Nós somos as pessoas mais sortudas do mundo. Desde quinta-feira estamos sendo presenteados por dias lindo, céus azuis, Sol brilhante e nem uma gotinha de chuva. Ainda é frio, principalmente para nossos padrões de verão, mas os dias estão muito agradáveis. Perfeito para ficarmos ao ar livre sem nos cansarmos. Às vezes dá até para abandonar o montão de casacos e arriscar umas voltas usando manga curta ou blusinhas leves. Ontem chegamos em Skye. A ilha mais famosa da Escócia. Foi uma viagenzinha curta da Fort William para Mallaig. O mesmo caminho que o trem à vapor usado nos filmes de Harry Potter passa. Eu vou voltar a Fort William semana que vem para tentar pegar esse trem. Cruza o Glenfinnan, aquela ponte em arcos que também aparece no filme. Divertidíssimo. Tiramos milhões de fotos. E ainda escrevemos “MH” em um papel e tiramos fotos com ela. Para MH se sentir parte da viagem. Ela está em outro momento de vida, cozinha um bebê fofo (que por sorte eu vou estar de volta ao Brasil para o nascimento), então a gente deu um jeito de colocar o terceiro vértice do trio na foto. Também porque ela é fã de Harry Potter e na verdade acho que essa era uma viagem que ela deveria estar fazendo. De Mallaig pegamos um ferry para Isle of Skye. Então é como entrar em um mundo paralelo. Vários vilarejos, muitos turistas para todos os lado. A sensação de sermos os únicos brasileiros em toda ilha. Skye é um local muito popular de esportes de aventura. Rafting, hiking, escaladas. Muita gente fazendo cayaking nessas águas que parecem cristal. Ficamos no vilarejo de Portree. É a maior cidade de Skye (o que não quer dizer muita coisa). Todos os hotéis e as centenas de Bed & Breakfast lotados. Não havia uma única vaga na cidade. Y e o irmão dela ficaram em um B&B e eu em outro que já estava reservado. O legal de ficar em B&B é sentir como as pessoas realmente vivem. B&B são casas de pessoas adaptam alguns quartos para receber hóspedes. Mary, uma senhorinha de uns 85 anos era minha host. A casa era tudo o que se imagina de uma casa de vó. Fofa, cheia de babado e bibelôs. Com uma varanda fechada, cadeiras de madeira com almofadas floridas e um cocker babão fazendo festa para você. Uma senhora adorável que não tirava o sorriso do rosto e estava encantada porque eu era a primeira brasileira que ela conhecia. Perguntou o que eu queria para o café da manhã e só faltou tricotar um cachecol para mim. Depois fomos explorar um pouco da ilha. Bem pouco mesmo porque a ilha é grande e o ideal seria passar uma semana aqui fazendo trilhas, se perdendo pelas florestas de pinheiros. Assistindo o Sol se pôr às 20h30. Em junho dizem que o Sol se põe às 22h30 aqui e nasce às 4h. Nem chega a ficar totalmente escuro durante a noite. A gente foi fazer a trilha para o Old Man Stone. Nada demais, nivel de dificuldade zero. Trilha marcadinha, degraus de pedra para subir a montanha. Y ficou na base, nem arriscou tentar subir. No quesito aventura somos extremos opostos. Subimos o irmão dela e eu, para ficarmos sentados em uma pedra babando na vista inacreditável lá de cima. Eu me sentia o Frodo em “O Senhor dos Anéis” (não precisa falar, eu sei que “O Senhor dos Anéis” é Nova Zelândia, mas é bonito igual.) Depois voltamos para pegar a preguiçosa da Y na base e voltar para o carro. Ainda dirigimos para ver um penhasco e uma cachoeira. A essa hora o ar já estava tomado pelos mosquitinhos. Acho que umas 30 pessoas me aconselharam a trazer repelente para Skye, mas eu sou teimosa e só me arrependi depois que a gente engoliu umas dezenas desses mosquitinhos insuportáveis que insistem em entrar por todos os orifícios do seu rosto. A gente poderia dedetizar a ilha, verdade. Mas daí não teria graça. Como dizia o poetinha, não basta ser só bela. É preciso ter algo de ri, algo que chora. Mais ou menos isso. Skye faz jus ao nome. Um pouco como o paraíso. Um pouco com um mundo mágico em outra dimensão. A gente dirigia pela estrada e reinava uma paz. Nada de ruim pode te acontecer ali. Uma aldeia habitada por pessoas adoráveis, emanando amor por todos os lados. Um lugar que mais parece terreno de fábula. Parece que aqui o mundo conta uma história diferente, os relógios ticam em outro tempo. E se você pegar um barquinho, for navegando, desviando das montanhas do Cuillen. Se você mirar bem no meio e seguir sem falar nada, assim que chegar no horizonte, você alcança o céu.
2 comentários:
Aaaaaaaaai que tudo!! Adorei ser "incluída" na viagem... deve ser mesmo impressionante aí! Um dia, quem sabe.
Beijos
Fico feliz por você estar aí. Falei, é demais, né? Indescritível!
Curta muito.
Beijo grande,
Eva.
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