segunda-feira, 15 de março de 2010

A SAGA DE DEPORTAÇÃO DO VAIO COR DE ROSA


Fui obrigada a deportar meu Vaio rosa. Começou assim. Logo na primeira semana Carol e Viriato receberam alguns amigos em casa para me “introduzir”. Lá pelas tantas, depois de tantas garrafas de vinho, eu pego meu lindo bebê para googlar nem me lembro mais o que e ele está chiando com um som horrível. Imaginei que era ele também embriagado pelas altas horas, encerrei e fui dormir. No dia seguinte novamente meu bebê chorando. Comecei a ficar preocupada. O barulho era como se alguma pecinha estivesse deslocada e ficasse esbarrando na ventoinha toda vez que ela era ativada. Me doía o coração ficar ouvindo aquele som, (mas eu não tinha como deixar minha fazendinha do Farmville apodrecer de maus tratos!). Na segunda-feira compartilhei meus temores com quem quisesse ouvir (e com quem não quisesse também). Acho que de tão chorosa que eu fiquei, Hugo (meu anjo da guarda português) se ofereceu para me levar até a assistência técnica no final da tarde. “Vai ser algo rápido. Sim ou não.” E realmente foi. Chegamos na assistência técnica da Sony em um shopping em Matosinhos e a garota nem olhou direito para o meu bebê e disse “Não!”. Não podiam consertar. Tentei murmurar algumas argumentações, mas em se tratando de hardware os atendentes olhavam para o meu bebê como se ele fosse leproso. Ainda assim ela me deu um papel com os números de telefone da central de assistência técnica da Sony em Portugal e me garantiu que eles retirariam o PC para conserto na casa da Carol e devolveriam depois de pronto sem custos. Fiquei bem impressionada com a eficiência naquele ponto. No dia seguinte amanheci com febre alta, dores no corpo e aquela virose milagrosa que me ajudou a afinar alguns kilos (e deixou minhas calças muito mais lindas no meu corpo). Ainda assim arrisquei dar um pulo em um shopping perto e, me arrastando no balcão de uma assistência técnica genérica, ouvi novamente um sonoro “Não”. “Mas, moço! Dá só uma olhadinha. Eu tenho certeza de que é algo simples, deve ser só um parafusinho, uma coisa boba que está fazendo barulhinho.” Nada de conversa. “Desculpe-me senhora. O aparelho possui mecanismos de segurança para identificar se for aberto e a senhora perderia a garantia.” Senhora! Humpf!!! Voltei para meu intensivo de recuperação de virose e, assim que melhorei, liguei para a central da Sony. Bom, aqui vai o grande momento em que me senti inútil por estar fora do meu país. Primeiro que o atendimento da central era todo eletrônico, e esse sotaque lusitano, juro por Deus!, às vezes me parece aramaico e não português que eu possa entender. Então a gravação pedia para eu entrar com o número de série do produto, O QUE EU NÃO CONSEGUIA DE JEITO NENHUM! Porque o aparelho foi comprado no Brasil e, obviamente, possui um número de série brasileiro e assim que eu o digitava o sistema não reconhecia porque estava programado para aceitar apenas números de série portugueses. Para ajudar não havia nenhuma opção do tipo “Para falar com um de nossos atendentes, disque 0, ou 9, ou 6, ou *, ou o que quer que seja”. Depois de meia hora ligando e religando para a central consegui traduzir uma indicação da gravação para computadores adquiridos em outros países. Entrei no site com o meu bebê grunhindo, e novamente o sistema não aceitava o número de série. Mais meia hora me debatendo e encontro o link “Para assistência técnica de computadores adquiridos em outros países click aqui”. Aleluia!!! Clico. “Insira país de origem do aparelho”. Vamos lá: Brasil. E me aparece tchantchantchan??? Um número de telefone para contato EM SÃO PAULO!!! Entrei no Skype, telefonei para o número e expliquei para o atendente com todo o meu bom português brasileiro (que ele entendia perfeitamente!!!) a situação em que eu estava. “Olha só! Tá ouvindo? Ele faz esse barulhinho, ó.” Hum! Ele digitou, conversou com alguns superiores e me retorna “A senhora vai precisar enviar o PC para conserto no Brasil”. Como assim? “A senhora nos envia por correio, nós efetuamos o reparo, e reenviamos para o endereço que a senhora quiser em qualquer lugar do mundo.” Senhora! Humpf!!! Completamente desiludida, imaginando o terror e a solidão que o meu bebê teria de enfrentar sozinho, viajando de volta por correio para o Brasil, ainda fui abatida por um pânico avassalador de ficar sabe-se lá quanto tempo sem computador. Então tentei ainda uma última chance. Voltei ao shopping e à assistência técnica da Sony e praticamente implorei para que eles abrissem meu bebê e dessem um jeito nele ali mesmo. “Dane-se a garantia! Se você quiser eu mesma abro, eu desatarraxo os parafusinhos, eu tenho certeza de que é algo bastante simples que a gente conserta em uma hora!!!” Em vão. “Desculpe-me senhora.” Derrotada, completamente perdida, fui obrigada a ir até a Fnac e comprar um netbook (que era mais acessível, mas ainda assim: OUCH!!!). Pior! Nada de netbooks rosas!!! Fiquei horas infernizando o vendedor por um desconto, parcelamento, qualquer coisa que me fizesse sentir menos a perda dos meus euros (meus míseros euros…. Ai, ai!), mas eles são irredutíveis. Acho que no final ele se compadeceu com o meu sofrimento e me deu de presente uma capa rosa da vaio e um mouse cor de rosa também. Carol me disse que isso era bem raro por aqui, ganhar qualquer coisa que seja de uma loja. Ainda fiz o vendedor corar profundamente quando perguntei para ele onde poderia conseguir uma versão pirata do pacote Office (Bill Gates que me perdoe, ele já tem dinheiro demais!), mas no final tudo está se acertando. Hoje de manhã fui até os correios e gastei mais um tanto de preciosos euros para mandar meu bebê de volta para casa. Talvez seja melhor. A viagem seria dura demais para ele. E esse netbook tem o teclado minúsculo, é branco e não rosa, mas se adapta muito melhor a minha mochila. O Vaio Rosa vai ser cuidado, alimentado, protegido e, quando eu voltar (se eu voltar) vai estar bonitinho me esperando na casa da minha mãe.

2 comentários:

MH disse...

Pobre vaio rosa... Mas é isso, netbooks são mil vezes mais portáteis. Só carrego o meu pra todos os eventos, ainda que sofra com a tela pequenininha e teclado minúsculo (portanto evito usar em casa!).
Vocês serão felizes juntos. Compra um adeviso ou um decalque rosa e customiza ele...

Aaaaaaah, trabalhei com uma nova amiga semana passada. O Vaio dela é chiquérrimo, veja só: é croco. Pode?

Anônimo disse...

Esse modelo de Note linha CS da sony tem um problema no cooler, que deve ser feito o reparo sem custos, troca do cooler!!! esse é o problema que ele tem!!!! trabalho em uma assistencia sony e efetuamos a troca do cooler em 20min. simples assim.