdade. Mas se não é exatamente por essas coisas que viver em SP é tão maravilhoso.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

RETRATO


Tem um poema da Cecília Meireles que eu gosto muito.

"Eu não tinha este rosto de hoje, 
assim calmo, assim triste, assim magro, 
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, 
tão paradas e frias e mortas; 
eu não tinha este coração que nem se mostra. 
Eu não dei por esta mudança, 
tão simples, tão certa, tão fácil: 
Em que espelho ficou perdida a minha face?"

Quando eu era adolescente a professora de literatura promovia recitais de poesia na escola. Eu e minhas amigas nos acabavam em Cecília, Vinícius, Drummond, Augusto dos Anjos... Tantos e tantos outros. Lembro de muitas poesias até hoje. Ontem à noite, já alta madrugada, quando eu finalmente terminei de preparar uma apresentação, uma reunião e todo o conteúdo da semana de um dos meus clientes, já eram 3h30 da manhã. Eu passei o final de semana em um esquema bem caseiro. Ontem nem botei o nariz para fora de casa! Nem uma gota de álcool. Nada. Mas lá estava eu acabada. Juro. Eu sentia como se tivesse tomado uma surra. Minhas articulações doíam. Meu globo ocular doía. Eu mal conseguia combater o sono, que por tantos anos era um acessório descartável. O sono que por tantos anos eu perseguia em noites de insônia. Então lá estava eu, saindo do banho no meio da madrugada. Espancada de fazer o que alguns anos atrás não era nada. Subi na balança e descobri que meu peso estava maior também. Como pode??? Eu malho, eu faço dieta. Nunca foi tão difícil perder peso como agora. Afinal o que é isso, hein? O que está acontecendo? Minha audição anda falha. Eu esqueço o nome das coisas. Eu esqueço o nome das pessoas! Então veio inteira na minha mente. Olhando no espelho. “Eu não tinha esse rosto de hoje”. Aposto que Cecília estava tentando perder peso, se matando de trabalhar e sem flexibilidade nenhuma na aula de ballet quando escreveu essa poesia.
Então vai ser assim? Eu estou entrando no meu inferno astral em 10 minutos. Contagem regressiva para fazer 35 anos. Assumindo oficialmente que, talvez, tenha alguma poesia em envelhecer.

domingo, 1 de maio de 2011

QUENTE, QUENTE, QUENTE... QUEIMOU!

Funciona assim. A gente começa a ganhar peso. Dormir mal, ficar cansada. Então chega em casa um dia e resolve fazer uma revolução na alimentação. Nada mais de comer enquanto trabalha em frente ao computador. Nada mais de comida em saquinhos, barrinhas de gordura e açúcar. Eu cheguei em casa essa semana e resolvi cozinhar. Gãos integrais e legumes. Tudo bem caseiro para deixar minha pele mais bonita. Coloquei uma espiga de milho em água com sal para cozinhar e fui para o computador trabalhar. O problema de computadores é que eles nos transferem para uma realidade paralela. Uma outra dimensão onde o tempo e o espaço possuem massa, peso, cor e aroma diferentes. Após algumas horas a gente só sente que o tempo passou se a perna começar a formigar. Mesmo assim mudamos de posição e continuamos compenetrados no que quer que estivéssemos fazendo. Eu até cheguei a sentir cheiro de queimado, mas achei que o vizinho fosse desastrado. Como Murphy diz, a desastrada sou sempre eu. Resultado foi uma cozinha tomada pela fumaça. Uma panela jogada no lixo. Louças, paredes, meus cabelos e os lençóis limpinhos que estavam aguardando para serem passados, totalmente defumados. O cheiro de queimado impregna nas narinas, né!? E o jantar virou essa imagem aqui embaixo. Uma vez eu salguei demais a comida e me disseram que era sinal de que eu estava apaixonada. (Neguei. Neguei até a morte, mas eu estava.) Quando a gente produz carvão caseiro é sinal de que?

