"...estou procurando, estou procurando. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi." (Clarice Lispector - Paixão Segundo GH)
terça-feira, 2 de novembro de 2010
VOLTEI!
Sim! De volta. De volta ao Brasil. De volta ao blog. Sabe que eu tenho um ditador latino-americano dentro de mim. Sou minha pior inimiga. Determino regras malucas, toque de recolher. Sempre tentando ser perfeita e fracassando retumbantemente em tudo. Dentro da infinidade de coisas que eu aprendi nesse ano (que foram tantas e não dá nem para listar), uma foi ser mais “democrática” comigo mesma. Respeitar mais meus limites, e principalmente minhas vontades. Então eu sumi daqui mesmo. Sumi porque tinha coisa demais acontecendo e meu barulho interno não me deixava escrever nem uma linha. Daí a gente respeita, né!? Minha última semana na Europa foi de tanto amor. Passei em Lisboa e Portugal aninhada com Kika e Carol. A volta teve suas peculiaridades, um contratempo com a passagem, malas pesadas demais, falta de ordem completa e absoluta. Então a viagem de volta. Brasileiro tem mesmo um jeito muito peculiar de viajar. De impor suas presenças dentro de um vôo. Aplaudir quando o avião pousa. Vai dando a sensação de acordar de um sonho muito gostoso e ir perdendo a memória dele. Cheguei irritadíssima. Dando patada para tudo quanto é lado. Eu sei que é injusto, mas eu sou uma pessoa imperfeita. Foram umas 30 horas até o som, o cheiro, as cores pararem de me agredirem. Para enfim eu me sentir aterrissada. Daí ficou tudo bom. Mais do que bom. Tudo lindo. São Paulo renasceu para mim. Linda! (Ok, beleza não é exatamente o forte de São Paulo, mas é preciso olhar apurado para entender as sutilezas estéticas das quais eu falo.). Com tantas perspectivas mudadas, tanto tempo fora de casa, eu volto para descobrir que a minha cidade é incrível. Mais do que eu pensava. São Paulo é uma das cidades mais fantásticas do mundo. E essa é tão somente minha opinião. Agora estou sentindo todos os sabores aos poucos. Sem pressa. Sem desespero. Sem saber o que vai ser o dia de amanhã. Acordando todos os dias e agradecendo o dia lindo. Arrumando e organizando um pouquinho da minha vida a cada dia. Ainda tenho roupas espalhadas em caixas e malas. Estou acampada na casa de uma amiga. O número novo do celular não foi distribuído para quase ninguém. Não consegui correr nem um minutinho no parque. Trabalhar então... Acho que só semana que vem. Mas mesmo com todo o caos, zero de rotina, ando feliz pra caramba. Não é legal!? É um novo tempo. Um novo paradigma. Meu ditador latino-americano está como Fidel Castro. Velhinho e impotente. Eu gosto assim. Não sei se é melhor, se é pior. Tem sido assim. E eu gosto.
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4 comentários:
Bem vinda de volta! :)
Agora sim! Bem-vinda, amore!
Precisamos "matar uma galinha" - quer dizer colocar muita conversa em dia no Pará.
Diz aí quando, to ansiosa!
Beijo.
Você chegou antes, em "Meninos de Kichute", que passou na Mostra de Cinema. Internacional... (?)(!) Essas delícias de São Paulo. Bem vinda!
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