sexta-feira, 25 de junho de 2010

VILLA SAINT EXUPERY

Quando a gente mochila, ficar em hostel não é apenas econômico, como uma grande mão na roda para se organizar na cidade. Viajando sozinho não existe opção mais barata do que ficar em hostel. Agora no test-drive, S e eu escolhemos muitas vezes hotéis baratos, que ficam o mesmo preço de um hostel mas nos dão mais conforto e privacidade. De qualquer forma, resolvemos ficar em um hostel durante nossa estadia em Nice. O Villa Saint Exupery. Nice tinha opções de pequenos hotéis, melhores localizados e tudo, mas esse hostel era tão bem cotado que não podíamos resistir. Sim, tem alguns inconvenientes. Escolhemos um quarto privado, então não precisamos lidar com seis outras pessoas roncando nas beliches a nossa volta. Mas ainda assim o banheiro era compartilhado, e isso eu acho que é a pior parte de ficar em hostel. Levar sua necessaire, o chão todo molhado. Não poder espalhar meus cremes e frescurinhas em cima da pia. E qual é o lado bom de ficar em um Hostel? Os bons hostels possuem uma grande estrutura e pessoal treinado para te dar dicas, agendar passeios, integrar com outras pessoas. Hostels sempre possuem uma agenda legal de atividades, coisas divertidas para fazer. O Villa Saint Exupery fica em Nice Nord, subindo o morro da cidade. Um pouco afastado da cidade, mas eles tinham um sistema de shuttles que nos levavam até o tram, e do tram para a praia e para a cidade velha era um pulo. O hostel também foi instalado em um antigo mosteiro. Na decoração várias menções ao Pequeno Príncipe, e seu planetinha. Cheio de quartos e escadarias labirínticas, tinha uma grande área de lazer comum, cheia de computadores, sofás e um bar com a irresistível proposta de “Cerveja à €1”. Sim! Vááários pós-adolescentes de 20 e poucos bebendo muita cerveja e paquerando nas áreas comuns. Lembra daqueles acampamentos que a gente ia com a escola na adolescência? É como passar uns dias em um lugar assim. Divertido. Mas só por uns dias. Na primeira noite sentamos com a molecada para tomar cerveja barata e assistir ao jogo. Acabamos conhecendo um grupo de trintões e conversando até tarde. S ficou aliviado de saber que não era o único se hospedando no meio da molecada de 20 e poucos. Eu só dou risada! Dentro das ofertas de atividades, além do mergulho que fizemos, podíamos fazer cannoying, velejar pelo Mediterrâneo. Excursões à Cannes, Antibes, Saint Tropez, Mônaco. Aulas de yoga e alongamento pela manhã, e toalhar e esteiras de praia para empréstimo sem nenhum custo adicional. Em nossa última noite, voltamos para o hostel depois de um dia lindo, um longo jantar romântico regado à champagne e longos olhares; e acontecia na Capela (a antiga capela que foi transformada em lounge) uma festa temática. “Qualquer coisa, menos roupas”. O pessoal todo fantasiado de sacos de lixo, lençóis, papel alumínio. Juro que tinha um que “vestiu” a própria mochila. Foi tema de tese durante a noite. Viajando é praticamente impossível manter o conforto que a gente tem na própria casa. Ainda mais viajando por tanto tempo, e não tendo casa como nós dois. Mas é delicioso sair da zona de conforto, arriscar outros esquemas, experimentar o diferente. Às vezes a experiência não é boa. Outras dá um gostinho de saudades, um gostinho de algo que já vivemos. Mesmo que seja só de assistir, tomando uma cerveja, como era paquerar o gatinho na festa e mal ter dinheiro para o lanche. Como o Pequeno Príncipe, todos nós acabamos saindo por aí. Alguns de nós procuram outros planetas. Outros sempre retornam para cuidar da rosa, tirar os baobás pelas raízes. Mas no fundo, com 20, 30, 40... somos todos crianças tentando nos descobrir.
http://www.villasaintexupery.com/

Um comentário:

MH disse...

Ai, dividir banheiro é dureza!!! Mas realmente, por pouco tempo, voltar ao mundo inconsequente dos vinte e poucos, nem que seja só pra observar, é bem divertido!

Saudades imensas!