sexta-feira, 16 de abril de 2010

COMER


Eu não tinha pensado exatamente em me empanturrar em Portugal, mas a comida daqui... Hum!!! Me faz ter vontade de engordar 20Kg e ainda pedir sobremesa. Além do bacalhau, que é uma paixão nacional e eu tenho comido dia sim, dia também para ir à forra dos preços absurdos no Brasil, tem os doces também. Muito ovo, açúcar e massa folhada. Bases de pão de ló recheadas com cremes melecados maravilhosos, pastéizinhos, bolos, queijadas. Tudo daquelas coisas que a gente lambe os beiços e ainda fica com os dedos grudentos por um par de horas. Meu favorito, que já virou um hábito, é a “nata”. Uma versão genérica dos divinos pastéis de Belém. Não é em todo lugar que elas são boas, mas no geral é só olhar a cara da pastelaria que dá para sentir o potencial. Não passo uma tarde sem pedir um café e uma nata, e ficar olhando a vida pela janela de alguma pastelaria. Das diversas receitas de bacalhau, minha favorita é a de Bacalhau com Natas. Uma tijelona de bacalhau desfiado, refogado com cebola e temperos e colocado para assar com batatas raladas, creme de leite e molho bechamel. Vem com a superfície gratinadinha e muito azeite… ainda não povei um que não fosse um desbunde.


À parte das informações básicas da culinária portuguesa, precisava muito falar aqui de uma das melhores refeições da minha vida. Sempre que dou umas voltinhas, reservo uma grana para fazer uma boa refeição completa no local. Nem sempre é caríssima, quase nunca na verdade. Mas sempre procuro um restaurante que seja muito bem indicado, quase uma unanimidade; e que traga muito da culinária local. Em Évora fui à “Tasquinha do Oliveira”. Mega recomendado pelo Lonely Planet (e eles nunca erram!), e mega recomendado por 10 entre 10 pessoas que você cruzar no Alentejo. A “Tasquinha do Oliveira” é um micro-restaurante, são 5 mesas apenas, e todo o serviço é feito pelo Sr. Oliveira e sua esposa. Ela na cozinha, e ele fazendo as honras da casa. Abriram o local em 96, com a intenção de vender vinhos e petiscos apenas, mas o boca-a-boca foi rápido e os clientes exigentes, então ampliaram o menu e se tornaram um dos melhores restaurantes de Évora. Cheguei na hora do almoço decidida a seguir qualquer recomendação que o Sr. Oliveira me desse. Para entrada ele tinha exposto no balcão algumas saladas para escolha (acho que vem daí nossa cultura de aperitivos de balcão em botecos). Fui em uma de cogumelos paris frescos curtidos em azeite e vinagre com folhas de hortelã, e pedi um queijo de ovelha feito na região. O queijo, servido em pedacinhos individuais ainda com o tecido envolto, era curado na parte externa e por dentro extremamente cremoso e suave. Feito de leite fresco, o sabor era do azedo da coalhada, só que mais doce e macio na língua. O vinho que Sr. Oliveira me sugeriu foi o Herdade do Pombal, da região de Estremoz. Tão perfeito que se abria em sabores super complexos junto com o queijo e o vinagre. Então ele começou a me trazer várias opções de entrada para eu experimentar. Pataniscas de bacalhau, uma espécie de tempurá feito de massa muito leve de farinha, bacalhau desfiado e bastante salsinha. Parecia um floco de neve gigante de tão leve. E uma outra versão dos cogumelos paris, só que assados com lascas de paio. Como prato, segui a proposta da Rota dos Sabores do Alentejo (um projeto organizado pelo Turismo que estipula um sabor alentejano por mês e que é o grande foco nos restaurantes participantes). Abril é o mês do borrego (carneiro). Então fui de Borrego Assado à Alentejana, que são pedaços de perna e mão de carneiro assados em forno com batatinhas inteiras douradas e servido no molho da própria gordura e saladinha de couve picada. Para acompanhar, Sr. Oliveira me trouxe bolinhas de melão geladíssimas e super doces, que junto com a carne (que parecia uma manteiga de tão perfeita) explodiam na minha boca despertando algumas papilas gustativas que não são sempre exigidas. Cada garfada era um orgasmo, te juro! E enquanto eu estava lá, mastigando borrego e me encharcando com a complexidade frutada da trincadeira (uma casta comum nos vinhos do Alentejo, e a que mais agrada meu paladar), eu resolvi que nunca mais iria comer por come, só para me alimentar e pronto. Decidi que daquele momento em diante toda refeição seria um acontecimento, ou não seria. Quero me maravilhar com a comida, vibrar com os encontros do meu paladar, mesmo que seja um fast food, mesmo que seja pipoca no cinema. Cada refeição deve ser incrível em seu contexto. O ser humano é o único animal que desfruta as nuances da gastronomia, todos os outros apenas se alimentam. É um desperdício negar a si mesmo essa experiência. Acho até que é pecado! Na sobremesa fui superlativa e pedi Sericaia e Encharcada. Sericaia é um doce típico alentejano, uma espécie de pudim feito de farinha, ovos, canela e servido com uma ameixa em calda, e a Encharcada é um doce de ovos, açúcar e canela curtido em calda. Para acompanhar fui de vinho licoroso Mouchão, que é um vinho muito próximo no paladar ao Porto (produzido pela mesma técnica), mas da região. Como toda refeição deve ser terminada com um café (e café ainda é minha paixão), Sr. Oliveira me serviu um espresso bem tirado, com espuma caramelo na superfície e paus de canela fresca para mexer e deixar o aroma. Muito tímido, Sr. Oliveira puxa conversa aos poucos, fala baixo, sorri de lado, e parece ter muito carinho pelo Brasil. Se ele pensa em ampliar as 5 mesinhas para aumentar o faturamento? De jeito nenhum! Está preocupado mais em nunca perder a qualidade. Vai mantendo a vidinha com a esposa, de forma despretenciosa, simples e muito bem cuidada. Espero mesmo que a ganância capitalista fique bem longe de Évora. Enquanto eu flutuava pelas calçadas, ainda anestesiada dessa experiência deliciosa, cheguei a conclusão do seguinte. Comendo do jeito que eu comi, já entendi como foi que a esposa do Sr. Oliveira arrumou o marido.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Para ajudar ao terrorismo às coisas junkies, achei esse site enquanto comia meu último potinho de Chandelle.
THIS IS WHY YOU ARE FAT

