segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A MOCHILA

Holly e Sabrina, fiscalizando os últimos preparativos. 

Chegou a hora de fazer a mochila! Hora de drama para muita gente. Êxtase absoluto para virginianas de plantão. A maneira de arrumar a mala diz muito sobre quem você é, e o tipo de viajante que você é. Tem gente que é super metódica, gosta de deixar a mala arrumada com uma semana de antecedência. Eu sou mais desencanada. Sempre deixei a mochila para arrumar em cima da hora. Um pouco antes de ir para o aeroporto. Uma das vantagens de ficar muito tempo na estrada de uma vez é a praticidade em fazer as malas. Em pouco tempo aprendi o que é excesso, o que é útil, o que precisa ficar sempre à mão. Uma vez minha irmã chegou em casa para me dar uma carona até o aeroporto, em uma das viagens que eu ia fazer. Tínhamos que sair em 1 hora. Ela quase surtou quando viu que eu não tinha nada preparado. Sentei para comer alguma coisa com ela, tomei um banho e fiz a mochila em tempo. Puro exibicionismo! 

Hoje preparo a mala na manhã, ou na véspera de sair. Mas confesso que prefiro mil vezes fazer uma mochila para ficar 2 meses na estrada do que uma mala para uma semana em uma cidade com eventos e compromissos. Em junho fui para Lisboa para o casamento da Lícia e do Ivan e quase enlouqueci pensando em roupas para almoços, cerimônia, etc. Minha alma mochileira quer resolver tudo com duas calças e três camisetas. 

Com o tempo eu aprendi que viajar bem é viajar light. Levar roupas práticas, funcionais, que ocupem pouco espaço, sejam resistentes e sequem rápido. Gosto de usar roupas de marcas outdoor. The North Face é minha favorita. Gosto de Columbia e Marmot também. A Solo tem excelentes roupas térmicas, para usar por baixo de tudo quando se vai para áreas muito frias, ou subir montanhas como nessa viagem. A Curtlo também tem ótima qualidade, e ótimos acessórios de viagem. É deles minhas bolsas organizadoras e minha necessaire de primeiros socorros. Material feito para quem acampa, pega condições extremas. Então são bem duráveis. Vale investir em um equipamento de viagem de boas marcas. 

Tudo pronto para entrar na mochila. 


Nessa viagem minha bagagem consiste:

2 calças de hiking impermeáveis
1 calça jeans
4 camisetas de manga comprida térmicas
2 camisetas de manga curta dry-fit
2 calças térmicas
1 camisa manga comprida viajante
1 camisa manga curta viajante
2 fleeces
1 jaqueta water e wind proof light
1 jaqueta water e wind blocker revestida para baixas temperaturas
1 cachecol
1 gorro
1 luva
5 meias especiais para trekking
5 jogos de roupa íntima básica e confortável
1 chinelo
1 bota de hiking
1 toalha de viagem
1 cantil
1 garrafa dobrável
2 lanternas
1 canivete
1 saco de dormir
2 hiking poles
1 boné


É uma mochila até que grande para 15 dias. Posso ficar meses viajando com essa bagagem. Juntando a necessaire de toillet, o saco de dormir e tudo mais, a mochila ficou com 13Kg. É um bom peso, um pouco no limite para o meu tamanho. Quando se fecha uma mochila é preciso pensar que você vai carregar a bichinha nas costas por vários trajetos. Mesmo que tenham transfers agendados, qualquer bagagem extra pode ser um pesadelo depois de um tempo na estrada. 

Uma vez minha irmã caçula preparava a sua primeira mochilada e me pediu ajuda. Tive que tirar vestidinhos, sapatos e bolsas “caso eu vá em uma festa ou algum barzinho”. Mesmo assim ela deixou muita coisa e acabou encurtando o trajeto porque não aguentava mais carregar a mochila para todos os lados. Não que seja um problema querer se arrumar e estar bonita para aproveitar algumas atividades sociais durante a viagem, mas esse é outro tipo de viagem. Quando estou mochilando, assumo o figurino para todas as ocasiões. Se é uma viagem mais urbana até incluo um macacão básico e prático, que possa dar um ar mais elegante para visitar um restaurante ou alguma situação social. Mas em viagem com trilha e floresta, mantenho apenas uma das calças limpa para poder entrar nos restaurantes sem parecer o Indiana Jones. 

A maneira de colocar as coisas na mochila também pode fazer esse espaço que parece tão pequeno, ficar gigante. As roupas eu organizo nas bolsas enroladinhas. Ocupam muito menos espaço assim, e chegam mais organizadas e sem estar amassadas. Necessaires e sapatos na base da mochila, roupas mais leves em cima. Isso é importante. Deixar os itens pesados na base ajuda a manter o equilíbrio quando se carrega a mochila. 

À parte a mochilona, que será despachada nos trajetos, tenho uma mochila de ataque que levo comigo no avião, ou nos passeios durante o dia. Para o trajeto da viagem é nela que ficam minhas câmeras, documentos, programação e vouchers, um moleskine de diário, livro e computador. Todos os carregadores vão comigo também, em uma bolsinha separada. A parafernália de foto aumenta consideravelmente o peso total da bagagem, mesmo não sendo despachado. Estou com mais 5Kg de equipamento no ataque. Foi uma escolha bem consciente, porque quero me esbaldar de fotografar Machu Picchu e Titicaca. 

Meu equipamento de foto está bem exagerado. Minha Canon DSLR, uma automática Panasonic Lumix e a GoPro. O computador não vai para a trilha. 

Marca de mochila também é importante. Primeiro porque você vai usar bastante. Segundo porque, uma mochila vagabunda vai te deixar na mão no meio da viagem. E aí, acredite, é o tipo de pesadelo que você não precisa. A minha é uma Deuter. Melhor investimento que se possa fazer. Sempre recomendo. São as melhores do mundo. Não é uma mochila barata, mas você pode esperar usá-la por uns 30 anos. Se pensar assim, excelente custo-benefício. Tenho algumas de ataque. Essas troco sempre. As que mais uso ultimamente são, uma da North Face para viagens curtas, de final de semana; e a que vou usar amanhã, uma Jansport que comprei esse ano e estou apaixonada. Bonita, serve para estrada e para a cidade. 


Agora que está tudo pronto, hora de dormir. Amanhã às 4h chega um taxi aqui em casa para me pegar. Que comece a aventura! 

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