Hoje foi dia de maratona para embalar os materiais didáticos para as crianças do orfanato. Quando posso, gosto de ajudar uma instituição que fica no Jaraguá e serve de abrigo para crianças que tiveram o núcleo familiar destruído e estão em processo de adoção. Sou madrinha de uma das meninas, que já está uma pré-adolescente agora. Na verdade a maioria dessas crianças nunca serão adotadas, e estão meio largadas ali, pela sociedade e pelo estado. O que a gente tenta fazer é dar a elas um pouco do carinho e cuidado que toda criança deveria receber. Fazemos festa de aniversário, distribuição de presentes no Natal. Agora que as aulas começam, elas precisam de materiais escolares para poder estudar. Coisas simples como cadernos, lápis, borracha, tesoura. Coisas tão bobas que a gente nem lembra que elas não tem como arrumar se ninguém dar. Eu tento fazer uma coisa legal para elas. Faço etiquetas com o nome e a série de cada uma. Coloco nome em todo material, em cada lápis de cor. Preparo o kit e deixo no orfanato para eles poderem começar as aulas na segunda-feira se sentindo um pouco mais cuidados, um pouco mais seguros. Parece uma bobagem, mas a coordenadora do orfanato me disse no final do ano que, porque eu tinha colocado o nome deles no material e feito os kits com tanto cuidado, as crianças pela primeira vez tinham chegado até o final do ano com o material inteiro, bem cuidado. Às vezes basta uma etiquetinha com o nosso nome em uma caneta para a gente resgatar nossa auto-estima. Tão pouco, né!? Eu me sinto super privielgiada por poder oferecer isso a eles. Tão simples, tão nada, e ainda, tão pouco perto do que a gente sempre sabe que pode fazer.
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