Na engorda

Saiu hoje o primeiro boletim do tsunami que eu sofri na primeira quinzena de janeiro. Houve estragos profundos. Computa-se 4,5Kg adquiridos até agora, principalmente nos braços, peitos, bunda e culote. A administração declarou estado de calamidade pública. Mas a boa notícia é que equipes de resgate muito bem treinadas já estão no local da tragédia preparando o resgate. Acredita-se que seja possível uma reconstrução completa em tempo do Carnaval.
A tradução disso é que eu criei vergonha na cara e enfrentei a balança do banheiro hoje pela primeira vez desde que parei de fumar. Podia ser pior (eu secretamente temia pelo pior...). Um amigo me recomendou tomar Pholia Magra. Um fitoterápico que o ajudou a perder 14Kg. Já encomendei na farmácia de manipulação, pego amanhã. Hoje comprei um estoque de frutas, iogurte, amêndoas e castanhas, linhaça. Ando tão equilibrada perto de pessoas fumando que sinto como se eu nunca tivesse fumado na vida. O melhor é a sensação de que, se eu consegui perseverar (gosto dessa palavra: perseverar!) por todos aqueles sintomas malucos - irritação, fome absurda, insônia, letargia, depressão, compulsões, etc - e me manter firme no propósito de parar de fumar, então tenho a sensação de que posso conseguir qualquer coisa. É muito legal esse sentimento de superação, de conquista.
Hoje também me dei conta de que, pela primeira vez em muito tempo, não senti cheiro de cigarro nos meus dedos. Era uma das coisas que me incomodavam. Eu lavava as mãos, esfregava sabonete, mas sempre ficava aquele fundinho do cheiro do cigarro.