domingo, 11 de julho de 2010

BYE BYE PARIS...


Acho que o que eu mais gostei em Paris foram as Catacumbas. A fila era insana, mas a gente ficou conversando e acabou passando rápido. Então você desce mais de cem degraus de uma escada em caracol e passeia por ruas subterrâneas que guardam um número impressionante de ossadas da época da peste. S estava tão empolgado para ver, que parecia um menininho. “I want to see Dead French People. Dead French People.”À primeira vista é bem impressionante. A quantidade de caveiras e o número de ossos... Rola um arrepio na espinha. Depois a gente acostuma. E os ossos estão todos empilhadinhos. Com as caveiras formando desenhinhos nas paredes. Bem doente esses franceses. Fazer desenhinho com caveiras de verdade? São 2Km de corredores gelados e úmidos, que seriam cenários perfeito para brincar de RPG (do tempo que eu era adolescente e Nerd).Depois de ter acostumado, eu ficava fazendo voz de criança e cantando musiquinhas infantis para assustar S. Funcionava! Depois a gente pegou o metrô e ficou abraçado nos Jardins de Luxembourg, que são lindos e roxos. E tinha todos os parisienses nos gramados aproveitando o verão e o sábado. Eu gosto muito dessa atitude européia. Todo mundo vai para os parques, se espreguiça nos gramados. Muitos picnics, vinho e música. Parece que o mundo inteiro está ao ar livre. Muito gostoso. Eu morava ao lado do parque mais gostoso de São Paulo, e não tinha muito disso não. Um desperdício. Agora estou empacotando para ir para Londres. Vou ficar em um hostel ao lado do Hyde Park e tenho planos de aproveitar muito o verão por lá também. Pois é, acabou. Eu aqui falando de "french dead people" e de "gramados no verão", só para ignorar que nesse momento estou sozinha no quarto do hotel. Fim oficial do test drive. O vôo de S para Dublin era mais cedo hoje. Eu vou de Eurostar no final da tarde para Londres. Eu estou completamente esmigalhada de ter de me separar dele. A gente acordou muito cedo hoje. Nenhum dos dois conseguiu dormir muito bem. Ficamos abraçados por horas. Eu ouvindo o coração dele. Ontem ele me levou para jantar em Montmartre, prometeu que vai assistir Amélie Poulain por mim. E eu cheguei a conclusão que não moraria em Paris. É linda. Vou voltar milhões de vezes na minha vida. Mas não moraria aqui. Não sei porque. Não sei dizer. É só que estou buscando algo mais calmo, mais seguro. Mais estável. Também não sei como voltar de onde eu vim... Mas isso não é coisa para se pensar agora. Agora eu estou sozinha denovo. Depois de um mês acordando com S ao meu lado. A única coisa que consigo pensar é como algum dia eu consegui acordar sem ele ao meu lado. Enquanto ele fechava a mochila, eu desabei. Olhava a cena com as lágrimas caindo, sem conseguir fazer nada. Ele, que é menino e não chora, e que tem dificuldade de mostrar emoções, me olhava quieto com os olhos vermelhos. Me beijou. Me beijou denovo. E quando estava na porta, eu o chamei e ele voltou para me beijar mais uma vez. Me abraçou e disse “Eu não sabia que seria tão difícil ir embora”. Eu também não.

Nenhum comentário: