quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

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Depois de passar o dia em uma longa consulta com a nutricionista e mandando CV a tarde inteira, lembrei que hoje era quinta-feira. Entre minhas propostas para 2014 está fazer a “Quinta-feira da champagne”. Simplesmente porque sou apaixonada por champagne e sempre acho que não temos ocasiões suficientes para tomá-la. Só que eu ainda estou em tratamento, então não posso beber por mais um mês. Então fui encontrar a Key e cumprir com outra proposta para esse ano: ir ao cinema! Na época da faculdade eu ia ao cinema todos os dias. Nos feriados emendava 3 filmes seguidos. Era uma junkie!

De uns anos para cá consigo contar nos dedos da mão do Lula as vezes que fui ao cinema. A gente vai ficando mais velha, mais bundona, e deixa de fazer coisas que antes nos davam tanto prazer. Mas não pode acomodar. É preciso nos resgatar o tempo todo. E lá fui eu ao cinema me resgatar. Assistimos “O Lobo de Wall Street”. Preparando a lista para o Oscar. O filme possui uma direção bem sutil. Um Scorcese que me lembrou o de Casino, de 1995. Eu já esperava uma Margot Robbie embarangada e drogada com o decorrer do filme, como Sharon Stone. A construção desse universo delirante adolescente, uma euforia descontrolada e sem limites do materialismo e do consumo como identidade, foi muito bem feita. E amei o roteiro. Firme, bem construído. No final é o retrato do que vivemos hoje. Um mundo hedonista, que busca a satisfação imediata, sem esforços, que não consegue reconhecer o outro e acredita, piamente, que o valor de uma pessoa está em sua roupa, em seu carro, em seu poder de consumo. Assustador, e divertidíssimo ao mesmo tempo. Nisso a direção de Scorcese é precisa. Consegue causar uma sedução e um estranhamento ao mesmo tempo. Como a vida histérica que temos vivido em nossas relações e na exacerbação das redes sociais. Odiamos tudo isso, mas não conseguimos ficar longe sem checar as atualizações de nosso News Feed nem um pouquinho. 

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