domingo, 25 de julho de 2010

GIVING

De volta à Farmville… vamos falar rapidinho porque está acontecendo um churrasco lá fora. O filho de Steve veio passar o final de semana com três amigos super legais. Uma delícia o fim de tarde com Sol, espumante gelado rodando a taça de todo mundo. E um churrasco delicioso sendo preparado. A minha experiência aqui têm sido melhor do que a encomenda. Embora o trabalho seja maior do que o esperado (todos os dias acabo extrapolando as 5 horas de trabalho combinado) eu estou me sentindo muito bem, mas muito bem mesmo, de pode ser útil. Sabe quando a sua presença realmente faz diferença na vida das pessoas? Tenho me sentido assim. No geral meu trabalho é basicamente fazer o que for necessário. Os dois últimos dias dessa semana eu fiz só faxina. E descobri que adoro fazer faxina. Arrumar, organizar. Transformar um lugar depois de passar por ele. E a casa estava um caos, então nem é difícil “transformar depois de passar”. Muito mais do que uma Stepford Wife, estou me descobrindo uma Monica Geller. Quem nunca assistiu Friends, que atire a primeira pedra. Embora tenha momentos que bate um bode, uma raivinha de estar trabalhando, o que sobra no final do dia é amor, compaixão e uma felicidade enorme de poder ajudar essas pessoas. Mais especificamente uma. Penny. Que me lembra minha mãe algumas vezes, e enche meu coração de ternura. Penny é uma dessas mulheres que batalham em silêncio. Ela acorda super cedo, lava roupa da família inteira, cuida da casa, é motorista da filha adolescente, tranquiliza o ego do marido (que isso, vou falar, é universal. Todos eles precisam de egos tranquilizados.), trabalha nas vinhas, na vinícula, fecha vendas, divulga os vinhos, organiza as refeições da família, planeja a rotina da semana, cuida da cachorra, da gata, dos porcos, das ovelhas. E ainda acha tempo para ser voluntária na criação de uma criança. Um programa que eles têm aqui no UK em que famílias se voluntariam para serem melhores influências para crianças com dificuldades de aprendizagem. Então Sasha, uma fofura de 7 anos, passa metade da semana aqui com a gente. Meu trabalho aqui tem sido aliviar a carga de Penny. Ela já disse que me ama e que não quer que eu vá embora tão cedo. Eu tenho procurado servir, em silêncio. Impressionante que, quanto mais a gente dá, mais parece que a gente fica preenchida. E eu acho que a minha estadia aqui está mudando a vida dessas pessoas para melhor. Ok, não é uma mudança do tipo “Supimpa! Mudou minha vida!”. Mas eu ajudo os dias serem mais suaves de serem vividos. Dou uma aliviada no peso da cruz. Mesmo porque a gente sabe que o peso da cruz é invenção e responsabilidade de cada um. Então nada de piedade também. Só compaixão mesmo. Me enche de alegria só de saber que ela entra em casa no final do dia e olha com alívio para mim. Então o silêncio e a doação. A gente nem sabe quem está ajudando mais a quem. A vida não é um reality show. Não é uma disputa de futilidade para ver quem fica famoso e ganha um milhão. A vida, acho, é feita de coisas assim. De acordar de manhã e deixar o mundo melhor por onde você passar. De fazer coisas práticas, simples, comuns. De chegar no final do dia sabendo que foi útil em algum momento. Tanta gente se poupando. Tanta gente miguelando por aí. Eu não quero miséria. Eu quero abundância. Então agora eu estou doando. Dando tudo o que posso e que tenho. A gente só dá o que se tem de sobra. Isso é o que eu falo, quando falo de amor.

2 comentários:

Anônimo disse...

Querida Dri,
tão sábias as tuas palavras!
volto a ler tua viagem e encontro tudo "em ordem". Uma ordem bonita, de quem entende a vida, e por isso não quer ser exemplo de nada. Sendo assim, você é exuberante e dá vontade de ser tua amiga, mulher! continue seguindo, com amor e/ou dor (mas sem precisar rimar um com o outro, ok?)!
Um beijão,
Soraya (ex-enxadrista)

Unknown disse...

Oi querida!!! Tudo que fazemos com amor é capaz de trazer mudanças maravilhosas!!! E é isso que vc está fazendo. Aproveite muito este tempo!! Beijinhos