sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

GO. GOING. GONE.

Acabou sendo tudo uma grande maratona. Estou muito feliz (muito mesmo) por ter conseguido fazer tudo o que eu queria. Ficou faltando apenas a última sessão de depilação à laser (que tudo bem, não altera em nada a minha vida) e dar um abraço na CarolH, que a gente se desencontrou no meu pseudo-bota-fora (isso sim me faz diferença na vida). Voltei do Carnaval e tudo fluiu rápido e com muita naturalidade. Cada coisinha, cada par de meia, guardada em uma caixa de papelão. Milhões de coisas doadas. Milhões de coisas no lixo. E eu devolvi todas as coisas emprestadas, roubadas, ou que não me pertenciam. Fiquei tão zerada. Tão vazia que está fazendo eco. Tive tempo ainda de passar uma última manhã no Ibira. Com Sol, dia lindo, àgua de côco e grandes reflexões sobre a vida. Me despedi do bairro. O apartamento foi todo evacuado sem que ao menos eu pudesse sentir, e eu passei pela última vez pelo portão do prédio. Nada de nostalgia. Era como se eu saísse para ir ao supermercado como tantas vezes. Parece que é só um pulinho, é logo ali. E desde sábado tenho tido a sorte de ver cada um de meus amigos (dos que são possíveis de encontrar, mesmo que casualmente, mesmo que num susto no meio de uma rua de São Paulo), cada uma das pessoas que me são caras. Pude passar tempo, conversas, amor com cada um deles. Pude ser abraçada e amada. Fui tão amada essa semana. Tive alta da terapia, e saí do consultório sem olhar para trás. Com Victor tb, foi como dar um pulinho no supermercado. É logo ali, eu volto já. Estou exausta. Praticamente não dormi esses dias, para passar o máximo possível com essas pessoas. Cheguei ontem ao consultório da minha dermatologista e a cara de zumbi era tão grande que, antes do peeling, ela me fez dormir por meia horinha na maca da sala dela. Fiquei todos os dias sem celular, acessando segundos de internet uma vez por dia. Tudo parecia tornar os encontros difíceis e quase impossíveis, mas como por magia tudo fluiu. Cada compromisso cumprido. Cada amor beijado e abraçado. Eu sinto cada uma das pessoas que estão comigo. E todas elas me fizeram ir em paz. E fica mais fácil dizer adeus assim. Porque eu sei quais são as pessoas que me pertencem. E elas sabem que eu pertenço a elas. Assim como Carol está do outro lado do Atlântico agora, preparando um quarto para mim, sabendo que a gente se pertenceu durante todos esses 16 anos sem presença física.
Ontem o dia fechou. Parece que a cidade choveu em saudades, sabendo as lágrimas que eu seguro em mim. São Paulo também me abraçou, me amou e vai sentir saudades. Eu queria me livrar de tudo que não fosse eu. E o que sobrou são duas malas e o amor de um monte de gente. Achei um belo de um inventário. Estou segura, satisfeita, grata. Muito grata pela vida que estou começando. Não caiu a ficha ainda. Me despeço das pessoas como se fosse ao supermercado (é logo ali, volto já), porque acredito que almas irmãs ficam sempre perto umas das outras. Mesmo quando um oceano é colocado no meio. Tudo que eu pedi, tudo o que eu queria, eu tenho hoje. Estou grata, leve. Muito grata por tudo.
Agora estou na casa da minha irmã em São Paulo. Ela me hospedou essa semana e abasteceu a geladeira de toddynho e coca zero para me ajudar a ficar melhor. Agora vou para Caieiras, passar a manhã com meus sobrinhos, almoçar com a outra parte da família, fechar as duas malas e partir. Meu vôo parte às 20h30. Amanhã já acordo em outro lugar.

Um comentário:

MH disse...

Querida, você vai fazer muita falta por aqui, nossos almoços e cafés regados a muita conversa... mas vai ser tão bom pra você!! Não sou egoísta, topo te dividir com o mundo por uns tempos proque sei que é logo ali, e daqui a pouco você volta.
Curta cada minuto, cada nova descoberta, cada pedra do caminho...
São 17 anos de amizade e eu não vou a parte alguma. Te vejo na volta!
beijo
MH