terça-feira, 13 de agosto de 2013

O LADO BOM DA VIDA



Nos últimos dias estou sucumbindo a uma crise de stress. Estou enfrentando alguns problemas particulares e, mais uma vez, a vida está me mostrando que eu não sou forte o suficiente. O resultado é que o stress, que eu “sabiamente” ignorei na esperança que ele deixasse de existir sozinho, passou a somatizar fisicamente. Primeiro um sono violento, falta de energia, irritabilidade, início de depressão. Então nesse final de semana uma crise de alergia de pele. Estou com dermatite nos braços, unhas quebradiças, a pálpebra do olho inchado. Até aí eu ainda estava duvidando do poder do stress. Mas quando chegamos no limite, quando nos sentimos sufocados pela impotência de não poder fazer nada, a garganta trava. Assim, do dia para a noite, fiquei completamente afônica, com uma bela inflamação de garganta. Daquelas que nos impedem até de atender ao telefone. Quando isso acontece a gente para tudo. Cancela a corrida, desencana dos compromissos. Guarda todos os recursos para que o corpo possa se recuperar e combater o inimigo. Portanto, guardada em casa e com a boca fechada à força, resolvi tirar o atraso de filmes que eu queria ter visto e não vi, seja por falta de tempo, seja por falta de coragem de ir ao cinema sozinha. 
Ontem vi “O Lado bom da vida”, o filme que deu à Jennifer Lawrence o Oscar de melhor atriz. Se ela mereceu? Não. Muito menos tirando o prêmio de Emmanuelle Riva no arrebatador “Amour”. Mas a garota faz bonito, em um papel que exigia muita honestidade e delicadeza para ser justo. Eu gosto de filmes em que as pessoas encontram o amor, gosto de histórias em que mesmo as pessoas mais improváveis de encontrarem o amor, encontram o amor. Porque não acredito em uma fórmula perfeita de felicidade eterna, mas acredito sim que, desde que você esteja disposto e vulnerável, a vida pode ter surpreender por inteiro. Não acredito em gente perfeita, gente sem falhas, sem culpas, sem arrependimentos. Se você não flertou com a loucura, não teve o seu momento na borda da piscina, é bem provável que não tenha vivido direito. E vão nos dizer sempre que não pode ser assim. Sempre haverá quem nos queira controlar, quem nos alerte sobre os comportamentos adequados. Sempre haverá alguma medicação para nos enquadrar no que é considerado correto, convencional. Mesmo que você não se reconheça, mesmo que você se torne um estranho para si mesma. Por isso precisamos encontrar os nossos iguais, aqueles loucos como nós. Para nos amar é preciso ter passado por uma loucura igual a nossa. Só mesmo na insanidade acreditamos em coisas assim. Perdendo de 10x0 para as adversidades que não sei como resolver, calada muito mais na alma, do que na voz em si, mas ainda assim acreditando que haverá quem consiga entender exatamente onde dói em mim. 

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