domingo, 26 de janeiro de 2014

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Desafio pessoal (fadado ao fracasso óbvio): ver todos os filmes do Oscar até o Carnaval. Como eu estou dedicada esse ano, lá fui eu ver o favorito ao Oscar de Filme Estrangeiro na Reserva Cultural. “Alabama Monroe” foi uma surpresa completa. Que filme mais delicado! Os atores estão perfeitos, com um entrosamento, uma intimidade, bem rara de se conseguir. Aquelas químicas que não se explica, nem se planeja. Ela acontece e pronto. O filme é bem mais triste do que eu estava preparada. Fiquei na cadeira, chorando como um bebezinho, e limpando as lágrimas na barra da saia. Nem caixinha de lenço eu tinha. A história, sem spoiler, é sobre a relação entre uma tatuadora e um músico country em Gent na Bélgica. Uma cidade que guarda o mérito de ser o berço da Revolução Industrial, e que tive a impressão de ser bem dura e imperfeita quando visitei. Acho que exatamente por isso, muito humana. Cidade de verdade, não aquela coisa cartão-postal-disney como é Bruges. Assim como a cidade, o casal é imperfeito, levemente descalibrado, e exatamente por isso aquele amor parece ser tão autêntico e real. Tanto que a gente se pega pensando durante o filme que se quer um amor assim. Encontrar aquela pessoa meio torta, cujos defeitos a fazem perfeita. E viver uma vida de verdade, daquelas que as pessoas normais vivem. Sem sucesso, glamour, pompa e circunstância. Mas com contas para pagar, rotina, reformas inacabadas e pequenas desafios para se superar juntos. A trilha sonora vale um Oscar à parte. Repleta de banjos, gaitas e alma folk. A primeira coisa que falei quando o filme acabou foi: “Eu quero essa trilha sonora”. Estou aceitando de presente!

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