Sabe aquele papo de que a gente não escolhe por quem se apaixonar? Mentira. Balela. A gente não escolhe por quem NÃO se apaixonar. Não dá para forçar a barra, decidir se apaixonar na marra. Não se apaixona e ponto. Nem reza brava, simpatia, mandiga e vassora atrás da porta. A decisão de se apaixonar no entanto é nossa. Colocar-se em situação. Sorrir de volta. Aceitar o convite para o café. Atender ao telefone. Responder o SMS. Falar da vida durante o jantar e retribuir o beijo de boa noite. Isso tudo é escolha nossa. Isso é a nossa opção de se permitir apaixonar. Eu não acredito em vítimas no amor. Acredito que as pessoas podem se machucar, que existam pessoas infiéis, desleais. Mas é nossa escolha continuar atendendo ao telefone, respondendo emails. É nossa escolha se colocar na posição de ter o coração destroçado. Afinal eu nunca ouvi falar de ninguém que se apaixonou por osmose ou porque sentou em banheiro público. Tem um cara ultimamente que resolveu se apaixonar por mim. Eu estou considerando seriamente me permitir apaixonar por ele também. Já faz meses que ele me escreve, me rodeia. Ele se esforça esperando que eu também me coloque em posição de me apaixonar. Quando eu voltei da Guatemala resolvi que poderia ser uma boa idéia. Ele é bonito, inteligente, bem estabelecido, engraçado, educado, gentil. Ele é um príncipe, e anda super em voga essa coisa de se apaixonar por príncipe hoje em dia. Então eu pensei, “porque não?”. Porque não responder emails, sorrir de volta? Me colocar naquela situação que até é vulnerável, mas a única em que nos permite conhecer alguém de verdade e se apaixonar? Então eu comecei a tomar todas aquelas decisões. Só existe um pequeno problema. Eu estou me deixando apaixonar por uma pessoa que está um oceano de distância de mim. Pois é. Meu príncipe é holandês, e se não fosse por isso eu nem estaria aqui me questionando tal qual Hamlet sobre a essência da vida. Quando a gente se apaixona a gente sabe que pode não dar certo. Que pode machucar. São noites chorando no travesseiro e comendo brigadeiro em frente a TV. Agora sabendo que existe um oceano inteiro entre a gente e a pessoa, será que é prudente se apaixonar? Eu sei que a gente só descobre tentando. Que só se vive quando estamos exatamente naquela situação de vulnerabilidade que nos faz sentir emoções. Mas e daí? A gente se joga e deixa para pensar no oceano quando o pote de brigadeiro já estiver no colo? Porque uma coisa é certa. Se apaixonar é escolher também lidar com um oceano nesse caso. Será que eu para de retribuir o sorriso e me privo da possibilidade de descobrir que esse oceano pode ser apenas uma poça d’água? Eu acordo todos os dias com um email de “Bom Dia” na minha caixa postal. Eu fico horas no skype. Eu aceitei o convite para jantar e estou contando os dias para ele chegar. Eu estou deixando me apaixonar. Não está sendo nem um pouco difícil. Mas ainda não sei se é a melhor decisão.
2 comentários:
My happiness for the right answer. (Not him, another him)
Eu boto uma fé no seu príncipe de tamancos! ;)
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