Estou apaixonada por Chimamanda Ngozi Adichie. Li essa semana “Hibisco Roxo” e já vou emendar “Meio Sol Amarelo”. Contando os dias para chegar por aqui seu novo “Americanah”, que ganhou o National Book Critics Circle Awards de 2013. Chimamanda é uma moça linda, nigeriana radicada nos EUA, virginiana como eu. Dona de uma pele escandalosa e de um sorriso mais iluminado ainda. Fazia muito tempo que eu não me identificava tanto com uma escritora. Fazia tempo que eu não sentia que a vida de uma personagem era minha, e ainda, que essa personagem era melhor do que eu na mesma história de vida. Acho que literatura tem que ser uma pouco assim. Fazer a gente ser melhor. Sempre me incomoda como as editoras ainda cultuam uma literatura que é demasiada masculina, branca, hétero e ocidental. Acho extremamente desinteressante essa profusão de livros, com essa moda de “auto-ficção”, cheia de homens héteros, brancos e chatos, destilando seu machismo latente e remoendo suas superficiais questões existenciais. Sério. Quanto mais a gente consegue ler de homens perturbados, incomodados com seus papéis sociais, tomando cerveja ou conhaque pelas ruas de metrópoles, flertando com o submundo mas mantendo suas pseudo-intelectualidades intactas!? Eu fico enfadada só de ler a orelha desses livros, e já há algum tempo tenho evitado novos autores. Raro encontrar alguém que realmente tenha algo a dizer. E quando o mercado todo está viciado no mesmo modelo... a gente chega até a perder o tesão de ler. A gente, bem... eu, no caso. De qualquer forma, li uma entrevista de Chimamanda há algumas semanas no Estadão e fui correndo para o site da Livraria Cultura. Os livros chegaram antes do Carnaval, mas eu procrastinei até essa semana. Melhor. Seria difícil dividir com a paixão do mergulho, que me tomou todos os dias em Bonaire. Fiquei 100% submersa, mesmo quando estava na superfície. E eu sou uma garota monogâmica. Não consigo ter paixões concomitantes. Ah, que delícia encontrar uma boa escritora, mulher, negra, que pinta um mundo sob uma ótica tão diferente da que prolifera por aí. Muito mais delicada, muito mais sutil, mas exatamente por isso bem mais cruel e sobrevivente. Leiam! Corram, leiam!
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