sábado, 25 de janeiro de 2014

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Um milhão de peixinhos, e eu no meio.

A primeira vez que ouvi falar sobre a Laje de Santos me veio à mente uma imagem de um churrasco em uma laje de alvenaria sem acabamento, uma churrasqueira improvisada, muita fumaça e um pagode daqueles. Confesso que não fazia ideia de que uma laje é uma formação rochosa lisa e grande no meio do mar. Já tinha ouvido alguns mergulhadores falarem da Laje, vi fotos incríveis do pessoal mergulhando com as Mantas que vêm procriar em junho e julho e sabia que era um mergulho meio obrigatório para quem mora tão perto de Santos. Então resolvi criar vergonha na cara e madruguei, encarei a estrada e cheguei (atrasada) para embarcar no Orion. Dia lindo, perfeito para mergulho. Sol incrível, zero nuvens no céu e o mar tranquilo baixa correnteza. Eu não costumo enjoar em barco. Sou daquelas que vai tagarelando, comendo e pulando não importa o quanto ele balance. Não sei o que houve dessa vez mas minha pressão foi para o chão, passei o trajeto inteiro de 1h30 me sentindo a pessoa mais miserável do mundo. Quando chegamos o barco, mesmo ancorado, ficava balançando com a maré. Pulei na água para passar o enjôo e descobri porque falam tanto da Laje. A água estava Noronha. 30o, visibilidade de 20 metros e uma profusão de vida, daquelas que justificam todos os apaixonados por mergulho. Ainda, azul! Muito azul!!! Cardumes com centenas de peixes passavam no meu pé, tartarugas circundavam o barco. Fizemos dois mergulhos perfeitos. Tranquilos, beirando o paredão de rocha e tirando muitas fotos. Algumas horas eu era atravessada por algum cardume e eram tantos peixes, que a vista até ficava nublada. Amo a sensação de paz e leveza que se sente quando se mergulha. Me maravilha e me faz sentir viva. Se não houvesse o risco de acabar em um câmara hiperbárica com doença descompressiva, juro que passa o dia embaixo d’água. Ah! Nada como a sensação de nitrogênio correndo pelo sangue! Depois dos mergulhos ainda fiquei fazendo snorkel na superfície, até ser arrancada aos prantos de volta ao continente. O resultado foi uma super exposição ao Sol africano desse verão. Estou vermelha igual à gringo quando volta do Nordeste! Um tanto de mal-estar e muito sono também. Mas ainda assim, como vale a pena para se sentir viva!

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