quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

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O calor tem testado meus limites de sanidade e me fazendo pensar em como pode essa ser a tal “cidade maravilhosa” se a imagem mental que me traz é do inferno nos desenhos animados do Pica-Pau. Na busca de ar respirável (leia-se “ar condicionado”) arrastei os dois gringos que estão hospedados comigo na casa-hostel do Má e levei para passear no centro. Fomos ver a exposição da Yayoi Kusama, uma artista plástica japonesa que estourou nos anos 60 e é piradinha da Silva! A exposição caiu no gosto dos cariocas, e de todos os turistas visitando a cidade. Digamos que já vi ideias de falos bem mais interessantes... mas a viagem vale a tarde. A superlotação faz a exposição tomar uma outra perspectiva também. Um enxame de pessoas consumindo vorazmente coisas que nem fazem muita ideia do que quer dizer. Achando divertido sofás cheios de pontinhos e se intoxicando de doces e salgados na Confeitaria Colombo. Se estapeando para pegar uma garrafa de cerveja e um empada de qualquer coisa no Bar Urca, e arrastar para o meio da rua enquanto compensam o péssimo atendimento olhando para o mar e reafirmando para si mesmos: eu sou feliz! Tenho crise de asma com essas cenas. Acho claustrofóbico, sufocante. Larguei minha empadinha errada na mureta da calçada e fugi só com a latinha de guaraná. Me tranquei no ar condicionado do cinema, assisti “A Vida Secreta de Walter Mitty” e lembrei por duas horas do quanto é fácil a gente cair no piloto automático e deixar de viver. Sai de lá feliz, decidida a fazer uma monte de coisas esse ano, a escrever um monte de páginas e a me empenhar em realizar sonhos e não apenas fantasiá-los. Achei um bom filme para começar o ano. 


Um comentário:

Ana Carla disse...

Vou TER QUE ir assistir nesse final de semana! Valeu a dica!